POLÍTICO NACIONALISTA RUSSO QUER QUE OS RUSSOS SEJAM PROTEGIDOS NA SUA PRÓPRIA TERRA - AUTORIDADES DE REPÚBLICAS DE MUÇULMANOS QUEREM A SUA DEMISSÃO

Na Rússia
, o líder do Partido Democrático Liberal, Vladimir Zhirinovsky, membro do parlamento russo, está a ser acusado pelas autoridades da Chechénia e do Daguestão de incitar ao «ódio interétnico» com as suas declarações em defesa dos Russos. Isto porque o famoso e polémico Zhirinovski afirmou, no programa Poedinok, no canal russo 1TV, que os Russos étnicos, que constituem cerca de oitenta por cento da Rússia, devem ser protegigos no seu próprio país.

No mesmo programa, Zhirinovsky disse também que a população do Norte do Cáucaso paga menos impostos e recebe mais subsídios do centro federal do que as populações de outras regiões da Federação Russa. Explicou posteriormente que não estava a querer ofender ninguém na Chechénia, apenas a, conforme disse, «falar a respeito do povo russo. A minha posição era sobre a necessidade de proteger o povo russo étnico.»

A respeito dos muçulmanos, declarou, durante o programa, que não há um sentimento anti-tártaro e anti-bashkir na Rússia - o único problema, garante, «é entre Moscovo e o norte do Cáucaso.» E não toda a região, mas apenas três repúblicas, especificou: o Daguestão, a Chechénia e a Inguchétia.

Em reacção, o presidente da Chechénia, Ramzan Kadyrov, afirmou não perceber porque é que Zhirinovsky foi autorizado a dizer o que disse. Afirmou também que está à espera de uma reacção apropriada por parte do Estado e espera igualmente que o partido de Zhirinovsky mude de liderança. Porque, de facto, Kadyrov, muçulmano falsamente moderado, não está em condições de entender, muito menos de aceitar, a chamada liberdade de expressão; acresce que a habitual arrogância imperialista da sua «raça» religiosa - isto é, a «nação» islâmica - fá-lo julgar que pode ditar a um indígena europeu o que este pode e não pode dizer na sua própria terra...

O parlamento checheno foi mais longe: solicitou ao parlamento russo, a Duma, que expulsasse Zhirinovsky e acabasse com o seu partido.

Zhirinovsky, por seu turno, recusa-se a pedir desculpa por aquilo que considera palavras justas que nada tinham de incitação ao ódio.

Comentando o sucedido, o analista Aleksey Malashenko, do Carnegie Moscow Center, disse à imprensa que esta actuação do polémico nacionalista russo irá beneficiá-lo em termos eleitorais.