sexta-feira, janeiro 22, 2010

CONVERXÊNCIA XXI - PARTIDO POLÍTICO REINTEGRACIONISTA GALEGO, POSSÍVEL CAMINHO PARA A PORTUGALIZA?

Sempre houve no espectro político galego uma lacuna de peso: Não existia um partido político de inspiração “Reintegracionista”, isto é, um partido que se possa afirmar como o herdeiro dos “lusistas” (termo hoje usado de forma injustamente depreciativa) do século passado. Não existia… até agora.
Finalmente, os cidadãos galegos que se identificam com o Reintegracionismo linguístico e cultural encontram uma voz política compatível com os seus interesses e os do movimento lusófono galego.

Na actualidade, existem duas posições diferentes sobre a natureza da língua própria da Galiza: a oficial, que entende que o galego e o português são duas línguas diferentes e que, em consequência, defende que devem possuir duas grafias completamente distintas, sendo a grafia da língua galega mais próxima da do castelhano do que da grafia da língua portuguesa. Esta é a corrente “Isolacionista”, que domina os órgãos do Estado e as Universidades. A outra corrente é conhecida por “Reintegracionista” pelos seus adeptos ou “Lusista” pelos seus adversários e defende que a Língua Galega é mais corretamente identificada pelas expressões “Galego-Português”, “Português da Galiza” (PG) ou ainda como “Portugalego”. Para os Reintegracionistas, a língua própria da Galiza é uma variedade do Português e consequentemente defendem que a mesma ortografia seguida em Portugal, deve ser utilizada na Galiza, como forma de purificar esta língua dos elementos exógenos castelhanos que a infectaram durante os séculos de repressão e assimilação linguística e cultura de Espanha.

Este novo partido galego de inspiração Reintegracionista é o “Converxencia XXI” (http://www.converxencia.eu) que ainda que recorra à norma oficial isolacionista “oficial” nas suas publicações e na sua presença cibernética, é adepto moderado das teses Reintegracionista sem procurar hostilizar os galegos mais moderados através de uma adopção generalizada e sistemática da grafia Reintegracionista. De orientação mais centrista que o Isolacionista Bloco Nacionalista Galego (partido próximo do Bloco de Esquerda português), a “Converxencia XXI” é um partido centrista que ao se alhear de certo radicalismo estéril existente em algumas correntes extremas do Reintegracionismo pode colher uma representação parlamentar significativa, pelo menos no plano teórico.

O alinhamento Reintegracionista da “Converxencia XXI” fica nítido no seu objetivo q)

“q) considerar a Portugal como espazo próximo de gran valor xeoestratéxico, económico, político, cultural e lingüístico para nós. Defender o Reintegracionismo lingüístico desde un punto de vista exclusivamente utilitarista e para poñer en valor esa avantaxe competitiva do noso país ata agora desaproveitada.”

Um ponto que ainda que esteja escrito com grafia Isolacionista deixa clara a orientação para buscar em Portugal um eixo cultural e político decisivo para refundar a identidade nacional galega.
Com a aparição de um partido galego mais claramente orientado para Portugal e para a sua própria identidade e não para serventias com Madrid ou com redes clientelares locais, será mais fácil congregar apoios à causa galega por parte dos demais países lusófonos, especialmente do fronteiro Portugal e do economicamente cada vez mais poderoso Brasil.
Existe um patente bloqueio entre a Galiza e os países lusófonos. O bloqueio foi criado ao longo dos séculos por políticas concertadas e bem executadas por parte de Madrid, que sempre receou que Galiza e Portugal vissem a evidência da sua proximidade cultural e linguística e buscassem juntos um destino diferente daquele almejado por Madrid. Este bloqueio explica parcialmente porque é que não encontramos entre a Galiza e os outros países lusófonos os mesmos laços que unem a Holanda e a Flandres belga ou entre a Grécia e os cipriotas. Mas não explica tudo… O sucesso das políticas de separação de Madrid tem existido porque os lusófonos, e muito especialmente os portugueses e os seus pífios governantes têm preferido sacrificar os seus irmãos galegos e até o seu próprio território nacional (Olivença) a troco da “doce” simpatia castelhana. O comércio, a tradicional vontade de “não criar problemas” e servilismos crónicos, por parte de Portugal têm feito o jogo de Madrid na perfeição. Enquanto os portugueses quiserem. E cabe ao MIL fazer com que despertem e reencontrem na Galiza que Madrid nos tem tentado (inutilmente?) fazer esquecer.

