FUTURO SANTUÁRIO PAGÃO EM ACADEMIA MILITAR NORTE-AMERICANA MACULADA POR CRUCIFIXO
Foi aqui noticiado o surgimento nos EUA do primeiro santuário pagão de uma instalação das Força Aérea, precisamente na Academia da Força Aérea, do Colorado. Parece contudo que há cristãos descontentes com o sucedido...
De notar que nesta mesma Academia tinha-se assinalado uma polémica devido a acusações de intolerância e de imposição religiosa por parte de oficiais evangélicos que se aproveitavam da sua posição hierárquica para exercer pressão proselitista sobre os cadetes não cristãos.
E agora, mais recentemente, o santuário pagão composto de um círculo de pedras situado num monte foi maculado pela colocação de uma enorme cruz de madeira junto às pedras, como se pode ver nesta página. O santuário não foi propriamente dessacralizado por causa disto, visto que ainda não foi consagrado - fica, todavia, registado o gesto, ocorrido a 17 de Janeiro e, na altura, ocultado e prontamente corrigido pela remoção do crucifixo. Mikey Weinstein, que se graduou na Academia em 1977 e é fundador da Fundação Militar da Liberdade Religiosa, afirma que a reacção das patentes superiores ao incidente esteve próxima da indiferença, muito diferente do que aconteceria se porventura um templo judaico tivesse sido pintado com uma suástica...
De notar que nesta mesma Academia tinha-se assinalado uma polémica devido a acusações de intolerância e de imposição religiosa por parte de oficiais evangélicos que se aproveitavam da sua posição hierárquica para exercer pressão proselitista sobre os cadetes não cristãos.
E agora, mais recentemente, o santuário pagão composto de um círculo de pedras situado num monte foi maculado pela colocação de uma enorme cruz de madeira junto às pedras, como se pode ver nesta página. O santuário não foi propriamente dessacralizado por causa disto, visto que ainda não foi consagrado - fica, todavia, registado o gesto, ocorrido a 17 de Janeiro e, na altura, ocultado e prontamente corrigido pela remoção do crucifixo. Mikey Weinstein, que se graduou na Academia em 1977 e é fundador da Fundação Militar da Liberdade Religiosa, afirma que a reacção das patentes superiores ao incidente esteve próxima da indiferença, muito diferente do que aconteceria se porventura um templo judaico tivesse sido pintado com uma suástica...
12 Comments:
Os cristãos têm mais medo do paganismo do que do ateísmo e até mesmo do islamismo.
É que o paganismo representa o fim da submissão ao outro, elemento estritamente necessário para a manutenção dos privilégios da classe eclesiástica.
O ateísmo é globalmente menos mau para os vigários do judeu morto, porque eles acreditam que o ateísmo é um fenómeno exclusivo das elites, nunca podendo por isso estender-se à maioria da população. E como o Islão é baseado na submissão incondicional a Alá, sem perda de privilégios para a teocracia, também não os assusta tanto.
Já o paganismo é o que os padrecos mais temem: a ausência do elemento de submissão aliada à possibilidade de difusão alargada do credo pelo povo. Até se borram de medo!
Sim, até porque sabem que o vazio religioso é improvável - como sói dizer-se, a Natureza tem horror ao vazio, e a natureza humana mais ainda. Em caindo uma religião, outra(s) lhe ocupará o lugar. E o(s) Paganismo(s) é(são) da(s) que tem (têm) mais potencial para o efeito. Aliás, o nervosismo da Igreja perante o que entendeu como uma apologia do Paganismo, no filme «Avatar», foi notório.
«(...)como sói dizer-se, a Natureza tem horror ao vazio, e a natureza humana mais ainda. Em caindo uma religião, outra(s) lhe ocupará o lugar.»
Exactamente, até eu que sou ateu concordo inteiramente com o que escreveste. O ateísmo nunca será um fenómeno global, por muito que me custe, pelo menos durante o nosso tempo de vida e durante o tempo de vida das próximas gerações.
E, sendo assim, prefiro de longe uma religião ou religiões que inspirem os europeus a orgulhar-se da sua identidade e a serem auto-suficientes e combativos, ao invés de se orgulharem em ser bovinos e em glorificar a identidade dos outros.
Já chega de pôr os outros antes dos nossos!
Enquanto católico e nacionalista não tenho medo nenhum nem de paganismo nem de ateismo.
