MAIS NEGROS DO QUE BRANCOS REVISTADOS PELA POLÍCIA EM INGLATERRA - MINISTRO DA POLÍCIA PARECE CULPAR A POLÍCIA

Já aqui se falou da polémica que no Reino Unido se tem gerado em torno do facto de a maioria dos indivíduos que a polícia manda parar serem não brancos. Até agora, têm sido sobretudo as organizações negras e anti-racistas que se têm «indignado» publicamente contra o facto. Ora esta «indignação» parece ter chegado já ao parlamento britânico - e nem sequer foi da parte das Esquerdas, mas sim do principal partido «de Direita».

Perante números recentes que indicam serem os negros sete vezes mais propensos a serem mandados parar e revistados pela polícia do que os brancos, enquanto é duas vezes mais provável que os hindustânicos (paquistaneses e afins) sejam mandados parar do que os caucasóides indígenas. Há cada vez mais operações deste género no país. E a proporção de gente das minorias étnicas revistada pela polícia tem aumentado a passos largos nos últimos cinco anos.
A respeito da capital, pode dizer-se que em cada mil londrinos, duzentos e dez dos que foram revistados pela polícia são negros, ao passo que apenas quarenta e sete brancos o foram igualmente.

Ora o ministro da Polícia Nick Herbert, do Partido Conservador, declarou que «é inaceitável que um indivíduo possa ser visado por causa da sua raça. A operação de paragem e busca é uma ferramenta importante da polícia, mas é essencial que estes poderes sejam usados com justiça e com o apoio da comunidade para proteger o público. O governo quer um serviço policial que promova a igualdade e não discrimine contra ninguém por causa da sua raça.» Até pode ser que esteja só a garantir que vai ser duro para com a polícia, de um modo generalista, mas que à partida a coisa tem um ar de franca insinuação culpabilizadora da polícia, isso tem...

O «conservador» fala assim mesmo depois de até o líder do governo Trabalhista Tony Blair ter dito em 2007 que o crime com armas de fogo era um flagelo que afectava a comunidade negra; mesmo depois de nesse mesmo ano, a Câmara dos Comuns ter dito em relatório que «a comunidade negra do Reino Unido enfrenta uma série crise com jovens a envolverem-se na criminalidade», e de o mesmo comité ter afirmado que o número de negros «no sistema criminal» era «inaceitável», criticando logo a seguir «a discriminação racial real ou presumida por parte das autoridades» (claro que o branco é sempre o culpado); e de o mesmo comité ter informado que os negros não totalizam mais de 2,7% da população britânica entre os dez e os dezassete anos, mas representam 8,5% dos indivíduos dessa faixa etária presos em Inglaterra e em Gales; e, sobretudo, mesmo depois de informações governamentais particularmente recentes indicarem que quarenta e dois por cento de toda a população negra a viver no país, e setenta e sete por cento de todos os jovens negros a viver no país, estão na base de dados genética da polícia, o que significa que já tiveram comportamento criminoso, pois que os dados genéticos do cidadão não são aí registados sem que este tenha cometido um crime concreto.

Tudo isto poderia fazer o ministro da Polícia pensar um pouco antes de dar a entender que a polícia era culpada, evitando assim fragilizar as forças de segurança aos olhos da opinião pública... mas não. Preferiu ceder ao politicamente correcto - afinal de contas, é essa a tendência dominante no seio da elite, particularmente nos meandros do quarto poder, e um político não pode dar-se ao luxo de ser acusado do pecado capital por excelência, que é o do racismo...

É mais um testemunho a dar razão ao que dizia William Pierce a respeito dos «conservadores» em confronto com os radicais esquerdistas: à partida, estes últimos pareciam palermas utópicos, mas, a longo prazo, acabavam por impor os seus ideais aos «conservadores», a pouco e pouco, de geração em geração, porque enquanto uns são intransigentes e militantes a tempo inteiro, toda a vida, os outros, os «burgueses de Direita» querem simplesmente «o consenso», o «realismo», o «possível», e, também, serem queridos por toda a gente, daí que, a longo prazo, acabem por ceder a quem mais insiste. E neste caso se vê, mais uma vez, o modo como a principal força política «de Direita» da maior potência militar da Europa Ocidental está já ideologicamente, no essencial, submetida ao ideal mais caro à Esquerda, que é o do amor incondicional ao Outro, ao estrangeiro, ao alienígena, ao que não é do «Nós».

Confirma-se mais uma vez que, no Reino Unido, e, de resto, nos outros países ocidentais, só o Nacionalismo defende verdadeiramente os interesses dos indígenas.