«PRÍNCIPE DA PÉRSIA - AS AREIAS DO TEMPO»

«Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo» é filme aprazível para quem aprecie o género de fantasia e aventura, sobretudo nesta estação do ano, em que os climas quentes parecem mais reais, logo, dá mais intensidade à acção ficcional que neles tenha lugar. O facto de se basear num video-jogo não lhe diminui a qualidade. Peca por transmitir uma mensagem política baratucha, fazendo referência às «armas que não estavam lá e o que os malandros dos manipuladores queriam era a substância que corria nas profundezas» (o ataque ao Iraque por causa do petróleo e tal, a velha historieta anti-americana mal contada), mas compensa tal banalidade rasca com o espectáculo visual satisfatório que oferece em matéria de efeitos especiais, de grandiosidade do cenário e da beldade principal, que à direita se pode ver. Houve nos EUA quem quisesse marrar com o filme porque o papel do herói persa é desempenhado por um branco, o que constitui um descaramento antirra particularmente mentecapto, pois que os Persas eram, e são, arianos. Os mesmos acusadores apontam o dedo à escassez de actores não brancos no filme, dizendo que há apenas um negro e nem é das personagens mais importantes - acusação esta, caros leitores, que só dá mais valor ao filme, ainda que tal «denúncia» venha de não mais de meia dúzia de histéricos.

Enfim, mesmo não sendo excelente, «Príncipe da Pérsia» faz passar bem o tempo a quem não crie a seu respeito demasiadas expectativas.