sexta-feira, janeiro 14, 2011

MILHÕES E MILHÕES DO ERÁRIO PÚBLICO GASTO EM VENCIMENTOS DE FUNDAÇÃO CIDADE DE GUIMARÃES

A política de vencimentos daquela entidade foi definida por despacho do presidente da câmara e o Ministério da Cultura (MC) admite que não tem qualquer controlo sobre a decisão.
O orçamento da FCG para o próximo ano, votado em conselho geral há duas semanas, prevê despesas anuais com pessoal de 1,285 milhões de euros. A fundação vai manter-se em funções até ao final de 2015, pelo que a factura dos vencimentos dos responsáveis pela Guimarães 2012 vai chegar quase aos oito milhões de euros.
A maior fatia desta verba destina-se à administração, que custa 600 mil euros por ano à fundação de capitais maioritariamente públicos. A presidente do CA, Cristina Azevedo, aufere 14.300 euros mensais, enquanto os dois vogais executivos, Carla Martins e João B. Serra, recebem 12.500 euros por mês. No mesmo órgão tem ainda assento Manuel Alves Monteiro, vogal não executivo, que recebe dois mil euros mensais pelo cargo.
Também os membros do conselho geral, onde têm lugar, entre outros, Adriano Moreira, Eduardo Lourenço e Diogo Freitas do Amaral, recebem 300 euros de senha de presença em cada reunião daquele órgão. O ex-Presidente da República Jorge Sampaio, que preside ao conselho geral aufere 500 euros por reunião.
Apesar de ter investido 3,7 milhões de euros na criação da FCG - durante a liderança de Pinto Ribeiro -, o MC admite não ter controlo sobre esta política salarial. "Não tivemos conhecimento prévio da decisão de atribuição de vencimentos. Esta compete a uma comissão de vencimentos", informa fonte do ministério. O Governo quase não tem controlo sobre as decisões da fundação, admitem mesmo os responsáveis da Cultura: "Apenas podemos pronunciar-nos em sede de conselho geral, órgão composto por 15 membros, e onde estamos representados pela directora regional da Cultura do Norte."
Os vencimentos do CA da FCG foram definidos pelo presidente da Câmara de Guimarães, num despacho de 17 de Setembro do ano passado, uma vez que a comissão de vencimentos - a que o autarca preside - ainda não tinha sido constituída. O despacho com os critérios de definição dos salários na FCG aponta a "complexidade e responsabilidade das funções atribuídas " e uma "comparação de mercado" como justificações para a decisão.

"Comparação de mercado" por causa de quê, de os senhores bem pagos serem muito cobiçados por outras instituições?
Então e o do Povo é que tem de pagar essa «competição» de merda, ainda para mais na região mais pobre da Europa?
É a lógica «liberal» aplicada ao nível das mais altas instâncias, que leva a que o País seja tratado «como uma empresa», que é assim que muitos declaram querer que aconteça...

6 Comments:

Blogger Anti-ex-ariano said...

E tudo isto em tempo de crise, é realmente descaramento a mais...

Mas pronto, temos de aguentar, porque a elite não existe, a "elite emana do povo", conforme o sabichão cá do sítio fez questão de nos explicar. Estes abusos não são da elite, são do povo.

Acho curioso haver gente neste país que se indigna com a construção da A4 (a auto-estrada que ligará Matosinhos a Bragança), dizendo que não servirá para nada, que o interior já não tem gente e que é um desperdício de dinheiro público...

...mas a seguir, perante casos como este, fiquem todos calados. Parece que o desperdício só é feio quando é feito pelos outros.

(Para quem não percebeu: esta mensagem destina-se a alguns cretinos do grande Porto que, de acordo com uma sondagem publicada pelo JN há 9 meses atrás, é a região onde mais pessoas se opõem ao prolongamento da A4 - sim, por incrível que pareça, mais do que na região da grande Lisboa, é esta a famigerada solidariedade entre as gentes do Norte!)

14 de janeiro de 2011 às 12:24:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não é nada, esse pessoal que respondeu a essa sondagem era todo de Lisboa, infiltrado!!!!, não eram galaicos de gema...

14 de janeiro de 2011 às 19:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

e a "famigerada solidariedade" entre o Norte e o Sul de Portugal, vê-se no caso das SCUT, no caso das verbas da UE, fundos do QREN, Red Bull Air Race, etc, etc

mas, claro, aqui a "solidariedade" já não prova nada.

não se pode "dividir" o estado português porque é sacrilégio! mas "dividir" (artificialmente) as provincias do Norte e pô-las umas contra as outras (por causa de uma A4!!) isso já pode ser.

ah pois...

