PROEMINENTE CIENTISTA ATEU APOIA A RELIGIÃO...
Lorde May, presidente da Associação Britânica de Ciência, afirma que a religião pode ser a solução para um mundo em perigo: diz ele que a religião pode ter ajudado a proteger o homem de si próprio no passado e que a «receita» pode estar a ser novamente necessária.
Falando na conferência anual da associação que dirige, May, que é um ateu convicto, declarou-se preocupado com a «trajectória calamitosa» do mundo, causada pelo falhanço em coordenar medidas contra o aquecimento global. Isto porque, a seu ver, o mundo precisa que os países tenham acima de si uma autoridade suprema que os faça colaborar para que se faça o que é necessário à escala global. Ora, do seu ponto de vista, a crença num ou em vários Deuses que castigam os maus pode ter sido parte do mecanismo da evolução que mantém a cooperação entre as pessoas num mundo cão. Uma sociedade é tanto mais rígida e dogmática quanto mais for dominada pela religião mas pelo menos aí há cooperação entre as pessoas e uma certa estabilidade social.
É, enfim, a perspectiva de um ateu: uma visão especificamente utilitarista do fenómeno religioso, algo amesquinhante até. Escapa-lhe por completo o sentido de grandeza, de tremendum, de numinoso, que é essencial para que haja Religião. Tem todavia o mérito de a dada altura fazer notar que de momento «as» religiões têm um papel negativo a nível mundial devido ao acréscimo de fundamentalismo que se observa no Cristianismo e no Islão, especificando um dos motivos pelos quais o afirma: «As pessoas que acreditam no fim do mundo, que acreditam que o mundo vai acabar, não se interessam pela alteração climática». Conscientemente ou não, aflorou uma das críticas que os neo-pagãos fazem à Cristandade: a de, ao dessacralizar o mundo e considerar desprezar a vida terrena em proveito do Outro Mundo, ter contribuído para a violação profunda da Natureza e para os consequentes desiquilíbrios ambientais que se observam na actualidade.
A ideia, no essencial, parece-me correcta, mas vai além disso, talvez nem passe realmente por aí, ao certo - penso que ainda não sabemos se a Natureza está realmente a ser grandemente afectada por nós ou não. Mas uma coisa parece-me verdadeira: a cristianização afastou o humano da sacralidade do mundo, até das várias dimensões da sacralidade que tem em si mesmo.
Falando na conferência anual da associação que dirige, May, que é um ateu convicto, declarou-se preocupado com a «trajectória calamitosa» do mundo, causada pelo falhanço em coordenar medidas contra o aquecimento global. Isto porque, a seu ver, o mundo precisa que os países tenham acima de si uma autoridade suprema que os faça colaborar para que se faça o que é necessário à escala global. Ora, do seu ponto de vista, a crença num ou em vários Deuses que castigam os maus pode ter sido parte do mecanismo da evolução que mantém a cooperação entre as pessoas num mundo cão. Uma sociedade é tanto mais rígida e dogmática quanto mais for dominada pela religião mas pelo menos aí há cooperação entre as pessoas e uma certa estabilidade social.
É, enfim, a perspectiva de um ateu: uma visão especificamente utilitarista do fenómeno religioso, algo amesquinhante até. Escapa-lhe por completo o sentido de grandeza, de tremendum, de numinoso, que é essencial para que haja Religião. Tem todavia o mérito de a dada altura fazer notar que de momento «as» religiões têm um papel negativo a nível mundial devido ao acréscimo de fundamentalismo que se observa no Cristianismo e no Islão, especificando um dos motivos pelos quais o afirma: «As pessoas que acreditam no fim do mundo, que acreditam que o mundo vai acabar, não se interessam pela alteração climática». Conscientemente ou não, aflorou uma das críticas que os neo-pagãos fazem à Cristandade: a de, ao dessacralizar o mundo e considerar desprezar a vida terrena em proveito do Outro Mundo, ter contribuído para a violação profunda da Natureza e para os consequentes desiquilíbrios ambientais que se observam na actualidade.
A ideia, no essencial, parece-me correcta, mas vai além disso, talvez nem passe realmente por aí, ao certo - penso que ainda não sabemos se a Natureza está realmente a ser grandemente afectada por nós ou não. Mas uma coisa parece-me verdadeira: a cristianização afastou o humano da sacralidade do mundo, até das várias dimensões da sacralidade que tem em si mesmo.
