sexta-feira, outubro 26, 2012

DESTRUÍDAS NOS MONTES ATLAS GRAVURAS RUPESTRES DE CULTO SOLAR DE HÁ OITO MILÉNIOS

Em Marrocos, gravuras rupestres de há oito mil anos, sitas nos montes Atlas, representando o Sol como Divindade, foram recentemente destruídas por muçulmanos salafistas, segundo informação da organização Liga Amazigh dos Direitos Humanos.
Os Amazigh são os Berberes, grupo étnico de algum modo marginalizado pelos conquistadores árabes, que trouxeram o Islão. Aboubakr Anghir, membro deste grupo, alega que «uma das gravuras, denominada "a placa do Sol", antecede a chegada dos Fenícios a Marrocos. Localiza-se num bem conhecido local arqueológico na planície de Yakour, a sul de Marraquexe, a vinte quilómetros do Monte Toubkal.»
Anghir prossegue: «Há muitos grupos salafistas activos na região e não é a primeira vez que estes locais pré-islâmicos foram atacados. Enviámos uma mensagem ao Ministério da Cultura mas ainda não recebemos resposta
 
E porquê?
 
Porque o salafismo, facção radical do Islão sunita, com origem ou parentesco saudita, proíbe tudo o que tenha a ver com a «idolatria» - e ganhou especial vigor com a chamada «Primavera Árabe», como os islamófobos mais paranóicos esperavam que acontecesse...
 
Ganharam força em Marrocos e no resto do mundo árabe em revolta, claro - no norte do Mali, por exemplo, radicais islamistas destruíram antigos santuários, considerados parte do Património da Humanidade, por os considerarem idólatras.
 
Aqui há tempos as forças islâmicas que tomaram o Afeganistão destruírem famosas estátuas de Buda em Bamiyan, no Ocidente até houve quem, à boa maneira sentimentalóide e walt-dísnica da elite reinante, dissesse que aquilo foi um «protesto» e «um pedido de ajuda!» ao Ocidente, e ao mesmo tempo alguma espécie de bofetada sem mão, como se houvesse no caso uma vontade de confrontar os Ocidentais com a sua suposta culpa histórica - pudera, é só culpa que a elite tem dentro da formatada cachola, não admira que depois a projecte a torto e a direito. Ora a destruição dos «Budas» de Bamyian faz todo o sentido à luz do pensamento islamista, o mesmo que agora levou à destruição das gravuras rupestres solares do Atlas: o puro totalitarismo espiritual da religião do deserto, activo ainda, tanto quanto é ardente e dinâmico o movimento do Islão no mundo árabe ou onde quer que haja muçulmanos, constituindo por isso inegável ameaça à liberdade e identidade de todas as outras culturas do planeta, a ocidental incluída.

Abençoada pois a façanha de Hércules, que separou o norte de África da Europa...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nunca mais me esqueço daquele atentado contra a cultura de um povo que foi a destruição do conjunto arquitectónico dos budas de bamyan, às mãos daqueles fanáticos - doidos, para ser mais directo - talibãs.
além disso a cultura pré-islâmica está totalmente silenciada no irão, por exemplo, onde houve um passado civilizacional notável (aqueménidas, sassânidas, a bela religião zoroástrica, etc.), e no egipto, seja em relação ao egipto farónico, seja aos pacíficos coptas, perseguidos pelas autoridades islâmicas.
o islão não aceita a diferença cultural, destrói-a e impõe o seu quadro de valores, sem diálogo.

30 de outubro de 2012 às 11:03:00 WET  

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