Crenças não mudam o que tem mesmo de mudar, que é os traidores que estão no parlamento secalhar a maioria nem é crente.
Enquanto católico e nacionalista não tenho medo nenhum nem de paganismo nem de ateismo.
Crenças não mudam o que tem mesmo de mudar, que é os traidores que estão no parlamento secalhar a maioria nem é crente.
Sim, penso o mesmo. O engraçado no meio disto tudo é que suponho que a maior parte dos leitores deste blog sejam católicos. Sejam ou não, eu nunca ou raramente respondo ao tópicos ligados a religião porque a conversa nunca mais teria fim.
A ideia de que "os cristãos" (Quais? Mesmo assumindo apenas a Igreja Católica há um sem fim de sensibilidades) têm mais medo do Paganismo do que o ateísmo ou o Islão é algo do qual discordo. Existe aqui uma certa sobrevalorização (compreensível) do fenómeno por parte dos seus fiéis.
Para reforçar o que disse acima: há cristãos que gostam imenso de Judeus (por exemplo, a maior parte dos Protestantes, em especial os americanos). Há cristãos que gostam de Muçulmanos (por exemplo, o Dinesh de Souza, que está sempre a defendê-los). Por outro lado, há cristãos que não gostam de judeus (tradicionalmente todos os países católicos). Há cristãos que não gostam de Muçulmanos (idem). E há ainda cristãos que sendo Protestantes não gostam de judeus, e que sendo Católicos gostam de judeus e muçulmanos.
Quanto ao Paganismo e o "racialismo", também há de tudo. Pode-se dizer que a estrutura em si pode ser especialmente apropriada para o efeito (dada a ausência de universalismo), mas também há de tudo, desde sincretismos vários, passando por movimento mais ligados ao ocultimos e magia ritual, a movimentos que nada ligam á questão étnica (por exemplo, o fundador de uma das ordens druídicas maiores nos EUA era judeu).
Mas como disse é um tema que não gosto de alongar, percebo o interesse do dono do blog mas e por isso não refilo, lê quem quer ;)
«A ideia de que "os cristãos" (Quais? Mesmo assumindo apenas a Igreja Católica há um sem fim de sensibilidades) têm mais medo do Paganismo do que o ateísmo ou o Islão é algo do qual discordo. Existe aqui uma certa sobrevalorização (compreensível) do fenómeno por parte dos seus fiéis.»
Nem por isso. É a própria Igreja que declara ter mais receio de uma mentalidade pagã do que do ateísmo:
http://gladio.blogspot.com/2009/12/o-que-esta-igreja-combater-realmente.html
Nem por isso. É a própria Igreja que declara ter mais receio de uma mentalidade pagã do que do ateísmo:
http://gladio.blogspot.com/2009/12/o-que-esta-igreja-combater-realmente.html
Isso é uma interpretação tua. O que lá está escrito é For the cardinal, the more the ‘question of God’ is “marginalised and psychologically removed” from culture, the more it “reappears in disguise” and takes the form of today’s interest in the paranormal, the occult, and esoteric religiosity in which reason “is defeated”.
Isto significa que este Bispo em particular concorda contigo no sentido em que as pessoas procuram sempre uma dimensão espiritual. Não é no entanto o mesmo que dizer que "temem mais" o Paganismo que o ateísmo. Aliás, nem sequer existe uma referência ao Paganismo: o ocultismo e o paranormal não são de todo a mesma coisa que o Paganismo, e até as componentes mais ligadas a estes temas dentro de correntes neo-Pagãs (como a Wicca) derivam de uma base ligada de certa forma ao Cristianismo (magia ritual, por exemplo). Já a "religiosidade esotérica" também não está necessáriamente ligada ao Paganismo, visto que a esmagadora maioria das ditas são também derivadas do Cristianismo (neo-Templarismo, neo-Gnosticismo, Maçonaria, etc, etc). A maior parte dos promotores das mais "populares" correntes neo-Pagãs do início do século XX estavam de resto ligados a este tipo de movimentos (o neo-Druidismo foi fundado por pessoas ligadas á Maçonaria, a própria Wicca também, a introdução de toda a panóplia de rituais derivados da Golden Dawn, etc). O movimento "reconstrucionista" por outro lado não aprecia em especial estas componentes.
