EM MEMÓRIA DE DIU, UM DOS MAIORES FEITOS DOS PORTUGUESES
Assinale-se neste mês mais um aniversário da batalha de Diu, travada a 3 de Fevereiro de 1509 entre os Portugueses e as forças islâmicas da região, como aqui se pode ler: de um lado, a tropa conduzida pelo vingativo D. Francisco de Almeida; do outro, as gentes do sultão de Gujarat, do sultão mameluco do Cairo, do sultão otomano Beyazid II e do samorim da época.
Tratou-se efectivamente de uma vingança bem sucedida do primeiro vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida, que no ano anterior, 1508, perdera o seu filho, D. Lourenço de Almeida, morto no desastre de Chaul.
Esta vitória naval lusa marcou o início do domínio português e europeu no Oceano Índico, tendo um impacto análogo ao das batalhas do Levante e de Trafalgar. O poderio turco otomano na Índia foi neste episódio seriamente abalado e o de Portugal tornou-se soberano.
Tratou-se efectivamente de uma vingança bem sucedida do primeiro vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida, que no ano anterior, 1508, perdera o seu filho, D. Lourenço de Almeida, morto no desastre de Chaul.
Esta vitória naval lusa marcou o início do domínio português e europeu no Oceano Índico, tendo um impacto análogo ao das batalhas do Levante e de Trafalgar. O poderio turco otomano na Índia foi neste episódio seriamente abalado e o de Portugal tornou-se soberano.
posted by Caturo at segunda-feira, fevereiro 09, 2009
10 Comments:
propaganda imperialista...
Talvez, Ariano. Eu também não sou nenhum entusiasta do "Império do Minho a Timor" e acho que hoje talvez estivéssemos melhor se ele nunca tivesse existido ou que após 1580 os ingleses tivessem ficado com a parte portuguesa da ìndia, os holandeses tivessem ficado com Angola, Timor e partilhado o Brasil com os Franceses e Moçambique ficasse com outros quaisquer. Depois de 1640 talvez tivéssemos concentrado as nossas energias a desenvolver Portugal, a incrementar as manufacturas, a agricultura, a construção naval para a defesa e o comércio, etc.
Não preciso de dizer que não teríamos que levar com metade dos pretos, brazucas, indianos...
Enfim, as coisas são o que são.
Mas que foi um belo feito de armas, isso foi.
Visigoth:
eu nem sequer sou entusiasta do império português actual, quanto mais do império minho-timorense...
O Visigodo percebeu o que realmente interessa.
Acresce que, na época, a vitória até foi muito útil ao Ocidente, pois que ajudou a bater a ameaça islâmica.
Como bem diz o Visigodo, não se trata de propaganda imperialista de nenhum tipo mas (1) da celebração de um vitória militar portuguesa, e (2) da recordação do contributo luso na histórica luta do Ocidente contra os mafométicos. Sendo de aditar ao sobredito que uma coisa é a celebração do génio português na feitura dos Descobrimentos e da Expansão em terra ultramarina, e outra, assaz diferente, é erigir esse Império em ideologia: ou seja, uma coisa é dizer que a Nação Portuguesa obrou um feito historicamente assinalável ao dar novos mundos ao Mundo e ao, a despeito da sua exiguidade territorial na metrópole, ter dilatado imensamente o seu Império, e outra coisa é achar válido que (1) esse Império ainda exista, e (2) que quantos nele habitam são essencialmente tão portugueses, ou legatários da cultura portuguesa ou do Ser Português como nós. Nada disso procede. O Império é um elemento de orgulho histórico, não é, não pode ser, uma marca ideológica do nacionalismo. É nesse sentido que o vai texto do Caturo - o da apreciação da obra valorosa dos portugueses na Índia, e não o da sua legitimação.
Ora aí está a resposta completa.
O feito de armas foi em si valoroso (e útil), o que não significa que o Império devia sequer ter existido.
De qualquer modo, aproveito para lembrar que a política de D. Francisco de Almeida nem era das piores - por um motivo ou por outro, nunca o nobre quis que Portugal tivesse colónias. «Toda a nossa força seja no mar», pedia ele ao rei. Talvez isto nos tivesse poupado muita chatice.
Escreveu ao rei D. Manuel uma carta que é dos documentos mais importantes da história portuguesa:
«Toda nossa força seja no mar, desistamos de nos apropriar da terra. As tradições antigas de conquista, o império sobre Reis tão distantes não convem. Destruamos estas gentes novas (árabes, afgãs, etíopes, turcomanos) e assentemos as velhas e naturais desta terra e costa: depois iremos mais longe. Se o que queremos são os produtos da Índia, o nosso império marítimo assegurará o monopólio português contra o turco e o veneziano. Imponhamos pesados tributos, exageremos o preço das licenças (cartazes) para as naus dos mouros navegarem nos mares da Índia e isso as expulsará. Que tenhamos fortalezas ao longo da costa mas apenas para proteger as feitorias porq a verdaddeira segurança delas estará na amizade dos rajás indígenas por nós colocados nos seus tronos, por nossas armadas defendidos. Substituamo-nos ao turco e abandonemos a ideia de conquista para não padecermos das moléstias de Alexandre.»
http://pt.wikipedia.org/wiki/D._Francisco_de_Almeida
Exactamente, Duarte e Caturo. Totalmente de acordo. De facto, Francisco de Almeida era um homem de visão. O que não quer dizer que não admire outro grande português que tinha contudo uma visão diferente, mais imperialista, Afonso de Albuquerque. Um grande guerreiro e estadista, de visão arguta, mas que foi um dos principais fundadores ideológicos do império, como nós o conhecemos e do multiculturalismo. Não o culpo por isso, naturalmente. Eram as circunstâncias da época. E claro que nem ele, nem ninguém poderia adivinhar como as coisas estariam 5 séculos depois.
Ariano, não percebi: o que queres dizer com "império português actual"?
Saudações
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