O «DIA DAS BRUXAS» - A PASSAGEM DO ANO CÉLTICA
Na Gália, chamava-se Samonios; na Irlanda, Samhain. O termo designa o fim do Verão, isto é, o terminus da estação quente, luminosa, e o início da estação fria e sombria, princípio do ano no calendário celta. Efectivamente, do mesmo modo que os povos célticos contavam o tempo por noites, não por dias, também o seu ano começava em tempo de escuridão.
Acreditavam este povos que nesta altura do ano se tornava especialmente efectivo o contacto entre o mundo dos vivos e o Outro Mundo, o dos mortos. Uma vez que se tratava aqui de um tempo caótico, um tempo simbolicamente entre os tempos, ou seja, antes do ano seguinte e depois do ano anterior, era socialmente lícito assumir comportamentos desregrados e desordenados. Neste contexto inserem-se as mascaradas e a folia pela noite dentro.
A festa de todos os mártires era nos primeiros séculos da cristandade a 13 de Maio. Passou para Todos-os-Santos a 1 de Novembro de 835 com vista a ocupara tradição do Samhain, que era o Ano Novo para os pagãos celtas.
Os Irlandeses celebravam-na por isso com grande fervor e levaram essa tradição para além mar. Ver mais pormenores aqui, num curto documentário, um bocado simplificado e básico (na linha da americanice por vezes bacoca que agora domina o canal de História da TVCabo), mas suficientemente claro e informativo.
E porquê?
Porque o Natal consiste na celebração do solstício de Inverno, sendo por isso uma festividade típica de povos sedentários e agrícolas, enquanto o Primeiro de Novembro, marcando o começo da estação escura (por oposição à luminosidade do Verão e da Primavera), é próprio de povos nómadas, semi-nómadas, enfim, gentes de economia pastoril.
Mais adianta, Vasco Rodrigues, que, na aldeia de Longroiva (possível descendente do castro de Longóbriga), os jovens subiam ao Morro da Faia, monte íngreme, levando consigo figos e uma cabaça de vinho ou de aguardente, e, uma vez no seu topo, lançavam pedras, evocando um santo a cada lançamento e bebendo um trago de vinho em sua honra.
Estas pedras podem bem ser resquícios das cabeças de gado que outrora eram sacrificadas pelos Celtas em grandes hecatombes, pois que esta era a altura de abater todas as reses que não fossem necessárias à criação. Assim, na Serra da Estrela, é este o momento em que os pastores se reúnem e abatem o gado que não podem guardar no Inverno. Tomei conhecimento, já não sei onde, que há um ritual similar em aldeias escocesas, isto é, em plena nação celta...
Ao mesmo tempo, é curioso que na tradição anglo-saxónica haja um só dia de celebração nesta festividade, ao passo que na tradição portuguesa há dois: o Dia de Todos os Santos, primeiro, e, a seguir, o Dia dos Mortos. Ora, sabendo-se que o Catolicismo aniquilou o politeísmo por meio da substituição dos Deuses por Santos, e que, em total contraste, os protestantes, mais radicais e austeros, pura e simplesmente suprimiram por completo tudo o que se parecesse com o politeísmo, acabando com o culto dos Deuses sem «dar» ao Povo nada em troca (daí que o Portestantismo seja geralmente considerado mais seco e frio do que o Catolicismo), pode pensar-se se «Dia de Todos os Santos» não sera sucedâneo de «Dia de Todos os Deuses», talvez porque esta fosse para os pagãos da Lusitânia a celebração religiosa por excelência.
Celebre-se portanto esta data com quanto vigor for possível, é realmente aqui que está um dos baluartes da identidade mais autenticamente europeia - no contacto com as tradições mais sagradas da herança étnica ancestral.
15 Comments:
Why Bradford is not Leicester
By Hasan Suroor
Bradford is to Pakistanis what Leicester is to Indians, but that's where the subcontinental parallel ends. The two cities are a study in contrast, illustrating in some ways the contrasting daily lives of the two Asian expatriate communities otherwise linked by a common culture and history.
While Indians have thriving businesses, live in better neighbourhoods and send their children to private schools, Pakistanis are stuck in the most deprived estates, their children go to the worst of schools (if they go at all), unemployment among them is phenomenally high and the mob culture is spreading rapidly. The Indian community has moved on both educationally and economically and is embarrassed to be lumped with Pakistanis — preferring to be called "British Indians'' rather than "British Asians''. Partly of course this has to do with the Islamophobia triggered by the September 11 events, and a quiet but energetic anti-Muslim/anti-Pakistani campaign by the local members of the Sangh Parivar.
But the larger issue of the backwardness of the Pakistani community, which distinguishes it from the more mobile Indians, remains. Pakistanis are acutely conscious of this and even have an explanation which, though partially true, is largely self-serving. The explanation is that the Indians who came from East Africa — and they constitute the bulk of the Indian community — were already economically well-off and educated. They were also more enterprising, and starting with the lowly corner-shop they quickly built up their own businesses.
Pakistanis and the Bangladeshis, on the other hand, came from the poorest of backgrounds — mostly illiterate farmers — to work in textile mills of Bradford and Manchester. Much of what they earned, they sent back home hoping that one day they would return — and live happily ever after. Of course, they didn't return but unlike Indians who set down roots here they continued to — and still do-cling to the "myth of the return''. Meanwhile, the textile mills closed down, they went on the dole and with no education — not even a working knowledge of English — they withdrew into an insular existence : a world confined to their homes and the local mosque. They had no ambitions for their children who, though born here, grew up in an environment that bore no resemblance to the world around them.
