sexta-feira, novembro 16, 2012

HAMBURGO ACEITA FERIADOS OFICIAIS ISLÂMICOS E RELIGIÃO MUÇULMANA NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Na maior potência da Europa Ocidental, Hamburgo foi o primeiro Estado alemão a fazer um acordo histórico com hoste muçulmana residente - o conselho das comunidades islâmicas (Schura), a União Turca Islâmica (Ditib), a associação dos centros culturais islâmicos (VIKZ), a comunidade alevi - ao aceitar oficialmente a instituição de feriados islâmicos e de instrução religiosa muçulmana na escola pública. Doravante, professores muçulmanos irão estar diante das turmas do mesmo modo que os pedagogos protestantes.
Até na dita «Direita» liberal se levantou a lebre de que tal acordo viola o princípio de separação entre a Religião e o Estado...
O acordo foi lançado em 2007 pelo presidente da câmara de Hamburgo, Ole von Beust e também visa garantir a adesão muçulmana aos princípios da tolerância religiosa e da igualdade de género. Mas, como avisa Anna von Treuenfels, do partido dos Democratas Livres, alerta para a formulação imprecisa da questão do vestuário religioso muçulmano. Peter Albrecht, da direcção escolar de Hamburgo, alega que nesse caso não haverá problema porque «assim que a roupa tiver um efeito despersonalizante, os limites foram ultrapassados e vestir tal indumentária não será permitido», o que, efectivamente, se afigura como valente aldrabice para fingir que os muçulmanos estão a fazer tantas cedências como a cambada governante de Hamburgo, dado que a questão da despersonalização é das mais vagas e discutíveis que pode haver e não é de todo impossível que de hoje para amanhã venha um peteralbrecht argumentar qualquer coisa como
 
«de facto, desde o acordo temos crescido muito, como seres humanos abertos ao mundo, e começámos a perceber as nuances e múltiplas complexidades de culturas tão diversas que nos eram e ainda são algo alheias, e começámos a perceber que afinal a despersonalização por via da indumentária era sobretudo um fantasma criado por uma cultura ocidental obsessivamente individualista...» e etc., já se lhes conhece a pinta e o estilo...
 
Porque a verdade é que, em matéria de cedências concretas, só a a elite reinante em Hamburgo as fez. Trata-se pois de mais um recuo da identidade europeia diante de uma pujante e activa invasão cultural alógena.