sexta-feira, maio 08, 2009

PARLAMENTO EUROPEU VOTA PARA IMPEDIR LE PEN DE PRESIDIR À SESSÃO INAUGURAL

Ainda ontem o Parlamento Europeu soube mostrar algum respeito pela Liberdade de expressão... mas como pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita, ou como a referida assembleia tem tortos ou retorcidos a mais (é da falta de vértebras), eis que tinha agora de borrar a pintura:

Por ser o decano dos eurodeputados a sair das eleições europeias de Junho, Jean-Marie Le Pen teria direito a presidir à sessão inaugural do novo Parlamento. Para impedir o líder da extrema-direita francesa de o fazer, os eurodeputados votaram hoje uma alteração ao regulamento interno da Assembleia: agora passará a ser o presidente cessante a presidir à sessão ou, se este não for reeleito, um dos 14 vice-presidentes cessantes.
A emenda para alterar a regra do decano foi proposta pelos presidentes dos maiores grupos políticos no Parlamento, o socialista alemão Martin Schulz e o conservador francês Joseph Daul. Com o apoio dos Verdes e dos Liberais, foi aprovada por uma maioria esmagadora.
O tema foi levantado em Março, quando Martin Schulz e o co-presidente dos Verdes, Daniel Cohn-Bendit, se inquietaram com a possibilidade de Jean-Marie Le Pen, de 80 anos, ser o mais velho eurodeputado eleito nas próximas eleições e vir por isso a presidir à sessão inaugural do novo Parlamento. O actual decano, o socialista Giovanni Berlinguer, 84 anos, não se recandidata.
Pouco depois, em pleno hemiciclo, o chefe da Frente Nacional reiterou que as câmaras de gás foram um “detalhe” da História – declarações pelas quais já foi condenado pela justiça no seu país. Conservadores e liberais ficaram então convencidos de que era preciso mudar os regulamentos internos.

É assim, o totalitarismo esquerdista sonso e descarado, a querer silenciar o Nacionalismo, ou seja, a fazer pela secretaria - manipulação das leis - o que não consegue fazer por métodos verdadeiramente democráticos. O Povo votou a presença de Le Pen, mas a elite dirigente, apátrida por natureza, arranja maneira alterar a lei para contornar e reduzir a vontade popular. Aliás, a baixeza desta elite já aqui se demonstrou.

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O imperialismo e Portugal
por Carlos Plácido de Sousa


De Janeiro a Junho de 1916, Lenine, então exilado em Zurique, escreveu uma das suas mais importantes obras, a qual se tornaria também num dos textos políticos fundamentais de todo o século XX.

Só em meados de 1917 esse texto foi publicado na então Petrogado, já sem o czarismo, com um prefácio de Lenine datado de 26 de Abril desse ano, sendo-lhe dado o título de “O imperialismo fase superior do capitalismo”, a que se acrescentou o algo modesto subtítulo de “Ensaio popular”.

Na verdade a elaboração dessa obra fora precedida, da parte de Lenine, por um enorme esforço de recolha de dados e actualização, que sabe-se ter envolvido a consulta de centenas de livros, revistas e jornais em várias línguas.

Entre os autores consultados Lenine destacou o inglês Hobson, que em 1902 publicara a sua obra “O imperialismo”; e o austríaco Hilferding, que em 1910 dera à luz o seu livro “O capital financeiro”. Lenine salientou alguns aspectos importantes das obras destes e de outros autores, mas a sua análise crítica e informada trouxe sem dúvida perspectivas novas e revolucionárias para a caracterização do sistema que se lançara então na corrida ao domínio mundial; e que hoje, passados perto de 90 anos e muitos e variados acontecimentos, com terríveis danos e perigos para toda a Humanidade, continua a ter esse objectivo supremo na sua ordem do dia.

Outros sistemas imperiais que desde tempos remotos se sucederam, tiveram traços comuns com o de hoje, de uso da força, de domínio e de exploração intensiva de vários povos e nações; mas assentaram em outras bases económicas e tiveram consequências de diferente ordem, como se evidencia no texto de Lenine.

