sexta-feira, agosto 17, 2012

GOVERNO MAGIAR VALORIZA LIGAÇÃO ETNO-POLÍTICA AO ORIENTE

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia especialmente significativa e mui esclarecedora: http://www.presseurop.eu/pt/content/article/2532571-viktor-orban-procura-um-berco-e-salvacao-na-asia (artigo originalmente escrito sob o novo aborto ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa):
Ostracizado na Europa pelos abusos de autoridade, o Governo húngaro está empenhado numa política “de abertura a Leste”. Em busca de novos aliados no Oriente, invoca presentemente a suposta descendência das tribos da Ásia Central dos húngaros, um outro mito alimentado pela extrema direita magiar.
De certa forma, a Europa, os mercados financeiros e os investidores já estão habituados à política económica pouco ortodoxa do Governo de Viktor Orbán.
Mas eis que bem no meio do Verão, com as bolsas aparentemente de férias, o partido húngaro no poder decidiu fazer uma surpresa e apoiar um obscuro festival que favorece os laços entre a nação húngara e as tribos da Ásia Central no quadro do turanismo [corrente ideológica que pugna pela união dos descendentes das tribos turcófilas da Ásia Central]. Por sua vez, este movimento está ligado à actual e à antiga extrema direita húngara. É, seguramente, mais um assunto explosivo entre Budapeste e o resto da Europa.
Nos passados dias 10, 11 e 12 de Agosto, cerca de 250 mil pessoas participaram na puszta [tipo de estepe húngara], perto da pequena localidade de Bugac, no centro do país, no quarto festival Kurultaj, um encontro entre as tribos e os povos que reivindicam a tradição do turanismo.
Considera-se desde logo que os turanistas são oriundos do Irão e da Turquia, antes de alguns povos da Ásia Central reclamarem, mais tarde, a descendência dos turanistas. Mas hoje em dia a maior parte dos especialistas são unânimes em afirmar que esta última teoria não passa de uma lenda moderna.

Na Hungria, o turanismo – a ideia de que os húngaros são descendentes dos turanistas – ganhou popularidade entre as facções de direita, em particular durante o período entre guerras. Uma parte da elite húngara pretendia assim ultrapassar o complexo Tratado de Trianon, segundo o qual a Hungria perdia dois terços do território e um terço da população.
Mais perigoso do que o Turan I – o único tanque húngaro da II Guerra Mundial, construído pela Škoda –, o turanismo constitui um elemento da ideologia fascista húngara liderada por Ferenc Szálasi. Os atuais membros e correligionários do partido de extrema direita – Jobbik –, que se distingue, nomeadamente, pelo grau de abertura às teses anti-semitas, fazem referência directa à herança de Ferenc Szálasi.
Com um toque de cinismo e de ironia, poderíamos avançar com a ideia de que não é apenas com a ideologia que o Jobbik apoia publicamente as declarações anti-semitas dos dirigentes iranianos, mas também por estar convencido de que os húngaros e os iranianos têm os mesmos antepassados.


“Recuperar as raízes da nação húngara
Este ano, o festival de Kurultaj de Bugac que, até agora, esteve sempre associado ao Jobbik, foi pela primeira vez um evento semi-oficial. Segundo a agência de notícias MTI, Márton Gyöngyösi, o vice-presidente do Jobbik (e também actual vice-presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento), por ocasião de uma conferência de imprensa organizada no passado fim de semana, insistiu na necessidade de se recuperar as raízes da nação húngara a Leste e a mentira da teoria fino-húngara que “os inimigos dos húngaros tentaram instilar neles”.
Gyöngyösi saudou a política oficial “de abertura a Leste” do Governo. Mas, para Budapeste, esta procura de aliados na Ásia não passa de uma tentativa de compensar o seu actual isolamento diplomático na Europa. Neste sentido, um turanismo renovado seria o ideal.
Sándor Leszák, vice-presidente do Fidesz [partido do Governo de Viktor Orbán], recebeu os chefes tribais no parlamento e o Governo contribuiu com 70 milhões de forintes [cerca de 251 mil euros] para a organização do evento. No passado fim de semana, foi possível ver velhos em trajes folclóricos sentados nas poltronas parlamentares arte-nova e assistir a diversas cenas de combate e demonstrações de caça ao falcão.


Cada vez mais perto da extrema-direita
Mas este evento talvez não seja tão estranho como isso. O diário pró-governamental Magyar Nemzet entrevistou, por exemplo, um uigur emigrado na Alemanha, para quem a evocação (mítica) das raízes está intimamente ligada à luta contra a opressão na região autónoma uigur, na China. Agradeceu aos “irmãos húngaros” o facto de poder relembrar a cultura e os costumes do seu povo.
Depois da recente “reabilitação” de Miklós Horty, o ditador do período entre guerras, cujo nome figura novamente em algumas ruas, e das críticas internacionais de que a Hungria foi alvo por causa do anti-semitismo crescente que reina no país, a exploração conjunta pelo Governo e pelos fascistas da mitologia do turanismo pode levar a que se pense que Viktor Orbán e o seu partido estão mais próximos do Jobbik do que os europeus possam imaginar.
E isto sucede independentemente dos intuitos práticos e das jogadas estratégicas que o autor do artigo de imprensa acima atribui ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orban.  Outra coisa aliás não seria de esperar da parte de um jornalista ocidental, portanto, de alguém profundamente mergulhado no caldo sócio-cultural da elite reinante no Ocidente, que é anti-racista por militância e apátrida por natureza, gente sinceramente incapaz de entender o valor real da etnicidade, daí que quando encaram casos destes fiquem sempre um bocado a nadar em perplexidade e acabem por optar pelo processo de intenções gratuito: «o gajo 'tá a falar de quê, de etn... et quê?... Nah, aquilo deve ser algum truque, mas quem é que acredita em etn... em coisas dessas...»

