segunda-feira, janeiro 17, 2011

CAVACO SILVA PRONUNCIA-SE CONTRA A POLÍTICA DOS BAIXOS SALÁRIOS

Cavaco Silva desafiou hoje "a sociedade civil organizada"
a chamar a atenção do poder político para “o impacto positivo ou negativo” das medidas que toma no aumento da competitividade.
“É fundamental que todas as medidas tomadas pelo poder político sejam avaliadas em termos do seu impacto sobre a competitividade e se não é o próprio poder político a fazer essa avaliação, então eu desafio as associações a fazê-lo”, disse Cavaco Silva, no final de um encontro com empresários ligados ao sector da cortiça.
Pois, frisou o candidato apoiado pelo PSD, CDS-PP e MEP, é positivo que “a sociedade civil organizada” possa chamar a atenção dos agentes políticos para o “impacto positivo ou negativo” que as medidas que são tomadas têm sobre a competitividade das empresas.
Na sua intervenção, Cavaco Silva voltou também a insistir na necessidade de Portugal encontrar uma “linha de rumo de futuro”, sublinhando que a função de um Presidente da República é precisamente “apontar caminhos estratégicos”.
“É esta a função de um Presidente da República, apontar caminhos estratégicos, linhas de orientação de futuro, não é para tomar a medida concreta, porque não lhe cabe governar, não lhe cabe legislar, não lhe cabe tomar as medidas concretas”, defendeu.
Em jeito de alerta, o candidato presidencial reiterou ainda que não será pelos salários baixos que Portugal conseguirá reforçar a competitividade nos mercados internacionais.
Existirão sempre outros países, mesmo da Europa, mas muitos fora da Europa, que terão sempre salários mais baixos do que aqueles que se praticam em Portugal”, avisou, apontando a necessidade de se partir à conquista de novos mercados.

Até que enfim, um elemento da elite reinante veio a público dizer aos seus pares que convém levantar um bocadito os salários ao desgraçadinho do povinho... nem sequer falou na questãozita da dignidade, simplesmente usou a lógica puramente mercantil-empresarial para mostrar que a política dos ordenados baixos não leva a lado nenhum de jeito...
Coincidentemente, adopta este discurso numa época eleitoral, e já muito próximo do dia das eleições. Veremos se não se esquece destas recomendações se mantiver a cadeira presidencial...