sexta-feira, outubro 05, 2012

Lues, 09 de Junho de 2778 AUC

PNR DENUNCIA VIOLÊNCIA DAS NOVAS MEDIDAS IMPOSTAS PELO GOVERNO AO POVO

Passados cinco dias de terem apresentado as novas medidas de austeridade a Bruxelas, os capatazes da Troika apresentaram-nas aos portugueses. Compreensível: primeiro têm de informar o amo e só depois os súbditos.
No seu tom habitual, como quem dá uma aula aos meninos do infantário, o Ministro bombardeou-nos com 25 minutos de um discurso enfadonho, onde pretendeu provar a sua capacidade técnica no campo da economia e elogiar a actuação do Governo.
Primeiro com o único valor positivo da actividade económica, o aumento das exportações, que, conjugado com a diminuição das importações, tende a equilibrar a balança de transacções. Uma completa falácia: o aumento das exportações deve-se sobretudo à diminuição dos custos de trabalho em 1,1%, o que nos leva para cenários aterradores de politicas concertadas para baixar os custos da mão de obra no sul da Europa a níveis que, subtraindo os custos de transporte e adicionando a mão de obra qualificada, transformem esta zona na China europeia, onde os trabalhadores apenas sobrevivem e as empresas são alemãs, francesas ou inglesas.
Depois, convém não esquecer que 10% do aumento das exportações se deve ao ouro: estão a levar-nos os anéis e, qualquer dia, também os dedos. Por fim, é de acrescentar que, no que toca à exportação de produtos agrícolas a granel, exportamos para depois importarmos embalado, um círculo vicioso que só beneficia quem compra barato para vender muito mais caro.
O Ministro falou depois no corte da despesa, como se de um milagre económico se tratasse, quando sabemos que esse corte é obtido essencialmente à custa de despedimentos e redução de salários.
Para a segunda parte do discurso estavam guardadas as novas medidas de austeridade, que insistem no já falhado sistema de aumento de impostos. O aumento de impostos tem conduzido à diminuição das receitas e ao aumento da economia paralela, pelo que os aumentos agora anunciados vão produzir o mesmo efeito, exceptuando talvez os impostos sobre o trabalho, que travestidos de justiça social, vão penalizar mais uma vez as classes médias.
Os cortes na despesa vão incidir mais uma vez na educação, na saúde e nas forças de segurança, o que só significa pior saúde, ensino tipo terceiro mundo e mais criminalidade.
Continuam isentos de sacrifícios os principais responsáveis pela crise: o capital financeiro, para quem até são dados benefícios como é o caso do BPN.
E cortes nas PPP? Nada, ou em negociações eternas. Encerramento de fundações e institutos que nada produzem e só dão despesa? Quase nada. Taxar o capital que sai para offshores? Nada. Impedir a saída de sedes de grandes empresas para o estrangeiro? Igualmente nada.
Enfim, mais do mesmo, que só cria desemprego, contracção económica, encerramento de empresas, dependência externa, num diabólico plano organizado para destruir o que resta do País.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

destruir o que resta do País.

e do hemisferio

5 de outubro de 2012 às 03:42:00 WEST  
Anonymous Portugal, Nação do Minho até Timor! said...

O PNR fala, fala, fala...mas nunca apresenta soluções crediveis!
Só o nacionalismo que privilegia os laços com o mundo lusófono nosso irmão tem a solução para os problemas de Portugal. Uma parte da nossa solução, passa por isto:

http://blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/portugal-pode-salvar-se-da-crise-com-apoio-dos-paises-lusofonos-diz-secretario-cplp/

5 de outubro de 2012 às 04:55:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

PNR disse…
«(…) continuam isentos de sacrifícios os principais responsáveis pela crise: o capital financeiro, para quem até são dados benefícios como é o caso do BPN. E cortes nas PPP? Nada, ou em negociações eternas. Encerramento de fundações e institutos que nada produzem e só dão despesa? Quase nada. Taxar o capital que sai para offshores? Nada. Impedir a saída de sedes de grandes empresas para o estrangeiro? Igualmente nada.»


Com efeito, a grande imoralidade das novas medidas anunciadas pelo governo é, mais uma vez, a ausência de propostas que conduzam à redução da despesa pública de uma forma contundente e expressiva (em termos do montante poupado).

Pedir sacrifícios (dinheiro) sempre aos mesmos sem nada fazer no seu próprio quintal só pode gerar revolta e indignação.

E pior, pode levar o eleitorado a aderir às ideias suicidas da extrema-esquerda.

5 de outubro de 2012 às 17:55:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Uma parte da nossa solução, passa por isto:»

Isso seria saltar da frigideira para o fogo. Mal por mal, mais vale a crise, nem que tenhamos de ir viver para cavernas.

5 de outubro de 2012 às 23:32:00 WEST  
Anonymous menvp said...

Não é só taxar os consumidores… há que ‘EQUILIBRAR A COISA’.
.
-> Taxar os investidores… vai prejudicar o crescimento da economia…
-> Taxar os consumidores (em particular, os trabalhadores por conta de outrém)… vai provocar uma diminuição no consumo… logo… vai prejudicar o crescimento da economia…
.
-> Face à existência duma dívida para pagar… deve-se ‘EQUILIBRAR A COISA’:
- taxar consumidores…
- e também taxar investidores: um exemplo, uma taxa sobre transacções financeiras em bolsa (vulgo Taxa Tobin).

8 de outubro de 2012 às 00:26:00 WEST  

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