Outros sistemas imperiais que desde tempos remotos se sucederam, tiveram traços comuns com o de hoje, de uso da força, de domínio e de exploração intensiva de vários povos e nações; mas assentaram em outras bases económicas e tiveram consequências de diferente ordem, como se evidencia no texto de Lenine.

Há nesta sua obra uma passagem bem conhecida, mas também frequentemente olvidada. Por isso, e por razões ainda actuais, atrever-me-ei a citá-la. Diz ela o seguinte:

“O exemplo de Portugal mostra-nos uma forma, um pouco diferente, de dependência financeira e diplomática, ainda que conservando a independência política. Portugal é um estado independente, soberano, mas na realidade há mais de 200 anos, desde a Guerra de Sucessão de Espanha (1701-1714) que está sob o protectorado da Inglaterra. A Inglaterra defendeu-o e defendeu as possessões coloniais portuguesas para reforçar as suas próprias posições na luta contra os seus adversários, a Espanha e a França. A Inglaterra obteve em troca vantagens comerciais, melhores condições para a exportação de mercadorias e, sobretudo, para a exportação de capitais para Portugal e suas colónias: podendo ainda utilizar os portos e ilhas de Portugal, etc, etc.

Este género de relações entre pequenos e grandes Estados sempre existiu mas na época do imperialismo capitalista tornam-se sistema geral, entram como um elemento, entre tantos outros, na formação do conjunto de relações que regem a “partilha do mundo”, passando a ser elos da cadeia de operações do capital financeiro mundial.”

Estas poucas linhas são, quanto a mim, uma magnífica síntese de duzentos anos de História portuguesa, que também explica muito do que sucedeu nos quase cem anos subsequentes até ao presente. Mesmo levando em linha de conta modificações ocorridas, entre as quais sobressaem as alterações surgidas na composição relativa das forças dominantes no campo imperialista, bem como os 48 anos da ditadura fascista em Portugal até 1974 e a posterior independência das colónias portuguesas. E ainda muito, a luta do povo português por um futuro melhor e mais digno.

Nessa luta não é possível ignorar o lugar cimeiro desempenhado pelo Partido Comunista Português.

Após a sua fundação em 1921, o golpe militar de 1926 e o regime fascista que se lhe seguiu, forçaram o PCP à luta clandestina. Uma luta em que o domínio imperialista em Portugal não podia ser esquecido pela única força política organizada a encabeçar a longa resistência antifascista. E assim o PCP definia o governo fascista português como executor da ditadura terrorista dos monopólios capitalistas, associados ao imperialismo estrangeiro e aos latifundiários nacionais.

A Inglaterra, que exercia uma influência dominante em Portugal a quando da instauração do regime fascista, nada fez para suster a sua implantação e a consequente e violenta repressão política levada a cabo. Pelo contrário, os governos ingleses da época contribuíram para reforçar o equipamento militar do regime ditatorial português, e nenhuns obstáculos financeiros ou diplomáticos lhe levantaram na cena internacional. Outras potências imperialistas, tais como os Estados Unidos, a Alemanha, a França e a Itália, interessados sobretudo nos ricos recursos naturais das colónias portuguesas, acompanharam, em competição, as posições seguidas pela Inglaterra.

A derrota, na 2ª Guerra Mundial, dos fascismos alemão e italiano – aliados na prática ao salazarismo – não alterou as posições do imperialismo face ao regime português. Deu-se inclusivamente o seu escandaloso reforço com a presença do governo fascista de Portugal entre os fundadores da NATO em 1949, em Washington; e também com a concessão de créditos do plano Marshall e o acordo bilateral com os Estados Unidos em 1948. Seguidos pela integração do regime na Associação Europeia de Livre Comércio, onde a Inglaterra pontificava; e ainda pela adesão ao GATT, antecessor da Organização Mundial do Comércio. Investimentos financeiros do imperialismo muito beneficiaram igualmente o regime fascista.

