POLÍCIA QUE PERSEGUIU «JOVEM» DE BAIRRO AFRICANIZADO ESTÁ AMEAÇADO DE MORTE
A tensão está latente e pode eclodir ao menor rastilho. Nos próximos dias, a Polícia vai manter a guarda na Bela Vista: duas equipas do Corpo de Intervenção continuam de prevenção no bairro de Setúbal para garantir a segurança da esquadra e dos agentes, após os distúrbios do fim-de-semana passado.
«O bairro é um barril de pólvora. É preciso fazer o ‘desmame’», comenta fonte da instituição. Nos últimos dias, o chefe da equipa que conduziu a perseguição a Ruben Marques, que morreu num despiste de mota, tem sido alvo de ameaças na internet. Conhecido por ser particularmente intransigente e não fechar os olhos à delinquência, o polícia já tinha detido vários membros do grupo Caixa Alta, ao qual Ruben pertencia, e por isso tornou-se impopular.
Ruben despertou a atenção da polícia ao passar um sinal vermelho, ignorando a ordem de paragem dos agentes. Mas uma contra-ordenação de trânsito não justifica só por si uma perseguição com tiros. A lei proíbe o uso de armas de fogo se não estiver em causa a suspeita da prática de crime punível com pena superior a três anos. Neste caso, ninguém pode ser objecto de intimidação através de tiros. No entanto, explica fonte policial, «é preciso ter em conta outros factores: o facto de ser um bairro problemático, a perigosidade do suspeito e se pôs em risco a sua vida ou a de terceiros com uma condução perigosa».
Ao que o SOL apurou, as primeiras conclusões internas parecem legitimar o agente que carregou no gatilho. Na perseguição, os polícias ligaram os sinais luminosos e sonoros da carrinha, mas Ruben não parou, entrou em contramão e terá posto em risco a segurança de algumas crianças que circulavam na rua.
Nos próximos 45 dias, a Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI) vai tirar a limpo os contornos do caso. É a terceira vez que este organismo abre um inquérito para investigar a morte de um cidadão do bairro em perseguições policiais.
A primeira foi em 2002, quando ‘Toni’, de 24 anos, foi alvejado com balas de borracha que lhe perfuraram o corpo. Morreu ao intervir numa briga de amigos. Apesar de o agente ter sido absolvido em tribunal, a IGAI aplicou-lhe uma pena de 225 dias de suspensão. Esse ano marcou o início do braço-de-ferro com as autoridades, no bairro.
Com 46 efectivos, a esquadra da Bela Vista conta com 36 operacionais (oito por cada turno de oito horas) para patrulhar um bairro com quase quatro mil moradores e toda a freguesia de São Sebastião, uma das mais populosas do país, com cerca de 52 mil habitantes. O Corpo de Intervenção e uma equipa rápida dão apoio às ocorrências mais difíceis. Apenas sete agentes estão destacados para acções junto de idosos e nas escolas do concelho.
Apesar das promessas do anterior ministro da Administração Interna, este assunto ficou esquecido. Rui Pereira e a autarca de Setúbal nunca chegaram a assinar um contrato local de segurança. O tema voltou agora à agenda política, após os tumultos do fim-de-semana. Na reunião com o actual ministro, esta segunda-feira, Maria das Dores Meira voltou a pedir policiamento de proximidade. «Não nos queixamos da quantidade de polícias. Mas é preciso outra filosofia, outra abordagem nos bairros sociais mais sensíveis», sublinha.
O SOL sabe que Miguel Macedo concordou com esta necessidade, mas lembrou à edil que Setúbal foi o distrito do país mais reforçado em 2012 (só a divisão do concelho de Setúbal recebeu 28 novos polícias). O ministro deu ainda a garantia de que vai ser desbloqueado um programa do IEFP que apoia em dez mil euros várias associações do bairro.
Ruben despertou a atenção da polícia ao passar um sinal vermelho, ignorando a ordem de paragem dos agentes. Mas uma contra-ordenação de trânsito não justifica só por si uma perseguição com tiros. A lei proíbe o uso de armas de fogo se não estiver em causa a suspeita da prática de crime punível com pena superior a três anos. Neste caso, ninguém pode ser objecto de intimidação através de tiros. No entanto, explica fonte policial, «é preciso ter em conta outros factores: o facto de ser um bairro problemático, a perigosidade do suspeito e se pôs em risco a sua vida ou a de terceiros com uma condução perigosa».
Ao que o SOL apurou, as primeiras conclusões internas parecem legitimar o agente que carregou no gatilho. Na perseguição, os polícias ligaram os sinais luminosos e sonoros da carrinha, mas Ruben não parou, entrou em contramão e terá posto em risco a segurança de algumas crianças que circulavam na rua.
Nos próximos 45 dias, a Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI) vai tirar a limpo os contornos do caso. É a terceira vez que este organismo abre um inquérito para investigar a morte de um cidadão do bairro em perseguições policiais.
A primeira foi em 2002, quando ‘Toni’, de 24 anos, foi alvejado com balas de borracha que lhe perfuraram o corpo. Morreu ao intervir numa briga de amigos. Apesar de o agente ter sido absolvido em tribunal, a IGAI aplicou-lhe uma pena de 225 dias de suspensão. Esse ano marcou o início do braço-de-ferro com as autoridades, no bairro.
Com 46 efectivos, a esquadra da Bela Vista conta com 36 operacionais (oito por cada turno de oito horas) para patrulhar um bairro com quase quatro mil moradores e toda a freguesia de São Sebastião, uma das mais populosas do país, com cerca de 52 mil habitantes. O Corpo de Intervenção e uma equipa rápida dão apoio às ocorrências mais difíceis. Apenas sete agentes estão destacados para acções junto de idosos e nas escolas do concelho.
Apesar das promessas do anterior ministro da Administração Interna, este assunto ficou esquecido. Rui Pereira e a autarca de Setúbal nunca chegaram a assinar um contrato local de segurança. O tema voltou agora à agenda política, após os tumultos do fim-de-semana. Na reunião com o actual ministro, esta segunda-feira, Maria das Dores Meira voltou a pedir policiamento de proximidade. «Não nos queixamos da quantidade de polícias. Mas é preciso outra filosofia, outra abordagem nos bairros sociais mais sensíveis», sublinha.
O SOL sabe que Miguel Macedo concordou com esta necessidade, mas lembrou à edil que Setúbal foi o distrito do país mais reforçado em 2012 (só a divisão do concelho de Setúbal recebeu 28 novos polícias). O ministro deu ainda a garantia de que vai ser desbloqueado um programa do IEFP que apoia em dez mil euros várias associações do bairro.
Bem podem reforçar o policiamento o quanto quiserem que nada disso substituirá o melhor reforço possível da segurança, que era a deportação dos «jovens» do bairro de volta para África...
Quanto ao agente policial ameaçado, merece especial louvor e solidariedade de todos os portugueses com dignidade.
4 Comments:
É o habitual nessa gente.
*É o habitual nessa "gente".
Eh, eh, boa correcção...
Eh, eh, boa correcção...
lmao
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