PNR DENUNCIA VIOLÊNCIA DAS NOVAS MEDIDAS IMPOSTAS PELO GOVERNO AO POVO
Passados cinco dias de terem apresentado as novas medidas de austeridade a Bruxelas, os capatazes da Troika apresentaram-nas aos portugueses. Compreensível: primeiro têm de informar o amo e só depois os súbditos.
No seu tom habitual, como quem dá uma aula aos meninos do infantário, o Ministro bombardeou-nos com 25 minutos de um discurso enfadonho, onde pretendeu provar a sua capacidade técnica no campo da economia e elogiar a actuação do Governo.
Primeiro com o único valor positivo da actividade económica, o aumento das exportações, que, conjugado com a diminuição das importações, tende a equilibrar a balança de transacções. Uma completa falácia: o aumento das exportações deve-se sobretudo à diminuição dos custos de trabalho em 1,1%, o que nos leva para cenários aterradores de politicas concertadas para baixar os custos da mão de obra no sul da Europa a níveis que, subtraindo os custos de transporte e adicionando a mão de obra qualificada, transformem esta zona na China europeia, onde os trabalhadores apenas sobrevivem e as empresas são alemãs, francesas ou inglesas.
Depois, convém não esquecer que 10% do aumento das exportações se deve ao ouro: estão a levar-nos os anéis e, qualquer dia, também os dedos. Por fim, é de acrescentar que, no que toca à exportação de produtos agrícolas a granel, exportamos para depois importarmos embalado, um círculo vicioso que só beneficia quem compra barato para vender muito mais caro.
O Ministro falou depois no corte da despesa, como se de um milagre económico se tratasse, quando sabemos que esse corte é obtido essencialmente à custa de despedimentos e redução de salários.
Para a segunda parte do discurso estavam guardadas as novas medidas de austeridade, que insistem no já falhado sistema de aumento de impostos. O aumento de impostos tem conduzido à diminuição das receitas e ao aumento da economia paralela, pelo que os aumentos agora anunciados vão produzir o mesmo efeito, exceptuando talvez os impostos sobre o trabalho, que travestidos de justiça social, vão penalizar mais uma vez as classes médias.
Os cortes na despesa vão incidir mais uma vez na educação, na saúde e nas forças de segurança, o que só significa pior saúde, ensino tipo terceiro mundo e mais criminalidade.
Continuam isentos de sacrifícios os principais responsáveis pela crise: o capital financeiro, para quem até são dados benefícios como é o caso do BPN.
E cortes nas PPP? Nada, ou em negociações eternas. Encerramento de fundações e institutos que nada produzem e só dão despesa? Quase nada. Taxar o capital que sai para offshores? Nada. Impedir a saída de sedes de grandes empresas para o estrangeiro? Igualmente nada.
Enfim, mais do mesmo, que só cria desemprego, contracção económica, encerramento de empresas, dependência externa, num diabólico plano organizado para destruir o que resta do País.
5 Comments:
destruir o que resta do País.
e do hemisferio
O PNR fala, fala, fala...mas nunca apresenta soluções crediveis!
Só o nacionalismo que privilegia os laços com o mundo lusófono nosso irmão tem a solução para os problemas de Portugal. Uma parte da nossa solução, passa por isto:
http://blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/portugal-pode-salvar-se-da-crise-com-apoio-dos-paises-lusofonos-diz-secretario-cplp/
PNR disse…
«(…) continuam isentos de sacrifícios os principais responsáveis pela crise: o capital financeiro, para quem até são dados benefícios como é o caso do BPN. E cortes nas PPP? Nada, ou em negociações eternas. Encerramento de fundações e institutos que nada produzem e só dão despesa? Quase nada. Taxar o capital que sai para offshores? Nada. Impedir a saída de sedes de grandes empresas para o estrangeiro? Igualmente nada.»
Com efeito, a grande imoralidade das novas medidas anunciadas pelo governo é, mais uma vez, a ausência de propostas que conduzam à redução da despesa pública de uma forma contundente e expressiva (em termos do montante poupado).
Pedir sacrifícios (dinheiro) sempre aos mesmos sem nada fazer no seu próprio quintal só pode gerar revolta e indignação.
E pior, pode levar o eleitorado a aderir às ideias suicidas da extrema-esquerda.
«Uma parte da nossa solução, passa por isto:»
Isso seria saltar da frigideira para o fogo. Mal por mal, mais vale a crise, nem que tenhamos de ir viver para cavernas.
Não é só taxar os consumidores… há que ‘EQUILIBRAR A COISA’.
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-> Taxar os investidores… vai prejudicar o crescimento da economia…
-> Taxar os consumidores (em particular, os trabalhadores por conta de outrém)… vai provocar uma diminuição no consumo… logo… vai prejudicar o crescimento da economia…
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-> Face à existência duma dívida para pagar… deve-se ‘EQUILIBRAR A COISA’:
- taxar consumidores…
- e também taxar investidores: um exemplo, uma taxa sobre transacções financeiras em bolsa (vulgo Taxa Tobin).
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