NO IRÃO - ÓDIO AO OCIDENTE MISTURA-SE COM INTERDITO ISLÂMICO CONTRA O CÃO

No Irão, o aiatola (alta autoridade religiosa no Irão) Nasser Makarem Shirazi declarou recentemente que os cães são «imundos» e «ocidentais»: «indubitavelmente, o cão é um animal sujo.» Significa isto que não só não pode ser tirado da rua, como também não pode ser guardado dentro de muros ou em jardim privado. Só o presidente da república tem o direito de possuir quatro cães - cães de guarda. Foram comprados à Alemanha no ano passado por cento e dez mil euros cada um. Para acalmar as polémicas daí resultantes, o próprio presidente, Ahmadinejad, emitiu uma fátua na qual reconhecia a si mesmo o direito a possuir quatro canídeos «porque o seu uso é limitado a garantir a segurança», segundo o texto da directriz. Não se lhes pode sequer acariciar a cabeça nem passeá-los pelo parque, bem entendido... Diz o aiatola Shirazi que «as relações amistosas com os cães são uma cega imitação dos costumes ocidentais, os ocidentais gostam mais dos seus cães do que da sua mulher e filhos.»
Apesar das proibições, a posse de cães como animais de estimação cresceu nos últimos tempos por terras do Irão. Os seus donos dizem que o Alcorão nada afirma contra estes animais. A controvérsia teológica sobre esta questão começou aquando da Revolução Islâmica de 1979.

De notar que no Irão pré-islâmico, ariano e zoroástrico, o cão era um animal sagrado. No funeral de um parse/guebro - isto é, um fiel do culto a Ahura Mazda reformado por Zoroastro ou Zaratustra - havia sempre um cão, para vigiar o corpo e afastar os demónios. Durante a invasão e ocupação islâmicas, os muçulmanos, triunfantes, atiravam cães cortados aos pedaços para as portas das casas dos poucos iranianos que teimavam em manter-se fiéis ao culto zaratustriano...

No Ocidente ariano o cão foi também muito respeitado - por exemplo, nos diálogos platónicos (no «Fédon», pelo menos), Sócrates jura «pelo Cão!»