SOBRE A SANTA COMPANHA...
Aconselha-se a leitura deste valioso artigo sobre um dos principais mitos do folclore da faixa ocidental hispânica e, de resto, do mundo indo-europeu - o da Cavalgada Selvagem e da relação dos Deuses da morte com os homens:
Salientam-se seguidamente algumas partes que parecem especialmente significativas:
Como podemos observar existe uma relação entre a chamada caçaria selvagem com a iniciação dos guerreiros e especialmente os caçadores. Esta ideia é a que reflectem as narrações célticas da Irlanda e Gales, mas também certos petróglifos galegos e a pintura de Orca dos Juncães. O caldeiro de Gundestrup também reflecte uma destas cenas. São todos eles uma série elementos que estão espargidos pela nossa geografia mítica, mas se fizermos uma analise holística poderemos ver é o fenómeno do que estamos a falar. Há elementos na Galiza que nos fazem pensar nessa ideia mas também na sua continuidade através dos tempos. São os jazigos da Paróquia de Oburiz, com a que dei graças ao Prof. André Pena Granha (1).
Na paróquia de Oburiz (Guitiriz) existe uma porta que tem mais de 3000 anos. Uma porta ao Além. Esta porta é uma gravura dum petróglifo da Idade do Bronze que é a representação mais antiga de Europa duma porta do "Hades". Ela só poderá ser trespassada por alguns, segundo o Prof. André Pena "...é o trânsito vertical ao submundo, reservado aos nobres e cavalheiros, por uma porta aberta numa rocha". Isto não é tudo, pois nos tempos da velha Kalláikia, nessa paróquia, dedicaram duas aras votivas aos Lares Viários, deuses psycopompos e dos caminhos.
Por se fosse pouco, também existe a representação duma tríade não muito clara. Com a chegada do cristianismo as crenças arredor dos deuses e as aparições dos caminhos, assim como o perigo das encruzilhadas, seguia vivo. É por isso que se começaram a pôr cruzeiros, nos que três deste lugar se dirigiam ao petróglifo, à porta do Além, que seriam deslocados para uma encruzilhada ao pé da igreja de Oburiz. Um dos cruzeiros desta igreja que chama a nossa atenção, apresenta dous laços e um galo sobre eles... Citando de novo ao Prof. André Pena: "Na cruz representam-se dous laços psychopompos para atar as almas como o cordão de San Francisco. O galo fez que se lhe equiparasse com o Mercúrio". São os mesmos laços que levam Bândua e Ogmios/Ogma, os mesmos laços que levam as Ânimas de cara o Além. (...) É sabido que durante milhares de anos existiu uma continuidade em torno a uma ideia: a dos exércitos da noite e a da condução das Ânimas por deuses obscuros.
(...)
A Santa Companha é um popular nome literário para a Companha, mas tradicionalmente não é esse o seu nome; é Companha, mas de Santa não tem nada. Pode que cada paróquia tenha a sua, uma procissão de mortos que segundo alguns afirmam está dirigida pelo morto mais antigo da paróquia; é quem chama aos demais mortos para se erguerem e começarem o seu caminho.
(...)
Há duas personagens que em ocasiões dirigem a comitiva e que nos interessam especialmente: O Bode e a Estadeia. A Estadeia é um fantasma alto que vai coberto com um sudário do qual lhe, sobressai uma caveira com olhos vermelhos e que bota baforadas pela boca. Para alguns a Estadeia dirige uma comitiva distinta à Companha; uma comitiva mais agressiva que captura e maltrata à gente. A Estadeia pode apresentar-se só como agoiro de morte sendo similar ao Ankou bretão que dirige as Anaon.
(...) para os povos celtas as Ânimas iam ao Além dirigindo-se de cara o Oeste, seguindo os deuses dos laços e embarcando-se rumo as Ilhas da Eterna Juventude. A crença na companha e a crença nas Ânimas que percorrem os caminhos é uma continuidade das velhas ideias dos nossos antepassados celtas no que diz respeito da morte e a última viagem. Nesta tem-se como condição prévia à ida definitiva o ficar certo tempo na terra.
(...) Os antigos celtas tinham esta ideia, se bem situavam as Ilhas do Além (Tir naN Og) lá onde o sol se oculta. Isso não era obstáculo para contatar com frequência com os espíritos do Sidh. De facto, a companha aparece por vezes voando e dirigindo-se a certas Ilhas com rumo Oeste. Isto indica que na mitologia galega perdurou a ideia da viagem as Ilhas do Além.
São muitas as evidências que nos indicam que os seres da noite que dirigem "as Companhas" são uma lembrança dos velhos deuses condutores de Ânimas. Deuses aos que se vinculavam os guerreiros e que se apareciam na noite no seu eterno caminhar. Cães, cadeias, tambores, direção até certos encraves....eis a herança da caçaria selvagem, dos exércitos da noite e dos deuses obscuros.
(...)
Sabido é pelos antropólogos que as Ânimas dirigidas pelos deuses dos laços seguiam um roteiro, um caminho bem conhecido desde faz milénios que conduzia as Ilhas do Além. Um caminho que é a projeção da Via Láctea na terra e que segue o trânsito solar. O caminho de Santiago e o de Santo André são a lembrança desse velho caminho. Se Setanta (Cuchulainn) e Santo André são os caminhantes, se Ogmios/Ogma é o caminho...que caminho é que faziam os caminhantes? E quem era esse deus "sem nome" que os aguardava?.....
(...)
5 Comments:
lol
os neopaganistas fazem aquilo que diem que é a igreja que faz
lol
«Um caminho que é a projeção da Via Láctea na terra e que segue o trânsito solar. O caminho de Santiago e o de Santo André são a lembrança desse velho caminho. Se Setanta (Cuchulainn) e Santo André são os caminhantes, se Ogmios/Ogma é o caminho...que caminho é que faziam os caminhantes? E quem era esse deus "sem nome" que os aguardava?.....»
lol
«os neopaganistas fazem aquilo que diem que é a igreja que faz»
Charápe, beato, não percebes a real ponta de um corno.
beato é o D. Nuno Alvares Pereira, S. Nuno.
Já disse inúmeras vezes e torno a repetir, paganismo é assunto para
idiotas, qualquer pessoa que raciocine não aceita esta imbecilidade de deuses do trovão, da chuva, dos raios, dos caralhos, das conas, etc, etc. Bonequinhos de matéria inanimada, é somente isto que são. Quando estiveres a queimar no inferno de nada adiantará pedir ajuda a essas falsidades escrotas, pois tais imundícias não existem.
Arrependa-se enquanto ainda tens tempo e abandone essas abominações
pervertidas.
«Já disse inúmeras vezes e torno a repetir,«
Mas o que tu dizes não se escreve, ou escreves tu, que é a mesma merda. Os Paganismos são de facto as únicas religiões que interessam à verdadeira Europa e o resto é merda, particularmente a merda em que tu acreditas, a do judeu morto que sofreu na cruz e que bateu soneca ao sábado para depois ir a uma almoçarada com os amigos no domingo, antes de trepar pelo céu acima. Podes bem cagar nas tuas crenças, assim como eu cago em ti. E mete nos cornos que mesmo que fosse para o inferno, era melhor estar no inferno do que no «céu» ao pé de escumalha subserviente e semitizada como tu.
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