CRESCIMENTO NOTÓRIO DO ANTI-ISLAMISMO NA EUROPA

Pode ler-se aqui um artigo com algum desenvolvimento em jeito de relatório sobre o crescimento do sentimento anti-islâmico na Europa - e uma das conclusões mais óbvias é a de que a hostilidade indígena ao Islão é tendencialmente maior nos países onde a população muçulmana é proporcionalmente mais numerosa. No gráfico seguinte podem ver-se as percentagens das populações muçulmanas em vários países da Europa Ocidental, incluindo Portugal:Os três países com mais polémicas anti-muçulmanas são, como se vê, os países com mais quantidade relativa de muçulmanos: Holanda, Suíça, França. A Alemanha e o Reino Unido têm também proporções apreciáveis de muçulmanos, e também aí crescem as forças políticas contra a islamização da nação e da Europa em geral, embora em França a maior parte da população diga ter uma visão favorável do Islão, em contraste com os seus vizinhos europeus.

Nota: é nos países europeus com mais muçulmanos que há mais anti-islamismo, não nos países europeus com mais alta taxa de desemprego. A Espanha, por exemplo, está com uma proporção de desempregados altíssima, muito mais elevada do que a Holanda ou do que a Suíça, por exemplo, e todavia a sua população é menos anti-islâmica - talvez porque também a Espanha tenha muito menos proporção de muçulmanos do que a Holanda e do que a Suíça.

Efectivamente, nos Países Baixos, uma sondagem de 2005 indica que cinquenta e um por cento dos Holandeses tem uma visão desfavorável dos muçulmanos e setenta e seis por cento revela a sua preocupação a respeito do extremismo islâmico.
Na terra dos Helvéticos, por seu turno, a resposta ao referendo de Novembro sobre os minaretes fala por si - e é de notar que a sondagem prévia tinha dado a vitória ao «Sim» ao minarete, mas depois o Povo, o Povo verdadeiro, votou notoriamente pelo «Não».

Mesmo assim, também em Espanha há já sinais de um desagrado pelo credo de Mafoma, visto que segundo uma sondagem de 2004 cerca de oitenta por cento dos Espanhóis considerava o Islão como «autoritário» e cinquenta e sete por cento consideravam-no violento. E há mais Espanhóis com dúvidas relativamente à bondade ou maldade do Islão do que Franceses.

Alguns dos factores apontados como possíveis pelos autores do estudo para explicar esta onda anti-mafomética, são:
- atitude anti-globalização e eurocepticismo em geral;
- ansiedade perante o envelhecimento da população indígena;
- fracturas no sistema de segurança social;
- aumento da preocupação com a criminalidade;
- aumento da preocupação com o terrorismo;
- crescimento rápido das populações muçulmanas.