De uma maneira ou doutra, trata-se aqui de mais uma confirmação do que tenho dito - a ancestralidade étnica joga um papel crucial na definição identitária.
Um Povo, por mais alvo de pele que seja, por mais geneticamente europeu que se comprove ser, terá sempre de olhar para trás no seu passado, olhar até à raiz, para se definir: e os Húngaros, conquanto sejam europeus, não são, sem embargo, arianos, pois que ao olharem para a sua origem vêem uma raiz não ariana, que a ciência linguística diz ser fino-úgrica mas a hoste nacionalista da velha guarda magiar diz ser túrquica, tanto faz, para o caso - indo-europeia é que não é. Como diz o Povo, quem é vivo sempre aparece - e enquanto houver Nação, existe a memória étnica da Nação que, mesmo que adormeça, pode a qualquer momento despertar e vir ao de cima.


13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se valorizam as ligações ao oriente fazem mal. Porque eles são culturalmente orientais mas geneticamente são europeus.

17 de agosto de 2012 às 20:57:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas os húngaros actuais não são etnicamente mais próximos dos finlandeses do que dos turcos?

17 de agosto de 2012 às 21:01:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

<>

Assim tb o vejo! Estao a valorizar raízes asiáticas, é o Putine a fazer escola na Europa.

17 de agosto de 2012 às 23:49:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

<>

e dos estonianos tb, mas, ao que parece, eles estao a negar essa identidade.

18 de agosto de 2012 às 01:57:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O epicentro do indo-arianismo é na Ásia Central. Houve migrações para o Irão e Índia, e outras migrações para a Europa. Daí haver uma ligação entre essas regiões.

Isto para dizer que as ligações ancestrais e culturais da Europa estão ligadas ao Oriente, para não falar no Cristianismo.

O termo ariano como raça é uma invenção do século XIX, numa altura onde a Europa dominava o mundo inteiro, e onde culminou a aberração que foi o nazismo.

Agora caminhamos nas próximas décadas para o equilibrio, onde as nações não-europeias geram os seus destinos, e essas ideias idiotas de supremacia irão terminar.

18 de agosto de 2012 às 14:18:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

São brancos europeus, apenas isso interessa, ou acima de tudo. Os turcos são asiáticos e muçulmanos, inimigos da Europa branca.

18 de agosto de 2012 às 15:39:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O termo ariano como raça é uma invenção do século XIX, numa altura onde a Europa dominava o mundo inteiro, e onde culminou a aberração que foi o nazismo.


falso ,os próprios arianos sempre se viram como raça.prova disto é o sistema segregacionista de castas chamado varna-que em sânscrito significa cor- criado na índia pelos mesmos, com objetivo de dividir a sociedade entre arianos e não arianos.

20 de agosto de 2012 às 02:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"e onde culminou a aberração que foi o nazismo."


lol o nazismo é "aberração". o marxismo cultural é que deve ser "normal" :) hehehe
esta gente tem os miolos todos virados do avesso.

20 de agosto de 2012 às 15:46:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Agora caminhamos nas próximas décadas para o equilibrio, onde as nações não-europeias geram os seus destinos, e essas ideias idiotas de supremacia irão terminar."


e quem falou de supremacia? os teus donos esquerdistas é que têm ideias de supremacia e até de genocídio...

20 de agosto de 2012 às 15:47:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«e tu ,caturo ,se voltar la atras ,bem la atras ,vai ver que não passa de um preto»

Cala-te, deficiente com ar de mongolóide, um preto lá atrás tens tu no cu. Um autista que como tu considera para aí meia Europa como mulata já mostrou que não percebe corno de raças e vê tudo pelos seus colonizados olhos de brasuca americanizado.

É dessa educação defeituosa e cretina, essencialmente materialista e bronca de todo, que vem o desprezo por tudo o que não seja biológico, até porque isso de culturas, línguas, religiões, é tudo coisa muito complicada e dá muito trabalho ler, mais vale um gajo ficar-se por ler meia dúzia de tiradas sacadas daqui e dali e dar o seu cretino parecer sobre a raça de cada um, isso assim é que é catita.

De resto, um complexado, que até mostra a fuça na Internet só para mostrar que é branco, fica perfeitamente ridículo ao chamar complexados aos outros, ainda por cima metendo aldrabices pelo meio, já que não tem mesmo nada de jeito para dizer.


20 de agosto de 2012 às 23:03:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

e quem falou de supremacia? os teus donos esquerdistas é que têm ideias de supremacia e até de genocídio...

bem notado

ate dizem que psd(b) é extrema direita pra levar todas as eleições e nunca enfrentar oposição real

28 de agosto de 2012 às 07:59:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

ar de mongolóide

mongoloide não sei, mas turanianizado

ou sub-isso pelo neurotipo

alem disso ninguem sabe a procedencia genetica

28 de agosto de 2012 às 08:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

De resto, um complexado, que até mostra a fuça na Internet só para mostrar que é branco, fica perfeitamente ridículo ao chamar complexados aos outros, ainda por cima metendo aldrabices pelo meio, já que não tem mesmo nada de jeito para dizer.

quem arrisca a identidade apenas pra provar isso e aquilo pra menos de meia duzia de desconhecidos e até se arriscando diante do zog ja evidencia sub-turanianização do sub-cortex e dna..hehe

28 de agosto de 2012 às 08:01:00 WEST  

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