18 de janeiro de 2011 às 14:40:00 WET  
Blogger Caturo said...

e a "famigerada solidariedade" entre o Norte e o Sul de Portugal, vê-se no caso das SCUT, no caso das verbas da UE, fundos do QREN, Red Bull Air Race, etc, etc mas, claro, aqui a "solidariedade" já não prova nada. não se pode "dividir" o estado português porque é sacrilégio!

«mas "dividir" (artificialmente) as provincias do Norte e pô-las umas contra as outras»

Bem, quem quis usar conflitos para pôr os Portugueses uns contra os outros foi a galinaciagem do costume. Mas quando afinal se revela que a arma tem dois gumes, e corta até mais quem o queria usar para dividir Portugal, cof cof, aí já se diz que é divisionismo e tal, com a habitual falta de vergonha no focinho…

17 de fevereiro de 2011 às 23:13:00 WET  
Blogger Anti-ex-ariano said...

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e a "famigerada solidariedade" entre o Norte e o Sul de Portugal, vê-se no caso das SCUT, no caso das verbas da UE, fundos do QREN, Red Bull Air Race, etc, etc mas, claro, aqui a "solidariedade" já não prova nada. não se pode "dividir" o estado português porque é sacrilégio!
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Lá está o maltrapilho a querer desviar as atenções e a desconversar. Está-se a falar de alhos e ele vem com bugalhos, como se uma coisa desculpasse a outra.

Vê se entendes Bruninho, eu não disse que não havia injustiças e centralismo por parte de Lisboa. NUNCA disse isso. É evidente que as há e o Norte –assim com outras partes do país– deve continuar a lutar contra isso, mas sem nunca comprometer a integridade nacional.

Aquilo que eu disse é que, para alguém que está sempre a querer dividir o país, como faz muito boa gente do Porto, há fortes indicadores de que uma região Norte dominada pelo Porto seria ainda mais injusta do que um país dominado por Lisboa.

Basta ver que –para além do supracitado exempo da A4 –o centralismo tripeiro já existe em áreas como a Educação, a Saúde, as Florestas e tantas outras que são em grande parte geridas a partir da invicta. Os relatos de injustiça, compadrio e favorecimento ilícito a favor das gentes do Porto repetem-se por todas as cidades do Norte do país.

É por isso que as gentes de Braga, de Bragança, de Guimarães, de Viana do Castelo ou de Vila Real não querem nem sequer ouvir falar nisso. Uma vez estava num café em Ponte de Lima durante a vaca das cordas e houve um espertinho que veio com essa conversa, convencido que, dada a proximidade do Alto Minho com a Galiza, os ponte-limenses veriam com bons olhos a independência. Estava tudo a correr bem até que alguém lhe perguntou onde seria a capital dessa nova “grande nação galaica unificada”. Quando ele respondeu «o Porto, é claro», quase que o corriam dali a pontapé.

O Norte não gosta Lisboa, é um facto, mas também não gosta do Porto. Sabe que a gente do Porto não é melhor do que a de Lisboa, ou que a de qualquer parte do país (nem poderia, somos todos os mesmo povo). O Porto não quer saber das gentes do Norte, só quer saber de si próprio. Os minhotos e os transmontanos têm perfeita consciência disso e não vão em cantigas e em separatismos bacocos.

Além disso há aquele velho ditado popular, que diz «não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu». Um Porto habituado a estar debaixo de Lisboa dificilmente será um benfeitor dos seus subalternos.

18 de fevereiro de 2011 às 18:39:00 WET  
Blogger Titan said...

"e a "famigerada solidariedade" entre o Norte e o Sul de Portugal, vê-se no caso das SCUT"

O país TODO não tem dinheiro para suportar as SCUT, essa é que essa.

", no caso das verbas da UE, fundos do QREN,"

Como a execução do QREN é mínima, choras por migalhas. Mas claro que contigo vale tudo para mostrar que Lisboa está a prejudicar o norte.

"Red Bull Air Race"

Foi a organização que quis ir para Lisboa.

", etc, etc mas, claro, aqui a "solidariedade" já não prova nada. não se pode "dividir" o estado português porque é sacrilégio!"

Tal como dividir a tua casa é um sacrilégio.

18 de fevereiro de 2011 às 22:01:00 WET  

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