quarta-feira, novembro 20, 2013

SIBERIANOS DE HÁ MILHARES DE ANOS ERAM... DE ESTIRPE EUROPEIA OCIDENTAL..

O genoma do cadáver de um rapaz enterrado em Mal'ta, perto do Lago Baikal, no leste da Sibéria, indica que o infante, que viveu há vinte e quatro mil anos, é essencialmente similar ao dos Europeus Ocidentais, o que mostra que durante a Idade do Gelo houve gente europeia a alcançar o extremo oriental da Eurásia, mais do que se pensava. Embora não haja vestígios nem da sua pele nem do seu cabelo, os seus genes indicam que o sujeito teria tido cabelo castanho, olhos castanhos e pele com sardas.
Uma outra surpresa é o facto de o seu ADN ser vinte e cinco por cento similar ao dos Índios americanos. Presumia-se que as primeiras pessoas a chegar às Américas teriam sido siberianos relacionados com os leste-asiáticos, portanto, gentes de raça mongólica. Agora contudo parece que estes primeiros siberianos na América seriam em vez disso uma mistura de Europeus Ocidentais com Leste-Asiáticos. 
O rapaz Mal'ta, de três ou quatro anos de idade, estava enterrado sob uma laje e usava um diadema de marfim, um colar de contas e um pendente em forma de pássaro. No mesmo local arqueológico foram encontradas trinta esculturas «de Vénus» do género das que se produziam nas culturas europeias do Paleolítico Superior. Estes vestígios foram desenterrados e guardados por arqueólogos russos durante uma pesquisa que terminou em 1958 e foram guardados em museus de São Petersburgo. Cinquenta anos foram agora examinados por uma equipa da Universidade de Copenhaga.
Inicialmente, os resultados da pesquisa foram desanimadores para os pesquisadores, que procuravam indícios do povoamento siberiano das Américas por parte de Leste-Asiáticos. O ADN mitocondrial do rapaz era da linhagem U, comum entre os primeiros humanos da Europa há quarenta e quatro mil anos, enquanto as linhagens mais frequentes entre os Nativos Americanos são A, B, C, D e X. A presença do U nos resultados do estudo poderiam indicar nada mais que uma contaminação dos ossos por parte do ADN dos próprios arqueólogos examinadores. Um ano depois os trabalhos continuaram e ao estudarem o genoma de um outro corpo enterrado na Sibéria, o de um adulto que morreu há dezassete mil anos, os investigadores voltaram a encontrar marcadores de origem europeia. Isto indica, segundo os autores da investigação, que os descendentes dos modernos humanos que entraram na Europa estenderam-se muito para leste a ponto de terem ocupado a Sibéria durante um período extremamente gélido que começou há vinte mil anos e que é conhecido como Último Máximo Glacial.

E há mais uma surpresa interessante no estudo do genoma do rapaz... é que o seu património genético corresponde ao dos Europeus Ocidentais, corresponde também, parcialmente, ao dos Nativos Americanos, mas não corresponde ao dos Leste-Asiáticos... 
A equipa da Universidade de Copenhaga, liderada por Eske Willerslev, interpreta o facto como atestando uma separação entre os ancestrais dos Nativos Americanos e os ancestrais dos Leste-Asiáticos, uma separação que aconteceu antes de os primeiros se cruzarem com o Povo de Mal'ta. Foi esta fusão, do Povo de Mal'ta com o dos ancestrais dos Nativos Americanos, que cruzou o Estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca: «Estimamos que entre catorze e trinta e oito por cento da ancestralidade dos Nativos Americanos pode ter-se originado através de um fluir de genes desta antiga população», escreve a equipa na revista Nature.
Este achado pode explicar o aspecto caucasóide do crânio do Homem de Kennewick, questão muito polémica aqui há tempos. Pode também explicar o facto de que uma deas linhagens mitocondriais (isto é, de linhagens pela via feminina) que se encontram entre os Nativos Americanos, a X, também se encontra na Europa, o que até agora tinha sido explicado com a teoria de que os Europeus Ocidentais teriam cruzado o Atlântico em pequenos barcos há cerca de vinte mil anos.
Willerslev diz contudo que esta descoberta não resolve a questão do primeiro povoamento da América. Os arqueólogos dizem há muito que gente da cultura Clóvis, datada de há treze mil anos, terão constituído os primeiros Americanos mas vários outros achados apontam para datas anteriores. 
O Povo Mal'ta construía casas parcialmente subterrâneas, com paredes de osso e telhados feitos de armações de rena. A sua cultura é distinguida pelos seus muitos objectos e sua sobrevivência num clima agreste. 
De notar entretanto que a linhagem U, presente no Povo de Mal'ta, e na Europa Ocidental, parece não existir entre os Nativos Americanos. Isto indica que os ancestrais dos Nativos Americanos eram homens de Mal'ta que se juntaram com mulheres Leste-Asiáticas. Outra explicação é o facto de o ADN mitocondrial se perder facilmente através da deriva genética, que é um mecanismo microevolutivo que modifica aleatoriamente as frequências alélicas ao longo do tempo 1 . (Ler mais aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Deriva_gen%C3%A9tica )


3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Deve ser por isso que os nativos americanos têm um aspecto não totalmente mongolídeo.
Contudo, outros já têm, depende dos povos. Houve migrações da Sibéria ao Sudeste Asiático.
E ainda temos a hipótese Basca.

21 de novembro de 2013 às 08:32:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Eu percebo uma similaridade muito grande nas vestimentas e imagens de clips dos membros da banda Arkona e as vestimentas dos índios norte americanos.

21 de novembro de 2013 às 23:08:00 WET  
Anonymous Anónimo said...



Só não entendi o porque do pesquisador concluir que os genes europeus chegaram na America através de mestiços e não através de Europeus.para mim esta conclusão do pesquisador se baseia em achismos derivados de seus pré-conceitos.

23 de novembro de 2013 às 16:39:00 WET  

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