Mas a resistência antifascista, com destaque para o PCP, persistia corajosamente. A acumulação capitalista pelos monopólios nacionais e estrangeiros baseava-se na exploração desenfreada dos trabalhadores portugueses, contando para isso com o apoio do vasto aparelho repressivo do regime. Não admira pois que os trabalhadores estivessem na primeira linha da luta contra o governo fascista; e que o PCP contasse nas suas fileiras com uma maioria dos assalariados, a que se juntavam também membros das classes intermédias, sujeitos igualmente à exploração dos monopolistas.

Em 1961 inicia-se a luta de libertação nas colónias portuguesas em África, abrangendo sucessivamente Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. Centenas de milhares de soldados portugueses, num país com menos de 10 milhões de habitantes, foram mobilizados para as guerras coloniais do regime, nas quais mais de 10 mil foram mortos e dezenas de milhares estropiados, nunca esquecendo também as enormes perdas humanas dos povos daquelas colónias. E nunca é demais acentuar que as maiores riquezas dessas colónias – para citar apenas o exemplo relevante do petróleo e dos diamantes de Angola – estavam nas mãos dos imperialistas estrangeiros; e que, para proteger os interesses destes, iriam com o apoio da NATO, morrer muitos milhares de portugueses, os quais se tentava enganar com patrioteirismos hipócritas.

Em 1964, Álvaro Cunhal, então secretário-geral do PCP, elabora um relatório para o Comité Central do partido, que seria depois publicado clandestinamente com o profético título de “Rumo à Vitória”, e que, na minha opinião, constitui uma das obras políticas de maior relevo de toda a História de Portugal. Nela se enunciavam já os 8 pontos que resumiam o Programa do PCP para a revolução democrática e nacional; a qual se tornara absolutamente necessária para os portugueses poderem conquistar a democracia e uma vida melhor. O 6º desses pontos apontava frontalmente para a necessidade de libertar Portugal do imperialismo.

Este Programa e o relatório de Álvaro Cunhal foram aprovados no VI Congresso do PCP, em Setembro de 1965, o qual foi o último dos quatro congressos que o partido teve de realizar em condições de clandestinidade.

A luta antifascista continuou, dura e difícil mas progredindo, sempre com o PCP na vanguarda, até à madrugada libertadora do 25 de Abril de 74. E a sua componente anti-imperialista, encorajada primordialmente pelo PCP, também prosseguia. Por exemplo em 1970 a editora clandestina do “Avante” publicou uma pequena brochura com os textos sobre Portugal contidos nas obras de Lénine. Não eram muitos, mas entre eles destacava-se a passagem que aqui citamos inicialmente. Isto a acrescentar a muitos outros artigos sobre o assunto publicados nos clandestinos “Avante” e “O Militante”. A que se juntaram acções públicas contra a presença e a actuação do imperialismo em relação a Portugal.

Como Álvaro Cunhal apontara em 1974, lutando contra o imperialismo lutava-se também contra o regime fascista.

8 de maio de 2009 às 17:19:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O quinto império - o visionarismo profético

Através da profecia do Quinto Império, a Mensagem inscreve-se na corrente profética, aquela que de facto corresponde a uma identificação colectiva e de sentido positivo.

Bandarra é "Este cujo coração foi / Não português mas Portugal" e António Vieira "O Imperador da Língua Portuguesa".

Esta profecia que nasce do sonho ou da meditação, anunciou um Império de um tipo novo, espiritual.

De acordo com o esquema da interpretação do sonho de Nabucodonosor, por Daniel, que assinala os quatro impérios - Babilónia, Medo-Persa, Grécia e Roma - o quinto seria segundo Pessoa (Sobre Portugal - Introdução ao problema nacional, p. 234) o Império de Inglaterra, por de impérios materiais se tratar. Ora, o Império que profetiza é espiritual e o esquema em que se insere é diferente, pois é o da grandeza civilizacional: "Grécia, Roma, Cristandade/Europa - os quatro se vão /Para onde vai toda a idade /Quem vem viver a verdade/ Que morreu D. Sebastião?"

