CONSIDERAÇÕES DE INTELECTUAIS A RESPEITO DA VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE FRANCESA

Podeis não acreditar, mas parece que num programa de horário nobre da televisão francesa, uma série de intelectuais disseram mesmo coisas como as que se seguem a respeito da violência que se faz sentir na sociedade actual (vídeo):

Moderador: Bem-vindos. Vamos falar sobre o aumento do crime na sociedade francesa. Está a sociedade francesa a tornar-se mais e mais violenta, ou estamos nós a ficar menos tolerantes à violência?

Primeiro participante: Viajo muito e diria que comparado com países como o México, os países da América do Sul, ou a África do Sul, não se pode dizer que a violência em França está a crescer...

Historiadora Anne-Claude Ambroise-Rendu: Em geral, dos tempos antigos até à actualidade, tem havido um constante declínio da violência, mas ao mesmo tempo há um aumento na busca da segurança...

Escritor Antoine Bello: A sociedade francesa está menos violenta que no passado, concordo com os meus colegas nisso. Comparada com as épocas passadas, tal como a Idade Média, a Revolução Francesa, a Comuna (...), a sociedade francesa é muito menos violenta.

Artista Ivan de Montbrison: Concordo com os outros em que a sociedade francesa é menos violenta, comparada com o Paquistão...


A dada altura, refere-se o caso de um esfaqueamento numa escola secundária: um aluno de treze anos, que não é considerado problemático, ficou irritado com o castigo que lhe foi aplicado por não ter feito os trabalhos de casa e, quando a sala de aulas estava vazia, pegou numa faca, ameaçou de morte a professora e acabou por esfaqueá-la acima do peito esquerdo, causando-lhe uma hemorragia interna.

Comentários dos intelectuais:

Primeiro participante: Este estudante que esfaqueou a sua professora... acontece a toda a gente. Até há escritores que aceitam que se mate o próprio pai...

Artista Ivan de Montbrison: Penso que o rapaz que apunhalou a sua professora identificou a sua faca com um símbolo fálico... é a minha opinião. É completamente normal. Porque é que fez o que fez? Porque estava numa situação que o empurrou para fazer o que fez.

Terceiro participante (homem de longa barba, eventualmente um psicólogo): Bem, aqui também, houve um desejo de ser ouvido. Penso que a violência é frequentemente um meio de expressão mais do que uma acção. A violência é frequentemente um sinal de sofrimento. Penso que havia provavelmente um verdadeiro sofrimento neste jovem, uma maleita, e ele não pensou realmente no que estava a fazer. Estava deprimido...

Artista Ivan de Montbrison: A única violência que eu vejo é a do nosso querido presidente que expressa violência verbal todos os dias. É completamente desproporcional focar a atenção em apenas uma pessoa, ou neste jovem. Foi um fenómeno psicológico que o levou a apunhalar a sua professora. Foi uma espécie de confissão (?), uma necessidade de se purgar através da faca... mas é completamente desproporcional...

Quarto participante (jovem de barba escura): A reabilitação é de aplicar se possível. Penso que a violência é necessária. Quando levanto a voz é porque tenho algo a dizer. A violência é parte da vida. Quando és oprimido, é necessária... Pode acontecer durante uma guerra, durante uma greve (e é interrompido pelo primeiro participante, que insiste que uma greve não é violenta, mas uma purificação, uma espécie de experiência espiritual.) Se parares de trabalhar, há um conflito com o teu patrão. É a vida, se vives numa sociedade há sempre o risco da violência. O nascim,ento é violento. Certos sectores da sociedade institucionalizaram a violência: o sistema escolar, a polícia, o exército, etc..

Historiadora Anne-Claude Ambroise-Rendu: A ideia da tolerância zero para crimes menores (delinquência) é um absurdo. Toda a gente sabe que não existe tal coisa. Os crimes menores são um sinal de uma sociedade saudável.

Escritor Antoine Bello: Temos sorte na Europa. Não há muita violência.


Muitos dos ouvintes ficaram chocados com o que ouviram, chamando-lhe, genericamente, «idiotice».

Mas não é só uma questão de idiotia.
É, acima de tudo, um sinal de profunda degeneração ética, que leva a que, num exercício de relativismo moral visceralmente abjecto contra toda a decência, mesmo contra o mais elementar senso comum (é a desconstrução total da personalidade humana, fenómeno típico do estado avançado da lavagem cerebral), se tente desculpar a violência cometida contra tudo o que representa o Tradicional, seja a professora, mas também a polícia, etc., já se sabe onde vai dar... não foi por acaso que um dos intelectuais resolveu, completamente a despropósito, bater num presidente tido como direitista, e outro intelectual lembrou-se de dar a entender que a Escola, a Polícia e as Forças Armadas é que são violentas a sério...

E é nas mãos desta espécie de criaturas invertebradas que está boa parte do destino do Ocidente - porque quem controla a Cultura forma, ou formata, as elites dominantes do presente e sobretudo as do futuro.