``These third and fourth generation young Pakistani and Bangladeshi boys are frustrated — they resent the life which their parents have imposed on them and which has made them social misfits, and this is compounded when they do not get jobs and come across racism on the streets,'' says Ishtiaque Ahmed, himself a Pakistani, and secretary-general of the Bradford Council of Mosques.
There is a crisis of identity among Pakistani youth who feel unwanted in the society in which they were born and brought up, and at the same time have no real feel for the country of their parents. "They try to escape this by asserting their religious identity — they grow beard, fall prey to fundamentalism, turn to violence, and retreat more and more into a hostile inner world,'' he explains.
Enlightened Pakistanis admit that the community lives in a time-warp. All the domestic political and social tensions — the Kashmir issue , the shia-sunni divide, the Punjabi-mohajir tension — are all played out in Bradford to the point where even the choice of local councillors is determined by "leaders'' back in Pakistan.
There are a number of Pakistani councillors in Bradford, and all represent political factions controlled by forces in Pakistan. "During elections we get telephone calls from Pakistan telling us whom to vote,'' says one community activist. And he adds: "Our MPs are obsessed with Kashmir and never take up the issues which affect us whereas Indian MPs in Westminster concentrate on local issues. They regard Britain as their country, while we still talk in terms of Britain being a host community where we are guests even after four generations.''
http://www3.uwic.ac.uk/english/education/humanities/staff/pages/mbolognani.aspx
Caturo,veja isto,s.f.f.
http://pubphilosopher.blogs.com/pub_philosopher/2005/07/muslim_colonial.html
E aqui vai uma música dedicada ao Halloween:
http://www.youtube.com/watch?v=9QAtxmSp59g&feature=related
Excelente informação!
Viva a Europa!
Viva a PORTUGAL!
O Vaticano condena o Halloween
http://www.express.co.uk/posts/view/137270/Vatican-condemns-dangerous-Halloween
http://www.youtube.com/watch?v=W2QgxB5xw-k
Amigos,não se esqueçam de ver as vossas dedictórias no poste da Suécia...
Bom domingo a todos e todas
Ontem de manhã fui levar a minha sobrinha à catequese.Tudo bem...Acho que é uma xaropada de todo o tamanho,e tal,mas agora,surge uma interrogação pertinente:não é que eu esteja a fazer o papel de "advogado do Diabo" ou coisa que o valha,até porque sou agnóstico,mas ainda não consegui entender qual a perspectiva de formação relativamente ao crescimento e formação de crianças que defende o Paganismo:existe alguma preocupação dos pagãos nesse sentido,ou seja,na formação de quadros de valores e comportamentos em sociedade do indivíduo,tal como a preconizada pelos Católicos,ou não?
Gostaria de saber o que pensam os Pagãos a respeito desta matéria;existe alguma forma de preocupação pedagógica de crianças,dentro da realidade Pagã portuguesa?Como é que esse processo funciona?
Desde já o meu muito obrigado!
O Paganismo em Portugal, e no resto do mundo ocidental, está em fase de formação e expansão, pelo que não terá ainda estruturas como as da catequese. Não parece todavia que a catequese seja essencial à educação de qualquer criança - a esmagadora maioria delas não põe sequer lá os pés. Mesmo as pessoas da geração que está agora na casa dos trinta, a maior parte nunca foi à catequese.
O que pode e deve fazer-se, a meu ver, é educar as crianças nos valores que se consideram mais apropriados: Lealdade, Respeito pelos outros e pelos animais, e pelo meio ambiente, Liberdade, Coragem, Dignidade, enfim, os valores tradicionais herdados da Ancestralidade.
Obrigado pelo esclarecimento.Sem dúvida que esses valores são de grande importância para a formação individual.
Ó Caturo, já pensaste em escrever um livro sobre neo-paganismo em Portugal ou sobre as religiões da Lusitânia? É que anda para aí tanta porcaria - agora é moda - que tu ao menos podias escrever uma coisa séria sobre isso. Ainda agora estive a ler os Deuses e Rituais Iniciáticos da Antiga Lusitânia do Gilberto de Lascariz e o homem inventa que se farta. Tu, ao menos, podias fazer uma coisa em condições. Pensa nisso.
"Não parece todavia que a catequese seja essencial à educação de qualquer criança - a esmagadora maioria delas não põe sequer lá os pés."
O que é bom sinal. Também não me parece que o paganismo precise de copiar os métodos da igreja, nem proceder a nenhuma evangelização pagão. Se houver algum tipo de oferta a nível de conteúdos isso deve ser suficiente para cativar o interesse das pessoas, agora o que se pode trabalhar é realmente para disponibilizar conteúdos cada vez melhores e formar de alguma forma grupos mais organizados, mas não exagerando, pois a sobre-organização também pode tornar o paganismo um alvo fácil de abater. O que importa acima de tudo evitar é que este caldeirão de modas pagãs não se torne em nada demasiadamente tosco. Agora que digam que o Halloween é plástico não me chateia, pois quem diz isso também gosta de música pop e de futebol e de outras coisas também plásticas.
Passou agora na TVI uma reportagem sobre a passagem do ano em vinhais, com sacrifício da cabra e caldeirão de agua literalmente ardente. Ehehe muito bonito de se ver.
Até Mr e Mrs Hussein Obama comemoraram o Halloween.
Enviar um comentário
<< Home