O apelo da Mensagem vai no sentido da concretização de uma vocação universalista dos portugueses, a qual não se afasta da que é expressa em 1923 na Revista Portuguesa: "O Quinto Império, o futuro de Portugal, que não calculo, mas sei- está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra e também nas quadras do Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem,que seja Português, pode viver a estreiteza de uma só personalidade, de uma só nação, de uma só fé (...). Ser tudo de todas as maneiras, porque a verdade não pode estar em faltar ainda alguma cousa (...).Na eterna mentira de todos os deuses, só os deuses todos são verdade".

Das condições para a criação de um "império de cultura", refere Pessoa como fundamentais: uma língua rica e completa, o aparecimento das obras de génio nessa língua.

Para além do anúncio de si próprio como o génio contemplado no grande acontecimento profetizado por Bandarra para 1888 (data em que nasceu), importa considerar a apreciação política de autores portugueses que Pessoa faz no ensaio sobre "A Nova Poesia Portuguesa", mas sobretudo a sua admiração por Teixeira de Pascoaes.

De facto, a Mensagem constroi-se em diálogo com o profetismo de Pascoaes, o poeta da saudade, dele se aproximando e demarcando,Pessoa considera que as "intuições proféticas" de Pascoaes vão no sentido da sua antevisão do "futuro glorioso que espera a pátria portuguesa " e propôe-se nos seus estudos "sociológicos" fazê-las passar do nível intuitivo ao de um pensamento lógico.

"O nacionalismo místico" de Pessoa reformulará a visão de Pascoaes e sobretudo acentuando a vocação universalista de Portugal e a sua disponibilidade de "poder ser".

Se em Pascoaes a saudade reúne lembrança e desejo, em Fernando Pessoa o poder criador do mito recebe a força suprema da qual depende inteiramente o futuro e, com ele, o passado.

A memória não depende de uma realidade empírica, mas de um alto destino que se faz e o faz existir. Leiam-se os primeiros versos do poema "Viriato":

"Se a alma que sente e faz conhece

Só porque lembra o que se esqueceu

Vivemos, raça, porque houvesse

Memória em nós do instinto teu"

Como nota Alfredo Antunes (in A Saudade Profética), a profecia sebastianista aparece em Pascoaes bastante diluída quanto à sua concretização espacio-temporal, enquanto em Pessoa ela é investida de um alto valor de intervenção que engloba o descontentamento do presente e visa o futuro pela acção de uma vontade transformadora.

A diferença é bem visível se compararmos, por exemplo, o tom apelativo do terceiro dos símbolos"O Desejado", com este extracto de "A Era Lusíada" de Teixeira de Pascoaes: "Eis que ele reaparece logo, ainda não em corpo vivo,mas em fantasma de nevoeiro.A Saudade lutuosa, através das suas lágrimas, visiona o Desejado. Os seus olhos perdem-se na neblina do mar que desenha vagamente ao longe , a ilha do Encantamento.(A Era Lusíada, Porto, 1912).

O Sebastianismo de Fernando Pessoa exige uma referência imprescindível a António Nobre, que deixou incompleto um poema intitulado " O Desejado" , publicado postumamente.

Segundo Pessoa, o autor do " livro mais triste que há em Portugal" , o Só diz-nos da nossa tristeza de sermos orfãos e choramos sabendo que é inutilmente que choramos.

Do ritual de sacríficio consagrado nas páginas de Nobre, encontramos um eco nítido no terceiro de "Os Avisos", onde às lágrimas choradas é interior o calor e a luz.

De "submissão"voluntária ao sonho se poderá falar (" Quando meu sonho e meu senhor?")

Tudo o que Pessoa escreveu sobre o assunto , irónicamente ou não , poderá elucidar-nos acerca de uma vivência dos problemas portugueses.

Mas apenas na Mensagem encontramos a identificação do sujeito e da pátria, num pensamento da Hora trágica, que apenas o mito, que como tal se afirma pode interpretar, fazendo surgir o sol na noite, o nacional e o universal.

O Quinto Império, símbolo colocado sob os desígnios do Encoberto, nada tem de loucura irracionalista ou de cálculo de uma identidade.

A Mensagem é toda ela um acto de paixão pela Pátria, que a confunde com a aspiração anónima de um povo, a passar além de si, e dar ao mundo novos mundos que só a inteligência pode achar.

