POLÉMICA EM ITÁLIA POR AFIRMAÇÃO «RACISTA» DE PRESIDENTE DA CÂMARA DE MILÃO

Em Milão, a presidente da câmara e anterior ministra da Educação Letizia Moratti, membro do Partido da Liberdade (PdL), de Sílvio Berlusconi, está a ser violentamente criticada por ter cometido crime de blasfémia: em discurso proferido numa conferência sobre a imigração na Universidade Católica de Milão, associou os imigrantes desempregados às altas taxas de criminalidade: «imigrantes ilegais sem trabalho regular normalmente cometem crimes».

A audiência na conferência reagiu irada e ruidosamente, dando provas da sua fidelíssima fé nos sacrossantos dogmas da Santa Madre Igreja do Anti-Racismo dos Últimos Dias do Ocidente. Vários líderes da oposição, eminentes diáconos da Igreja Anti-Racista, teceram também as suas críticas à mensagem de Moratti.
Um destes diáconos foi Lívia Turco, dirigente do Forum de Imigração do maior grupo da oposição - o Partido Democrático (PD) - que, com base na cartilha, aplicou esclarecedor sermão a Moratti pelas suas «palavras irresponsáveis»: «Estas palavras irão apenas alimentar as simplificações excessivas e os medos. Um imigrante irregular não é alguém que comete crimes mas sim alguém que precisa de um visto de residência.»

Esclarecedor, deveras esclarecedor, típico, completamente típico, da mentalidade dos fiéis do credo anti-racista: a seu ver, um imigrante ilegal não é de maneira nenhuma um criminoso, porque não, é que nem pode sequer cometer crimes, ou se cometer crimes não interessa, não se pode dizer publicamente que o imigrante ilegal comete crimes, porque é pecado - porque a única coisa que é para saber sobre o imigrante ilegal é que o Estado tem obrigação de o acolher.

Claro que um imigrante ilegal está, obviamente, a violar a lei - mas isso não é para dizer, e vai daí chama-se-lhe «irregular» e pronto, já não é ilegal, que é como quem diz, não há ilegais, «ninguém é ilegal, não há seres humanos ilegais!», como grita a extrema-esquerda imigracionista. Todos os seres humanos são simplesmente cidadãos à espera de legalização, porque é garantido, implicitamente, que as barreiras são para deitar abaixo e o território nacional, que supostamente seria propriedade exclusiva dos indígenas, passa a ser de todos sem diferenciação...

Na conferência acima citada, foi revelado um inquietante relatório sobre o aumento da violência cometida por imigrantes registada em Itália - e aponta para a forte eventualidade de que venha a acontecer no país o mesmo que acontece em França. Comentando o relatório, o «ministro do interior» do Estado Papal, Antonio Maria Veglio, afirmou que a integração era a melhor maneira de responder a este tipo de dificuldades (pois é - não resulta em França, mas vai resultar em Itália, porque sim, porque vai...) e acrescentou: «Mais do que nunca, estamos necessitados de uma sociedade que expanda os seus espaços de pertença e de participação, e ao mesmo tempo restrinja os de marginalização e de exclusão.»
Ou seja, a Igreja a ser coerente com o seu ideário universalista, inclusivo, isto é, inimigo das fronteiras que são condição sine qua non para que haja identidades.

Contra tão repulsiva forma de promiscuidade, e tão enlameante castração dos Povos e dos direitos fundamentais dos indígenas, só o Nacionalismo se ergue.