TROIKA CONSIDERA A HIPÓTESE DE ACABAR DE VEZ COM OS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL...
A “troika” não exclui que o corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos portugueses venha a ter carácter permanente.
O fim do 13º e do 14º mês deverá durar até 2013, enquanto durar o programa de ajustamento, mas na apresentação da mais recente avaliação da implementação deste programa por Portugal, Peter Weiss, o chefe adjunto da missão da “troika”, não descarta a possibilidade de tal medida vir a assumir carácter permanente.
“Teremos que ver isso. Por agora, por razões constitucionais a duração é de dois anos, teremos que ver se isto se tornará uma medida permanente ou não, mas isso agora não foi discutido”, afirmou.
Na apresentação do relatório, Weiss destacou ainda o aumento do desemprego e os seus custos orçamentais como a principal preocupação dos credores internacionais. Por isso, a “troika” defende que Portugal reduza ainda mais a duração do subsídio de desemprego prevista para os trabalhadores com mais de 20 anos de serviço.
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O mais abjecto da notícia é que esta eventualidade, a dos subsídios de férias e de Natal serem definitivamente cortados pela elite político-económica em conluio com o patronato mais influente, foi prevista pelos contestatários da Esquerda operária mais radical, daquela que pouca gente leva a sério precisamente mercê do seu radicalismo, acontecendo muitas vezes o mesmo com o discurso dos militantes de Direita mais aparentemente «paranóicos». Ora quando as previsões de quaisquer destes extremistas se concretizam, um indivíduo que se tenha na conta de relativamente moderado e de bom senso dificilmente pode evitar a raiva da indignação por ver como é afinal primária, não a previsão catastrofista, mas a própria realidade - a própria realidade é primária, é grosseira, e os «sofisticados» e «moderados» enganaram-se à grande quando estimavam que «tudo iria ao sítio» sem demasiados atropelos. Um indivíduo moderado e de bom senso não acreditava que a cambada reinante estava destarte a fazer a cama para suprimir de vez uns quantos salários e direitos dos trabalhadores, tal como terá talvez dificuldade em acreditar nos seus olhos e ouvidos ao constatar que do mais alto da hierarquia político-económica já se fala seriamente nessa possibilidade.
Poderá vir a acontecer que muitos e muitos cidadãos, anteriormente moderados, comecem a fazer patrulhas nas estradas e bairros, de maneira que não mais um só Mercedes, BMW, Maserati ou similar bisarma do asfalto, propriedade de algum empresário ou político, tenha autorização de circular por aí, enquanto ao menos não for reposta a merda dos já de si magros subsídios de férias e de Natal da maioria, quanto mais não seja porque sem subsídios natalícios não há comércio natalício de jeito, o que só aumenta a pobreza do(s) país(es)...
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