"O Sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Momentos de espr'ança e da vontade,

Buscar um linha fina do Horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a ponte

Os beijos merecidos da verdade"

("Horizonte")

A ortografia arcaica que Pessoa valoriza corrobora a mitificação do passado e o ideal aristocrático que animam a Mensagem.

Este ideal é, aliás, sublinhado por um intenso patriotismo visível nas "Páginas de Estética" e de "Auto-Interpretação" e que conjuga o seu acérrimo humanismo:

"Há três realidades sociais - o indivíduo, a Nação, a Humanidade" (…)

"A Humanidade é outra realidade social tão forte como o indivíduo, mais forte que a Nação, porque mais defenida do que ela" (…) "É através da fraternidade patriótica, fácil de sentir a quem não seja degenerado que gradualmente nos sublimamos ou sublimaremos, até à fraternidade com todos os homens. (…)". A Nação é a escola presente para a Super-Nação futura. Cumpre, porém, não esquecer que estamos ainda e durante séculos estaremos na escola e só na escola.

Se intensamente patriota é três coisas: é primeiro, valorizar em nós o indivíduo que somos e fazer o possível por que se valorizem os nossos compatriotas, para que assim a Nação, que é a suma viva dos indivíduos que a compõem, e não o amontoado de pedras e areia que compõem o seu território, ou a colecção de palavras separadas ou ligadas de que se forma o seu léxico ou a sua gramática - possa orgulhar-se de nós, que, porque ela nos criou, somos seus filhos, e seus pais porque a vamos criando".

8 de maio de 2009 às 17:21:00 WEST  
Anonymous Templário de Portugal said...

Joaquim de Flora (1135-1202) dividiu em três partes a História do Homem, decalcando-as das três pessoas divinas: Idade do Pai, Idade do Filho e Idade do Espírito Santo. Foi precisamente a convicção do abade cisterciense de que a última Idade ainda não tinha chegado que o tornou herético aos olhos da Igreja. Esta acreditava que após a vinda do tempo da “Lei”, que se interpretava como sendo a Idade do Pai, a Idade do Filho, a época da presença de Cristo entre os Homens e a Era atual, o “tempo da Graça” regido pela Santa Igreja. Flora previa que o ano de 1260 fosse o ano do fim da Idade do Filho, começando a Idade do Espírito Santo imediatamente a seguir.

A inspiração do abade provinha diretamente do Antigo Testamento, nomeadamente de Isaías e na leitura que Daniel fez do sonho do rei Nabucodonossor, sobre a visão da estátua, composta por quatro metais diferentes, em níveis diferentes e representando cada um deles um diferente império mundial. A estátua seria destruída pela “pedra”, entendida aqui com um… “Quinto Império”, origem primeira do termo, aliás. Seria este o império que “nunca seria destruído e cuja soberania jamais passará para outro povo, pois submeterá e aniquilará todos os outros, e subsistirá eternamente” (Daniel, II, 44).

A leitura literal da profecia é anacrónica, pelo que a devemos colocar em contexto, naturalmente. Ou seja se Daniel as encarava como sendo uma antecipação na vitoria de Israel sobre os Estados vizinhos, e se depois Flora a interpretou como uma consagração da vitória do Cristianismo sobre os não-crentes. Depois dele, António Vieira buscaria aqui talvez inspiração para os seus impulsos milenaristas e, certamente – porque o claramente disse e escreveu várias vezes – também Agostinho da Silva encontraria em Flora o fundamento para o movimento religioso, social e até político que surgiu em Portugal no reinado de Dom Dinis, cruzando influencias joaquimitas, com o legado trazido de Aragão pela rainha Isabel com um fundo local de fraternidade e humanidade que estava ainda muito vivo no interior português e que em última instância era até mais antigo em Portugal que o próprio Cristianismo.

A segunda parte, que começa com D. Dinis, é a História do mito do Quinto Império, enquanto a História dos Descobrimentos é, em boa medida, a historia da Demanda do Preste João; nos tempos recentes, a História da nossa Restauração é a Historia do reavivar do mito sebástico e do mito do Quinto Império, como a prova a obra do Padre António Vieira na “História do Futuro”.

