domingo, fevereiro 27, 2011

OS ADVOGADOS A DEFENDEREM OS «DIREITOS» DE «ANIMAIS» CONTRA A POLÍCIA...

Carlos Gouveia, o recluso que se auto-intitula de ‘Animal’, foi recebido como um herói na cadeia do Linhó e já ameaçou retomar os comportamentos que levaram o Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP) a usar uma arma de descargas eléctricas – Taser – para o retirar da cela, na cadeia de Paços de Ferreira.
"A partir do dia um, vai haver mais merdum", tem afirmado Carlos Gouveia nos corredores da prisão do Linhó.
Com 28 anos e perto de 150 quilos, o recluso, detido por crimes de furtos qualificados, tráfico de droga e condução ilegal, é conhecido no meio prisional pelo ‘Gordo’ ou ‘Shrek’.
Tem passado por diversos estabelecimentos prisionais e, no último, em Paços de Ferreira, esteve três semanas sem limpar a cela. Defecava no chão, besuntava-se com os excrementos e atirava-os aos guardas e aos enfermeiros. A situação tornou-se insustentável e o GISP retirou-o de cela, em Setembro do ano passado, com o recurso à Taser. O vídeo da intervenção foi agora tornado público. "Da forma como estava o chão da cela, qualquer outro meio coercivo tornava-se perigoso para os guardas e para o recluso", justificou uma fonte prisional.
A PJ do Porto está a avaliar se os procedimentos do GISP foram os correctos e os envolvidos serão chamados a depor como testemunhas.

E a (Des)Ordem dos Advogados, o que faz?
Como típica representante da elite reinante, decide o que é costume a elite reinante decidir nestas alturas - culpa os guardas, conforme se lê nesta notícia que o camarada 1143 aqui trouxe:

O bastonário da Ordem dos Advogados anunciou esta sexta-feira que vai participar criminalmente contra o director da prisão de Paços de Ferreira e os elementos do Grupo de Intervenção responsáveis pelo uso de uma arma eléctrica sobre um recluso.
Marinho Pinto anunciou, em conferência de imprensa, que o conselho geral da Ordem aprovou a deliberação e que seguiu já para o Ministério Público a participação pelo crime de "tratamentos cruéis, degradantes e desumanos".
O bastonário exigiu também a demissão "imediata" do director-geral dos Serviços Prisionais, Rui Sá Gomes, considerando-o responsável pela "cultura militarista" que apontou ao sistema prisional português.
António Marinho Pinto referiu que a Ordem irá constituir-se assistente no processo, motivado pelas imagens do vídeo divulgado pelo jornal Público, que o bastonário afirmou mostrarem "um primário exibicionismo e violência gratuita" por parte do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais ou uma "demonstração pedagógica para os guardas prisionais sobre como funcionam aquelas armas".
"Um condenado é condenado a uma pena privativa da liberdade e não da dignidade humana", disse Marinho Pinto, que defendeu que não se tratam os reclusos "como animais".

Um voto de solidariedade para com Rui Sá Gomes e para com os guardas prisionais que têm de lidar com «animais» que não têm sequer a dignidade de animais, e que, para cúmulo, são atacados por quem teria por função defender a Justiça.