ITÁLIA É O PRIMEIRO PAÍS A BOICOTAR OFICIALMENTE A CONFERÊNCIA «ANTI-RACISMO»

A Itália, liderada por um governo no qual participa uma formação partidária nacionalista, foi o primeiro país a anunciar a retirada dos seus delegados dos grupos de trabalho da conferência da ONU sobre racismo e xenofobia, previstas para o período de 20 a 24 de Abril. O governo italiano considera que dois pontos do documento principal da conferência são anti-sionistas e afirma que os seus delegados não retornam enquanto não se efectuarem as devidas alterações.

Este anúncio regista-se depois de o governo israelita ter mostrado a sua desaprovação da visita ao Irão do ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini. Note-se contudo que a tomada de posição da Itália deriva da decisão parlamentar de Dezembro de 2008, em que a esmagadora maioria dos deputados (417 a favor, 4 contra...) aprovou uma moção a ordenar a vigilância absoluta para evitar que se repetisse o que aconteceu a Israel durante a conferência do racismo em Durban no ano de 2001, quando oito países tentaram impor a equação «Sionismo=Racismo» no documento final desta conferência da ONU.
O trabalho preliminar em preparação para a próxima conferência, «Durban 2», que será dirigida pelo presidente líbio Muamar Cadáfi no seu cargo de secretário geral da União Africana, será levado a cabo por um comité coordenado pela Líbia. O comité inclui também o Irão e Cuba. Em Outubro, este comité divulgou uma nota na qual Israel era definido como «um poder estrangeiro ocupante com leis baseadas em discriminação racial... um novo modelo de apartheid... um crime contra a humanidade».

Para além do facto de se constatar que esta hoste terceiro-mundista continua a não reconhecer o direito aos Judeus de terem o seu próprio Estado, tem sempre imensa graça ver regimes totalitários e desrespeitadores dos direitos humanos como o iraniano e o cubano a atacarem os «crimes contra a humanidade».

Hilary Clinton, secretária de Estado norte-americana, considerou tal declaração como «inaceitável» e avisou que enviar uma delegação norte-americana ao evento seria «um mau começo».

Israel e Canadá já sugeriram que não tomarão parte de «Durban II»; a França e a Holanda afirmam que estão a considerar não participar. Frattini acredita por seu turno que a Dinamarca e a Bélgica também não vão comparecer.

Em Jerusalém, o ministro dos Estrangeiros fez saber que o seu governo ficou «agradado com a decisão».

Digam os anti-sionistas, se quiserem, que «o dono diz ao lacaio "bonito menino"», é indiferente - nada disso tira a justeza à decisão italiana, que, ao invés de parecer obediente, é, pelo contrário, uma demonstração de coragem, face ao poderoso lóbi muçulmano.