PERSEGUIÇÃO E IMPOSIÇÃO CRISTÃ - UM IDEAL MUNDIALISTA
«Se vemos um valor supremo na tolerância, então tudo o que lhe faz violência deve ser considerado como um crime, a começar por esses empreendimentos de conversão nos quais a Igreja se mantém inigualável. E, se ela exagerou a gravidade das perseguições a que foi submetida e inchou absurdamente o número de seus mártires, precisava de encobrir os seus crimes com pretextos nobres: deixar sem punição doutrinas perniciosas – não teria sido uma traição àqueles que se sacrificaram por ela? Assim, foi num espírito de lealdade que a Igreja se lançou à aniquilação dos “desviados”, e que pôde, depois de ter sido perseguida por quatro séculos, tornar-se perseguidora ao longo de quatorze. Esse é o segredo, o milagre da sua perenidade. Nunca houve mártires vingados com tão sistemática tenacidade.
Tendo coincidido o advento da Cristandade com o do Império, certos padres (Eusébio, entre outros) sustentaram que essa coincidência tinha um significado profundo: um Deus, um imperador. Na realidade, tratava-se de abolir os empecilhos nacionais, da possibilidade de circular através de um vasto estado sem fronteiras, o qual permitia à Cristandade infiltrar-se, tornar-se audaciosa. Sem essa oportunidade de se expandir, teria permanecido como uma simples dissidência dentro do Judaísmo, em vez de se tornar uma religião invasora e, o que é pior, uma religião da propaganda. Todos os meios se justificavam para recrutar, para reforçar e para expandir até mesmo essas bajulações diárias cujo aparato era uma ofensa tanto para os pagãos quanto para os deuses olímpicos. Juliano observa que, de acordo com os legisladores de outrora, “desde que a vida e a morte diferem completamente, os actos relativos a uma e à outra devem ser executados separadamente”. Essa disjunção, os cristãos, no seu proselitismo fanático, não estavam dispostos a aceitá-la: tinham consciência da utilidade do cadáver, das vantagens a extrair dele. O paganismo não elidia a morte, mas tinha o cuidado de não deixá-la à mostra. Para o paganismo, era um princípio fundamental supor que a morte não é consoante com o dia claro, que a morte é um insulto à luz. A morte pertencia à noite e aos Deuses infernais. Os galileus encheram os sepulcros, diz Juliano, que nunca chama Jesus outra coisa além de “o morto”. Para os pagãos dignos do nome, a nova superstição podia parecer apenas uma exploração, um aproveitamento do repulsivo. Tanto mais amargamente iriam deplorar o progresso que ela estava a fazer em cada sector. O que Celso não pôde conhecer, mas que Juliano entendeu perfeitamente, eram os levianos da Cristandade – aqueles que, incapazes de submeter-se a ela de modo pleno, mesmo assim se esforçavam para segui-la, temendo que, se se mantivessem à parte, seriam excluídos do “futuro”. Tanto por oportunismo quanto por medo da solidão, queriam estar ao lado desses homens “nascidos ontem”, mas logo chamados a exercer o papel de mestres, de torturadores.»
In «Os Novos Deuses», Fragmento II, de E. Cioran
Tendo coincidido o advento da Cristandade com o do Império, certos padres (Eusébio, entre outros) sustentaram que essa coincidência tinha um significado profundo: um Deus, um imperador. Na realidade, tratava-se de abolir os empecilhos nacionais, da possibilidade de circular através de um vasto estado sem fronteiras, o qual permitia à Cristandade infiltrar-se, tornar-se audaciosa. Sem essa oportunidade de se expandir, teria permanecido como uma simples dissidência dentro do Judaísmo, em vez de se tornar uma religião invasora e, o que é pior, uma religião da propaganda. Todos os meios se justificavam para recrutar, para reforçar e para expandir até mesmo essas bajulações diárias cujo aparato era uma ofensa tanto para os pagãos quanto para os deuses olímpicos. Juliano observa que, de acordo com os legisladores de outrora, “desde que a vida e a morte diferem completamente, os actos relativos a uma e à outra devem ser executados separadamente”. Essa disjunção, os cristãos, no seu proselitismo fanático, não estavam dispostos a aceitá-la: tinham consciência da utilidade do cadáver, das vantagens a extrair dele. O paganismo não elidia a morte, mas tinha o cuidado de não deixá-la à mostra. Para o paganismo, era um princípio fundamental supor que a morte não é consoante com o dia claro, que a morte é um insulto à luz. A morte pertencia à noite e aos Deuses infernais. Os galileus encheram os sepulcros, diz Juliano, que nunca chama Jesus outra coisa além de “o morto”. Para os pagãos dignos do nome, a nova superstição podia parecer apenas uma exploração, um aproveitamento do repulsivo. Tanto mais amargamente iriam deplorar o progresso que ela estava a fazer em cada sector. O que Celso não pôde conhecer, mas que Juliano entendeu perfeitamente, eram os levianos da Cristandade – aqueles que, incapazes de submeter-se a ela de modo pleno, mesmo assim se esforçavam para segui-la, temendo que, se se mantivessem à parte, seriam excluídos do “futuro”. Tanto por oportunismo quanto por medo da solidão, queriam estar ao lado desses homens “nascidos ontem”, mas logo chamados a exercer o papel de mestres, de torturadores.»
