GRÉCIA A BRAÇOS COM CRIMINALIDADE CAUSADA PELA IMIGRAÇÃO MACIÇA

Cerca de oitenta mil imigrantes chegaram à Grécia este ano e decidiram ficar ilegalmente. As autoridades helénicas afirmam que não podem já suportar a tarefa de guardar o flanco sudeste da União Europeia.
A imigração vinda de África e do Médio Oriente está agora a ameaçar a segurança pública na capital. Com efeito, têm-se registado nos últimos meses várias batalhas campais em Atenas, envolvendo as forças policiais e grupos rivais, muitas vezes ligados ao tráfico de droga, oriundos do Afeganistão, do Iraque e de África, e que usam espadas, machados e machetes.

Residentes e donos de lojas estão a abandonar a até aqui muito frequentada área central da cidade, abundante em comércio e em restaurantes.

Patroklos Georgiadis, o mais importante conselheiro político para questões de imigração do Ministério do Interior, que também supervisiona a ordem pública, atribui a culpa desta situação à entrada de oitenta mil imigrantes este ano: «por causa deste fenómeno, vemos mais e mais imigrantes no centro de Atenas a tentar sobreviver, por vezes através de actividades ilícitas. Esta infeliz situação - para os migrantes e para nós como país europeu - tornou-se insuportável.»
A Grécia apoiou recentemente a linha mais rigorosa na política da imigração promovida pelo bloco da presidência francesa. Segundo Georgiadis, «não haverá num futuro próximo outra onda de legalização de imigrantes na Grécia», isto depois dos programas que deram trabalho e residência a cerca de quinhentos mil imigrantes, a maior parte deles indocumentados desde 1997 - cerca de metade são de origem albanesa.

A violência em Atenas motivou uma campanha da parte do partido de extrema-direita Laos, cuja popularidade cresceu de 3,5% para 5,4%, quando há um ano entrou no parlamento nacional. Um porta-voz deste partido disse, num debate televisivo: «O centro da cidade está refém de gangues de imigrantes ilegais com facas - não será tempo de nos perguntarmos a nós mesmos se não temos já demasiada gente desta?»

As organizações de imigrantes queixam-se da discriminação que os «força» a enveredar pelo mundo do crime; e, à Esquerda, é a converseta do costume, a atacar os que «demonizam os imigrantes», mas o prefeito de Atenas, Yiannis Sgouros, do partido socialista (Pasok), admite que há um «problema explosivo»: «os imigrantes ilegais estão a tornar-se peões de barões da droga locais e estão a formar gangues. É preciso mudar alguma coisa ou então a área tornar-se-á numa arena para confrontos raciais e guerras de gangues.»

De acordo com a ONU, a Grécia aprova menos de um por cento dos pedidos de asilo, enquanto a média europeia de aceitação de pedidos de asilo ronda os vinte por cento.