18 Comments:
"Uma sociedade é tanto mais rígida e dogmática quanto mais for dominada pela religião mas pelo menos"
aqui ele tem razão.
e, mais uma vez, não creio que se trate de nenhuma propaganda ao paganismo.
muito pelo contrário.
Por falar em religião, http://www.tvi24.iol.pt/acredite-se-quiser/tvi24-guerra-santa-suspeito-alemanha-tribunal-acredite/1086267-4088.html
Isto porque, a seu ver, o mundo precisa que os países tenham acima de si uma autoridade suprema que os faça colaborar para que se faça o que é necessário à escala global.
NA TEOLOGIA 2.0 ELES TIRAM O DEUS-PROFETA E COLOCAM UM ABSOLUTISTA..
aqui ele tem razão.
e, mais uma vez, não creio que se trate de nenhuma propaganda ao paganismo.muito pelo contrário.
LOL
ELE(O 'CECÉ') PROMOVE MONOTEÍSMO E ATEÍSMO, MENOS O POLITEÍSMO ANIMISTA PAGANENSIS; SÓ FALTOU O SATANISMO..LL
Olá,Caturo...
Isto agora trouxe-me algumas recordações engraçadas.
Um antigo "love interest" meu,do início da minha carreira profissional,adorava embarcar em conversas deste teor,numa de "sheet talk",e,para ser franca,tal facto tornava-se divertido:um dos temas que veio,na altura,à baila,foi,precisamente,a definição do estado mental individual perante o que se designa por "sagrado":não se podendo taxar de "irracional",à luz de algum relativismo pós-iluminista,seria mais exacto atribuir-lhe a qualidade de..."numinoso",dizia ele.
Uma vez mais,a confrontação materialista-espiritualista a dar alguns panos para lençóis.(rss).
Sabes,a Metafísica nunca foi o meu forte.Sempre tive alguma tendência para "dissecar os insectos" e,de seguida,elaborar monografias secas e impessoais.Sem desprimor para os entomólogos,claro está...
Peço-te que me desculpes a ousadia ao expôr-me desta forma,mas não resisti.
Diz coisas.
Poderá o Divino,na sua multitude de essências,materializar-se através de uma qualquer fórmula matemática,como por exemplo,uma definição de coordenadas Kruskls-Szekeres,com vista a apresentar uma resposta transparente a uma problemática espaço-tempo?
Poder-se-ia,por meio deste aspecto do método experimental,tentar uma conceptualização do Divino,que não deverá-digo eu-patentear uma única e automaticamente identificável,face.
Já sei que sou uma pobre descrente,mas não leves a mal,o que eu sinto,cá por dentro,é que o Sagrado pode-se obter das mais díspares formas:a individuação tratará de assumir a forma e o conteúdo deste "busílis"...
Também sou dos que dizem que a coisa é numinosa, não simplesmente «irracional»... tanto quanto sei, o termo foi cunhado por um dos maiores estudiosos do tema no século XX, o alemão Rudolf Otto, na obra, clássica de todo (na História das Religiões, na Antropologia, na Sociologia até, talvez na Teologia, porque não), «Das Heilige», ou «O Sagrado», traduzida há muito em Português. O numinoso é aquele maravilhamento «sobrenatural», «mágico», divino, que se revela subitamente de uma forma inequívoca e inexprimível, arrebatadora. Vem de «Numen», palavra latina que designa o efeito da Divindade, ou a força da Divindade, uma potência nua e absoluta, sem história, sem passado nem presente, transpessoal. Digamos que é um «vaipe sagrado», por assim dizer...
Nunca tiveste nenhuma impressão parecida com isto?
«Poderá o Divino,na sua multitude de essências,materializar-se através de uma qualquer fórmula matemática,como por exemplo,uma definição de coordenadas Kruskls-Szekeres,com vista a apresentar uma resposta transparente a uma problemática espaço-tempo?»
Podes especificar? ;)
De qualquer forma, com isto concordo inteiramente:
«o Sagrado pode-se obter das mais díspares formas:a individuação tratará de assumir a forma e o conteúdo»
Faço minhas as palavras de Símaco: «Olhamos para as mesmas estrelas, o céu é comum, o mesmo mundo rodeia-nos. Que diferença faz o modo como cada qual procura a verdade? Não podemos chegar a tão grande mistério por apenas uma estrada...».
