quarta-feira, janeiro 20, 2010

ARMAS «CRISTÃS» INCOMODAM ALA ESQUERDISTA DA POLÍTICA NORTE-AMERICANA

Como aqui se pode ler, o politicame-correcto norte-americano está a criar polémica - é o termo correcto, criar - porque descobriu que há armas das forças militares norte-americanas que têm referências religiosas bíblicas:

Segundo uma investigação da ABC News, existem referências em código ao Novo Testamento e passagens acerca de Jesus Cristo inscritas no armamento pesado norte-americano, encomendado pelo Estado a uma empresa sedeada no Michigan.
As armas são utilizadas no Iraque e no Afeganistão, quer por soldados dos EUA, quer por soldados dos exércitos locais. A Trijicon, empresa de armamento em causa, tem um contrato no valor de 660 milhões de dólares (462 milhões de euros), por vários anos, segundo o qual deverá fornecer 800 mil armas à marinha e contratos adicionais para fornecer armas ao exército.
Segundo as regras do exército norte-americano para o Iraque e Afeganistão, é proibida qualquer manifestação religiosa. A medida visa prevenir acusações que argumentem que os EUA entraram numa cruzada religiosa no “Médio Oriente”.
“Aquele que me seguir nunca entrará nas trevas, mas terá sempre a luz da vida” – Livro do Apocalipse (João 8:12), quando Mateus e João falam de Jesus como "a luz do mundo". Esta é uma das citações usadas, sob o código JN8:12. Segundo declarações do director de vendas e marketing da Trijicon, Tom Munson, à ABC News “as frases estiveram lá sempre”. “A prática da empresa começou com o fundador Glyn Bindon, um cristão devoto da África do Sul, que morreu em 2003 num desastre de avião”, explicou.
Já os porta-vozes da marinha e do exército norte-americanos argumentam que desconheciam as marcas bíblicas nas armas e que estão a estudar as medidas a tomar. No entanto, existem fotos no site do Departamento de Defesa que mostram soldados iraquianos a serem treinados pelo exército norte-americano com armas da Trijicon.
Segundo Weinstein, advogado e antigo membro da força aérea, já vários membros do seu grupo tinham reclamado contra as frases nas armas. “Permite aos insurgentes, talibã e membros da al-Qaeda argumentarem que foram mortos por armas de Jesus”, explicou. “Este é provavelmente o melhor exemplo da violação da separação entre a igreja e o Estado neste país”, acrescentou ainda.


De facto, compreende-se que muita gente não queira usar no seu ofício militar pela Nação uma arma marcada com um símbolo de uma religião alheia. E, falando por mim, não acho nada proveitoso que a defesa militar do Ocidente esteja em grande parte agarrada por uma simbologia cristã. Todavia, a indignação da súcia do costume é, como de costrume, originada na histeria subserviente ao amado Outro. Porque será que nem nas armas de uso pessoal, individual, quase privado, pode o ocidental ter uma marca da sua religião, só porque esta não é maioritária no território em que ele está a cumprir missão? Alguém diria por exemplo aos Turcos que não podiam ter nada de muçulmano nas suas armas quando, mercê da sua pertença à OTAN, treinassem em espaço europeu?
De resto, «não se percebe» a razão de tanta preocupação, no presente caso... então não é verdade que o Islão respeita o Cristianismo e que até considera Jesus como um profeta?...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não deixa de ser irónico que o Cristianismo, essa tristeza de religião baseada na culpa e em salvar os outros prejudicando-nos a nós próprios, esteja na base do "amor ao outro" que está a origem desta ditadura universalista... enfim, pela boca morre o peixe. Nada mais adequado: o peixe que era o símbolo dos primeiros cristãos de Roma.

20 de janeiro de 2010 às 16:56:00 WET  
Blogger Caturo said...

Ora aí está um comentário de rara ironia, bem observado.

20 de janeiro de 2010 às 17:04:00 WET  

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