1. Galaico-Português
2. Astur-Lleonés
3. Euskara
4. Aragonés
5. Occitan
6. Català

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que notícia excelente!!! :))))))

Há alguns anos atrás, foi realizada uma sondagem que estabelecia que os galegos eram o povo de Espanha com menos estima pela sua identidade. Entre as (tristes) explicações avançadas para o fenómeno, estava a noção da proximidade linguística com Portugal mas, curiosamente, sentida apenas na nova geração (nascida a partir de meados dos anos 70) de galegos, porque a geração contemporânea dos nossos pais tendia a sentir-se mais próxima de Portugal do que de Espanha.

Esta notícia vem no sentido de desmistificar essa tendência, demonstrando que há muitos galegos que não só apreciam a sua verdadeira identidade, como estão dispostos a lutar por ela!

Galiza não é Espanha, Galiza é Portugaliza!

22 de janeiro de 2010 às 12:03:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Missão da equipa portuguesa devia terminar esta semana, mas deverá prolongar-se pelo menos mais uma.

Se António Peças pudesse ter aqui uma parte que fosse da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) com a qual trabalha diariamente, seria um homem feliz e, mais do que isso, salvaria mais vidas. Mas, em Port-au-Prince, o médico do INEM não tem nenhum dos aparelhos da VMER, restando--lhe quase nada no improvisado bloco operatório. "Estamos a operar sem oxigénio, não há raio X, não podemos entubar os doentes, nem há anestesista", descreve. E, no entanto, "não paramos de fazer cirurgias desde que chegámos, sobretudo amputações", explica o médico, entre o "bloco" e um dos barracões transformados em enfermaria gigante, onde se amontoam todo o tipo de feridos.

É aqui, no interior das instalações das Nações Unidas, contíguas ao aeroporto internacional da capital haitiana, que está a trabalhar a equipa clínica do INEM e da AMI e também os 11 elementos do Corpo Especial de Bombeiros. Chegaram esta semana e já deram nas vistas. "Aqui estavam caixas de medicamentos, todos desordenados. Se era preciso alguma coisa no bloco, tínhamos de procurar nas caixas. Por isso, decidimos organizar a farmácia", conta Luís Ladeira, um dos dois enfermeiros da equipa do INEM (constituída também por três médicos e dois técnicos de emergência).

Com a ajuda de alguns bombeiros "canarinhos", a farmácia é agora funcional, organizada e muito requisitada. "Nunca julguei ter uma farmácia minha e, aqui, sou dono de uma", brinca um bombeiro. A conversa dura pouco. Há doentes a precisar de assistência e os elementos do INEM e dos bombeiros não param um segundo.

Uma mulher amputada tem de mudar de cama e são os técnicos do INEM e os bombeiros os primeiros a correr para ela. Ao lado, há gritos de mais um amputado e, junto ao corredor, uma mulher alimenta um bebé faminto com aparentes sinais de desidratação. Alguns doentes estão menos mal, mas permanecem no hospital improvisado.

António Peças compreende-os: "Muitos não têm família nem casa, e estão com medo. Pelo menos aqui têm um tecto e alguma comida. Percebe-se por que é que alguns insistem em dizer que não podem andar, quando muitas vezes sabemos que podem", graceja.

E haverá treino possível para enfrentar situações como as que se vivem na capital haitiana? António Peças acha que não: "Isto é catastrófico! Falta tudo... Comparado com o que aqui se passa, a nossa formação habitual para situações de emergência é coisa de meninos mimados."

O médico João Duarte, da AMI, move-se atarefado noutro barracão. À porta, há muitos doentes. Uns gritam, outros tentam conter a dor. "De repente, entram 11 doentes e isto fica ainda mais caótico. Falta tudo, até espaço", acrescenta o voluntário.

A situação pode, no entanto, melhorar a qualquer momento. "Temos a promessa de mudança para um espaço com mais condições [hoje] à tarde e, aí, poderemos desenvolver a nossa actividade mais eficazmente", explica Fátima Rato. A médica do INEM lembra que a equipa portuguesa está no Haiti para participar na montagem de um campo de refugiados, mas "indefinições várias" levam a que a missão, que deveria terminar esta semana, se deva prolongar pelo menos até à próxima.

22 de janeiro de 2010 às 12:32:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Atiras com o Thor para o hospital ahah

22 de janeiro de 2010 às 15:22:00 WET  
Blogger Caturo said...

E depois? Tem mesmo é de ir de volta para donde fugiu... ;)

22 de janeiro de 2010 às 17:01:00 WET  

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