Já,sim.Esse meu antigo namorado gostava muito de falar dos "paraísos artificiais",era um aficcionado da Metafísica...Felizmente,nunca me conseguiu atraír para essas sendas contra-culturais.(Rss).
Mas tinha piada.
Por acaso,conheço escritos de Rudolph Otto.Acho,não tenho a certeza,que a teorização desse tal aspecto algo "mágico",se quiseres,mas sem dúvida,especial,está num livro dele,chamado "A Ideia do Sagrado",que deve ter sido publicado lá pelos anos vinte do século passado.Se não estou em erro,ele explicava que os indivíduos possuíam uma predisposição inata para procurar e cultuar o numinoso.
Otto chamava-lhe "misterium tremendum".Só o nome já assusta!
Face ao "misterium tremendum",a pessoa tende a sentir-se desprezível,sim,mas de modo algum alienada.Ele via o numinoso como algo "absolutamente outro",sendo a reacção humana a ele definida como "espanto absoluto".
Parece que é assim que alguém crente se exprime,ao referir-se à noção de sacro ou santo.Compreendo na totalidade.
Tive essa sensação,esse tal "vaipe" ou "flash",quando me apercebi do significado daquilo que buscava na minha vida e nas minhas lutas interiores:a determinação de me tornar útil,de ajudar os outros.Por isso,enveredei pela vida clínica,e cá estou eu.
Devo ter nascido para Florence Nightingale,de certeza...(Rss).
"Podes especificar? ;)"
O binómio Religião-Ciência,se bem que assente em premissas bem claras,é capaz de materializar,consoante a sua natureza,uma noção de Divino.
Por exemplo,os números transcendentais,alguns logaritmos,o mistério de "pi",entre outras vertentes,não serão mais que simples exposição codificada do mistério?
Atenção,que não se trata de numerologia,nem nada do género.
Esta ideia já não é recente;básicamente,o conceito é abstracto,e implica alguma investigação para melhor explicação.
«Olhamos para as mesmas estrelas, o céu é comum, o mesmo mundo rodeia-nos. Que diferença faz o modo como cada qual procura a verdade? Não podemos chegar a tão grande mistério por apenas uma estrada...».
Bonito,sem dúvida,e não poderia ser mais explícito.Não conhecia.
«Otto chamava-lhe "misterium tremendum".Só o nome já assusta!
Face ao "misterium tremendum",a pessoa tende a sentir-se desprezível,sim,mas de modo algum alienada.Ele via o numinoso como algo "absolutamente outro",sendo a reacção humana a ele definida como "espanto absoluto".»
Sim, exactamente. O «tremendum» é, a seu ver, um terror fascinante. Não é puro medo, visto que a emoção em causa é visceralmente diferente, e, segundo diz, uma emoção não pode originar outra, diferente. Otto afirma portanto que o «temor» sagrado não se reduz ao simples medo do desconhecido, como querem os observadores materialistas, mas a uma função específica, incontornável, da alma humana.
«Esta ideia já não é recente;básicamente,o conceito é abstracto,e implica alguma investigação para melhor explicação.»
Achei-lhe graça. É valioso que até no campo dos números, que aparentemente seriam meramente quantitativos, haja um portal para o Superior, ou uma presença do Divino.
Sempre tive alguma tendência para "dissecar os insectos" e,de seguida,elaborar monografias secas e impessoais.
MAS ISSO NÃO É MAL..
'ajudar' os 'outros'
CRISTÃ 2.0 DETECTADA..
"'ajudar' os 'outros'
CRISTÃ 2.0 DETECTADA.."
Hummm...irreverência pueril (bem) patenteada,não é?
Um pouco para o bacoco,mas ainda assim,com a sua graça.
Há que crescer mentalmente,está-se mesmo a ver.
Hummm...irreverência pueril (bem) patenteada,não é?
Um pouco para o bacoco,mas ainda assim,com a sua graça.
Há que crescer mentalmente,está-se mesmo a ver.
ADORO MULHERES ARROGANTES KE SE ACHAM; KUANTOS CM'S TEM O SEU SALTO..?LOL
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