In «Os Novos Deuses», Fragmento II, de E. Cioran
12 Comments:
SERIA BOM CELSO, SE VC PUDESSE DE VEZ EM QUANDO COLOCAR TOPICOS SOB ESTAS VISÕES E ANÁLISES INICIAIS DOS PRIMEIROS INVADIDOS; COMO ELES SE SENTIAM PERANTE O INVASOR; TALVEZ TENHA MUITA COISA KE BATA COM O PERÍODO ATUAL EM KE VIVEMOS..!!
*BATE
Current Country Totals
From 17 Jun 2009 to 10 Jul 2009
Brazil (BR) 4,398
Portugal (PT) 3,372
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Panama (PA) 1
Nigeria (NG) 1
Costa Rica (CR) 1
El Salvador (SV) 1
Ghana (GH) 1
Senegal (SN) 1
Haiti (HT) 1
Asia/Pacific Region (AP) 1
Indonesia (ID) 1
Iran, Islamic Republic of (IR) 1
Dominican Republic (DO) 1
Georgia (GE) 1
South Africa (ZA) 1
Singapore (SG) 1
Slovenia (SI) 1
Slovakia (SK) 1
Manifestação anti islamisação em Birmingham, ver os videos !
http://www.bivouac-id.com/2009/07/07/birmingham-gb-manifestation-contre-lislamisation-videos/
Ó Cagalhoto, parece que os teus conterrâneos identitários franceses ficaram contentes da silva com a derrota da Marine Le-Pen:
HENIN-BEAUMONT : la victoire des pourris UMPS saluée par les fumiers du camp « national-identitaire » anti-FN!
http://reimsfaitfront.hautetfort.com/archive/2009/07/09/apres-henin-beaumont-le-bal-des-degueulasses.html#comments
«SERIA BOM CELSO, SE VC PUDESSE DE VEZ EM QUANDO COLOCAR TOPICOS SOB ESTAS VISÕES E ANÁLISES INICIAIS DOS PRIMEIROS INVADIDOS»
Celso escreveu no segundo século II d.c., durante a invasão espiritual cristã, e escreveu o magnífico «Discurso Verdadeiro Contra os Cristãos», do qual já aqui publiquei excertos, como fiz ontem, por exemplo.
Celso escreveu no segundo século II d.c., durante a invasão espiritual cristã, e escreveu o magnífico «Discurso Verdadeiro Contra os Cristãos», do qual já aqui publiquei excertos, como fiz ontem, por exemplo.
LEGAL, SERÁ KE EXISTEM OUTROS PONTOS DE VISTA OU OUTROS FILOSOFOS DA EPOCA KE TAMBEM PERCEBERAM A INVASÃO SEMITICA??
O KE A HYPATIA ACHAVA DOS CRISTÃOS??SOBROU ALGO DELA ACERCA DISTO??
VALE LEMBRAR KE A HISTORIOGRAFIA SISTEMICA DIZ KE OS INVASORES FORAM OS PAGÃOS GERMANICOS EUROPEUS, MAS NA VERDADE OS UNICOS ALIENS FORAM OS SEMITAS CRISTÃOS ASIÁTICOS..!!POR KE SE BRINCAR OS PRIMEIROS ARIANOS A SE FIXAREM NO LACIO E ASSIMILAREM OS ETRUSCOS, TINHAM MUITAS SIMILARIDADES COM OS GERMANICOS..!!
E ALIÁS, POR KE KE OS IDENTITARIOS DA FRANÇA FICARAM CONTRA O LE PENN??
TEM JUDEU NA HISTORIA??
"E ALIÁS, POR KE KE OS IDENTITARIOS DA FRANÇA FICARAM CONTRA O LE PENN??
TEM JUDEU NA HISTORIA??"
Tem até cartaz com mulata...mas deve haver mais motivos.
http://www.frontnational.com/upload/Affiches-Le-Pen-1.jpg
Esta deve ter sido uma das razões para começarem a não achar piada...Já tem uns tempos.
Tem até cartaz com mulata...mas deve haver mais motivos.
MAS KEM FOI KE COLOCOU ESTE CARTAZ E POR KE A CONFUSÃO??
MAS A MULATA JÁ NÃO FOI PRA INDICAR/ALERTAR O NIVEL DE AFRICANIZAÇÃO DA FRANÇA??
Hm..Não! Foi mesmo para fazer de "jovem francesa que vota Le Pen"...
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