Seja como for, é mais que óbvio que o crescimento do Paganismo não é algo que a Igreja Católica aplauda. Isto parece perfeitamente normal, e nem sequer dá grande espaço para debate. Mas como disse diferentes "sensibilidades" dentro da Igreja têm diferentes noções de qual é o maior "perigo". Algumas até identificação tudo o que vem do Vaticano II como a principal fonte de problemas.
«Isto significa que este Bispo em particular concorda contigo no sentido em que as pessoas procuram sempre uma dimensão espiritual. Não é no entanto o mesmo que dizer que "temem mais" o Paganismo que o ateísmo. Aliás, nem sequer existe uma referência ao Paganismo: o ocultismo e o paranormal não são de todo a mesma coisa que o Paganismo,»
Pois, mas é preciso ter em conta que a hoste cristã organizada põe normalmente tudo isso no mesmo saco que o Paganismo. E nunca vi qualquer comunicado papal a mostrar preocupação a respeito dos fundamentalismos ou dos esoterismos cristãos, mas sim preocupados, e muito, com as «bruxarias» e, mais recentemente, no caso do «Avatar», com a promoção de uma religiosidade «panteísta», como lhe chamaram, naturalista: pagã.
Pois, mas é preciso ter em conta que a hoste cristã organizada põe normalmente tudo isso no mesmo saco que o Paganismo.
Bem, sim, em termos gerais é colocado no "mesmo saco" que o resto, diga-se, tudo o que não é Cristianismo. Aliás, mesmo não falando nessa ligação de Paganismo é mais que óbvio que a convesão dos pagãos foi desde o início o objectivo, e não estou a contornar a questão.
E nunca vi qualquer comunicado papal a mostrar preocupação a respeito dos fundamentalismos ou dos esoterismos cristãos,
Acho que isso é por um lado porque te preocupas mais com o que diz respeito ao Paganismo, e por outro porque as reacções são feitas em termos do que é "popular". A denúncia do Modernismo no século XIX engloba grande partes dos esoterismos, bem como a proibição de pertencer á Maçonaria, etc. Quanto aos fundamentalismos, depende do que se esteja a falar, mas eu diria que mais do que o Paganismo ou o ateísmo a partir da Idade Média (com a excepção dos Cavaleiros Teutónicos e as terras descobertas) os principais ataques da Igreja Católica são contra o Protestantismo nas suas várias facções (em acrescento ao Islão e aos judeus). Como disse, não sei o que queres dizer com "fundamentalismos" exactament. Não que não existam, simplesmente é uma definição onde pode caber tudo. Quem prefer a Missa Tridentina é fundamentalista? Ou são os evangélicos que atacam clínicas de aborto á bomba?
mas sim preocupados, e muito, com as «bruxarias» e, mais recentemente, no caso do «Avatar», com a promoção de uma religiosidade «panteísta», como lhe chamaram, naturalista: pagã
Eu acho que as reacções ao Avatar são algo saloias, mas enfim. Seja como for o Avatar tem uma mensagem genéricamente mais "preocupante" a outros níveis, em especial na forma como pretende simbolizar a chegada dos Europeus ás Américas.
Mas claro, há essa preocupação: cabe na reacção contra o indiferentismo e naturalismo religioso. É normal que não seja bem acolhida pelos seus adeptos, da mesma forma que não serão bem acolhidas as críticas contrárias.
« Quem prefer a Missa Tridentina é fundamentalista? Ou são os evangélicos que atacam clínicas de aborto á bomba?»
Referi-me aos fundamentalistas por teres referido aqueles que são contra o Concílio do Vaticano II.
«Eu acho que as reacções ao Avatar são algo saloias, mas enfim. Seja como for o Avatar tem uma mensagem genéricamente mais "preocupante" a outros níveis, em especial na forma como pretende simbolizar a chegada dos Europeus ás Américas.»
Sim, mas isso é para nós - porque, para os puramente religiosos, o problema está no aspecto religioso e na propaganda «pagã» que o filme parece fazer, e que é aquilo que a Igreja mais teme.
«Bem, sim, em termos gerais é colocado no "mesmo saco" que o resto, diga-se, tudo o que não é Cristianismo.»
Precisamente por isso é que digo que a Igreja teme acima de tudo o Paganismo, o que não significa que tenha muito medo da Wicca ou do Asatru, ou doutras tradições em particular.
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