Portugal confundir-se-ía assim com os propósitos que levaram Bernardo de Claraval a criar a Ordem do Templo. E assim, os destinos, caminhos e objetivos de Portugal e da Ordem do Templo confundir-se-iam. Portugal seria uma criação para a Ordem do Templo, um “reino templário”, um conceito bem compatível com a defesa insistente feita em Portugal contra o mandato papal que exigia a extinção da Ordem. O projeto templário confundia-se com o projeto português e o grande motor da portugalidade que foi o processo dos Descobrimentos e da Expansão portuguesa. O mito do “Quinto Império” que hoje ainda sobrevive com tanta energia na cultura lusófona é uma persistência desse perdido projeto templário, que se tentou concretizar em Portugal e na sua Expansão e que ainda verá a luz do dia, é nossa convicção e crença firmes.

Fonte:
Lima de Freitas; “Porto do Graal”; Ésquilo

8 de maio de 2009 às 17:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=FaBq7nH6ovE

O Portugal mais profundo.A visitar sem reservas.

8 de maio de 2009 às 17:37:00 WEST  
Blogger Matos said...

"Ontem dei largas aos meus pulmões e, juntamente com outros colegas, ajudei a abafar mais uma das obscenas intervenções do fascista, racista e negacionista Jean-Marie Le Pen na plenária do Parlamento Europeu"

Ana Gomes

2009/03/26/

http://oinsurgente.org/

8 de maio de 2009 às 18:01:00 WEST  
Anonymous Sertório said...

"Trabalho de investigação permite detectar Alzheimer, Parkinson e Glaucoma em fases precoces
Prémio Bial para médico Miguel Castelo-Branco
O Grande Prémio Bial de Medicina 2008, no valor de 150 mil euros, foi ontem atribuído a um trabalho de investigação que permite detectar Alzheimer, Parkinson e glaucoma em fases muito precoces.


O estudo foi desenvolvido nos últimos cinco anos pelo médico Miguel Castelo-Branco, director do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI) da Universidade de Coimbra. "Espero que traga retorno aos doentes", disse o clínico, após receber o prémio das mãos do Presidente da República Cavaco Silva, que reiterou a importância do investimento em ciência.

O Prémio Bial de Medicina Clínica (50 mil euros) distinguiu um estudo sobre doenças reumáticas liderado por João Eurico Fonseca, do Instituto de Medicina Molecular. O valor dos prémios será aplicado em mais investigações."

Mais um motivo de orgulho para Portugal.

8 de maio de 2009 às 18:15:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Ontem dei largas aos meus pulmões e, juntamente com outros colegas, ajudei a abafar mais uma das obscenas intervenções do fascista, racista e negacionista Jean-Marie Le Pen na plenária do Parlamento Europeu"

"Ana Gomes"

É uma parvinha essa Ana Gomes.

8 de maio de 2009 às 18:16:00 WEST  
Anonymous Sertório said...

http://www.youtube.com/watch?v=2DF5bphep6E


Mais um grande Português.Homem de ciência,formulou conceitos que viriam a ser adoptados pela NASA e por muitos astrónomos a nível mundial.
Lembrar sempre!

8 de maio de 2009 às 18:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Não é simplesmente parvinha. Faz parte de um colectivo que é algo de muito pior do que um simples parvinho:

http://gladio.blogspot.com/2009/03/tacticas-parlamentares-anti.html

É gente que não tem vergonha na cara.

8 de maio de 2009 às 18:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=KWAF03GE0Q4

Tradicional dos Açores.

8 de maio de 2009 às 20:55:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Ontem dei largas aos meus pulmões e, juntamente com outros colegas, ajudei a abafar mais uma das obscenas intervenções do fascista, racista e negacionista Jean-Marie Le Pen na plenária do Parlamento Europeu"

é pena que não dê largas aos pulmões para denunciar as barbaridades do islão.

8 de maio de 2009 às 23:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Essa Ana Gomes é a cara da traição, enfim uma desavergonhada.

9 de maio de 2009 às 00:21:00 WEST  

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