quarta-feira, janeiro 29, 2014

DESCOBERTOS EM ISRAEL VESTÍGIOS DE USO DO FOGO ANTES DO SURGIMENTO DO HOMO SAPIENS EM ÁFRICA

Fonte: http://www.livescience.com/42861-early-human-campfire-found-israel.html
Uma lareira recentemente descoberta, cheia de cinzas e ossos, numa caverna em Israel, a caverna de Qesem, indica que os primeiros humanos se sentavam em torno de fogueiras há já trezentos mil anos - ou seja, antes da data do surgimento do Homo Sapiens em África. Este local ígneo terá sido usado diversas vezes para a função, eventualmente por grandes grupos de moradores de cavernas. A sua posição indica que houve ali algum planeamento no que respeita à colocação do poço para o fogo, sugerindo que quem o construiu teria algum nível de inteligência.
Os arqueólogos dizem ter também encontrado, em redor da área da fogueira, pedaços de ferramentas líticas usadas para matar e cortar animais.
Os achados lançam luz sobre um ponto de viragem no desenvolvimento cultural «no qual os humanos começaram primeiramente por usar regularmente o fogo para cozinhar e como ponto de reunião para ocasiões sociais», segundo diz a arqueóloga Ruth Shahack-Gross, do Instituto Weizmann de Ciência em Israel.
Os antropólogos têm debatido o que constituirá a mais antiga evidência de uso controlado do fogo e que espécie hominídea teria sido responsável por isso. Ossos reduzidos a cinzas na Caverna Wonderwerk da África do Sul sugerem que os ancestrais dos humanos usavam fogo há pelo menos um milhão de anos. Alguns investigadores dizem entretanto que os dentes do Homo Erectus sugerem que este antigo humano se habituou a comer carne cozinhada há 1.9 milhões de anos atrás. Um estudo publicado no ano passado no Cambridge Archaeological Journal afirma que quem mantinha o fogo precisava de um certo nível de sofisticação em termos de habilidade para manter as fogueiras acesas, tais como planeamento de longo prazo (recolha de lenha) e cooperação grupal.
Quanto aos homens da Caverna de Qesem, um estudo publicado há três anos no American Journal of Physical Anthropology descreveu os dentes encontrados no local como datando de entre quatrocentos mil e duzentos mil anos. Os autores especulam que os dentes poderiam ter pertencido a humanos modernos (Homo Sapiens), Neandertais ou talvez outra espécie. O arqueólogo israelita Avi Gopher sustenta que estes dentes encontrados em Qesem são similares aos das cavernas norte-israelits de Skhul e Qafzeh, datados de entre oitenta mil e cento e vinte mil anos, usualmente considerados como pertencendo a humanos modernos. Esta interpretação colide de frente com a visão predominante até agora, a de que a única espécie humana ac tual originou-se há duzentos mil anos em África antes de se dispersar para outras partes do planeta.