UMA SENHORA QUE DEU COM A LÍNGUA NOS DENTES E DENUNCIOU A MAROSCA DOS SEUS PARES - MESMO ASSIM, OS MÉRDIA EM GERAL POUCO FALAM NO ASSUNTO...

Uma militante do Partido Trabalhista britânico, Gisela Stuart, anterior ministra da Saúde, pôs a mão na consciência e disse umas quantas verdades sobre o Tratado de Lisboa, em desabafo a um jornal diário: «o Tratado de Lisboa viola o princípio fundamental democrático de que os eleitores têm direito a deitar abaixo os que estão no poder. Permite à U.E. tomar futuras posições de poder de modo completamente impune, sem que a sua elite dê satisfações a ninguém. Não haverá mais tratados, não haverá mais referendos» - e acrescentou que o tratado contém uma cláusula segundo a qual se pode passar por cima dos vetos nacionais sem necessidade de recorrer a referendos.
Disse mais: «o meu teste básico à democracia é este: posso ver-me livre dos líderes? Ao votar, pode-se mudar as pessoas que nos controlam. O tratado de Lisboa não nos dá isto, como cidadãos, não nos dá os meios de controlo do executivo ou dos políticos que decidem por nós. A natureza da Democracia está realmente em risco.»

Os seus comentários devem ser especialmente desagradáveis tanto para os seus colegas Trabalhistas, que prometeram um referendo mas afinal não o fizeram, como para os «oponentes» (já se sabe como é o teatrinho do sistema...) Conservadores (Tories), que entretanto recuaram na sua promessa de realizarem um referendo sobre o tratado caso ganhassem, afirmando agora que só realizarão o referendo se este não estiver em vigor quando os Conservadores chegarem ao poder...

De notar que Gisela Stuart fez parte do comité que elaborou a Constituição da U.E., mais tarde restruturada (um género de «baralha e volta a dar») como Tratado de Lisboa.