segunda-feira, outubro 31, 2011

PRÁTICA DA CREMAÇÃO DISSEMINA-SE EM PORTUGAL

A cremação é, cada vez mais, uma opção dos portugueses, o que tem propiciado o aparecimento de novos projectos de crematórios que nos próximos anos se deverão juntar aos 16 já em funcionamento.  

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas, Nuno Monteiro, disse que, "no decorrer de 2012 e 2013 haverá, pelo menos, mais uns quatro ou cinco fornos crematórios disponíveis". Actualmente, estão a funcionar 14 crematórios em Portugal Continental, sendo o de Elvas aquele que está mais afastado do litoral. Há também um na Madeira e outro nos Açores.
Segundo Nuno Monteiro, em Portugal, em 2010, houve cerca de 110 mil óbitos, sendo que "a taxa de cremação nacional rondou os seis por cento". O crescimento do número de cremações está a ser "bastante acelerado" e, com o ano de 2011 por concluir, o responsável avançou que essa percentagem já subiu para os oito por cento. "Só em Lisboa, 68 por cento dos funerais são para cremação", referiu, explicando que, no entanto, há cremações relativas a óbitos ocorridos fora  desata região.        
 A explicação para esta alteração de hábitos dos portugueses, "inclusive dos católicos praticantes", prende-se, na opinião de Nuno Monteiro, com a mudança de mentalidades e também com questões monetárias. O valor médio nacional de um enterro é de 1500 euros, sensivelmente o mesmo do das cremações.  
(...)

Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, cremavam os seus cadáveres por volta de 1.000 A.C. e os romanos, seguindo a mesma lista de tradição, adoptaram a prática por volta do ano 750 A.C. Nessas civilizações, como a cremação era considerada um destino nobre para os mortos, o sepultamento por inumação ou entumulamento era reservado aos criminosos, assassinos, suicidas e aos fulminados por raios (considerada até então uma "maldição" de Júpiter). As crianças falecidas mesmo antes de nascerem os dentes também eram enterradas.
(...)

O mesmo se aplica na tradição germânica setentrional, segundo Pierre Leveque, na obra «Os Indo-Europeus e os Semitas» - os guerreiros e sábios são incinerados, acreditando-se que desse modo ascendem às alturas do Valhalla, palácio de Odin, Deus das Batalhas e da Sabedoria, enquanto a plebe da terra é inumada e desce a Hel, a Deusa da Morte...
A incineração chega à Europa em força a partir da Idade do Bronze, portanto, na época daquela que é considerada tradicionalmente como a grande chegada dos Povos indo-europeus...

Enquanto isso, a Igreja Católica, por exemplo, permite a cremação se não for feita com a intenção materialista - que reduz a realidade ao que os sentidos podem apreender e o homem a um corpo -, de negação da ressurreição dos corpos, mas até recomenda «vivamente» (ver o catecismo) a prática de enterrar os corpos. A Cristandade quis com isto afastar de vez os ritos funerários pagãos gregos e romanos. Na Idade Média, a cremação chegou a ser proibida, por vezes sob pena de morte se acompanhada de ritos pagãos. O Islão, por seu turno, desaprova categoricamente a prática da cremação. Os Egípcios, bem como os Povos semitas em geral, proibiram a cremação.
O Hinduísmo, pelo contrário, como religião indo-europeia que é, recomenda a cremação; o Budismo, tendo nascido no mesmo contexto étnico ariano, faz o mesmo. No Irão ariano arcaico também a cremação era dominante; o Zoroastrismo proibiu-a, mas não para impor a inumação e sim a entrega dos cadáveres como pasto às aves de rapina, sendo nisso similares aos Celtiberos. Os vizinhos destes últimos, os Lusitanos e afins, cremavam os mortos, motivo pelo qual não há hoje qualquer vestígio físico de corpos lusitanos. Ficou literária e historiograficamente famosa a descrição do funeral de Viriato pelo romano Diodoro:
"O cadáver, magnificamente vestido, foi queimado numa pira, onde sacrificaram numerosas vítimas, enquanto os soldados corriam em volta, formados, empunhando armas e cantando, à maneira bárbara, as suas glórias em honra do herói. Por fim, duzentos pares de guerreiros efectuaram simulacros de combates e não abandonaram o local enquanto o fogo se não extinguiu por completo."

9 Comments:

Anonymous Um leitor que anda com a mania que é um Viking! said...

E tu Caturo, quando morreres queres ser enterrado ou vais deixar expresso, como tua ultima vontade, o desejo de seres cremado?
A cremação em Portugal é em fornos, não tem a pinta de uma cremação na India, feita numa grande fogueira ao ar livre. Pensas que seria razoavel lutar pela criação de espaços de cremação ao ar livre onde os pagãos, como tu e eu, pudessem ser cremados em piras funerárias a céu aberto, à moda Viking?

31 de outubro de 2011 às 19:45:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«A incineração chega à Europa em força a partir da Idade do Bronze, portanto, na época daquela que é considerada tradicionalmente como a grande chegada dos Povos indo-europeus...»


E antes das invasões indo-europeias terem trazido a incineração como é que os nativos europeus tratavam os cadáveres?

31 de outubro de 2011 às 19:53:00 WET  
Blogger Caturo said...

Enterravam os mortos.

31 de outubro de 2011 às 20:02:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Grande video do david Duke:

http://www.youtube.com/watch?v=iTLB3wFM9nU

A dizer muitas verdades, pode exagerar em algumas coisas, mas que aquele governo americano e os mass média são controlados por sionistas cada vez se vê mais que é mesmo.

31 de outubro de 2011 às 20:12:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Pensas que seria razoavel lutar pela criação de espaços de cremação ao ar livre onde os pagãos»

Não me parece necessário... O essencial parece-me ser o elemento ígneo em si... Na Índia, os Parses, seguidores de Zaratustra, têm uma alternativa às «torres de silêncio» (locais elevados onde os cadáveres são colocados para as aves de rapina os devorarem) - a incineração por desscargas eléctricas, o que, simbolicamente falando, não mancha o carácter sagrado do Fogo.

31 de outubro de 2011 às 20:18:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

a palestina foi aceita na unesco

a dhiimi india votou a favor

31 de outubro de 2011 às 20:30:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://omniglot.com/writing/malayalam.htm


Caturo, veja a diferença de pronunciação e entoação entre estas duas línguas: o Malayalam, primeiro. (Família Dravidiana, logo não Indo-Europeia).

31 de outubro de 2011 às 21:11:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://omniglot.com/writing/hindi.htm



E agora, em Hindi, que como é sabido é uma língua Indo-Ariana.
Como do dia para a noite, embora tenha havido influxo das línguas Dravídicas no Sânscrito.

31 de outubro de 2011 às 21:16:00 WET  
Blogger betoquintas said...

eu sou totalmente favoravel à cremação.
mais higiênico, mais prático e evita que o espaço público fique poluído com "campos santos" cristãos.

31 de outubro de 2011 às 21:49:00 WET  

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