AS MOIRAS ENCANTADAS - III
A terceira (e quarta) parte do artigo sobre as Moiras Encantadas de Consiglieri Pedroso, enviado pelos amigos Inês e Silvério, cujas duas primeiras partes se publicaram ontem e anteontem:
FIANDEIRAS E CONSTRUTORAS DE MONUMENTOS
III – como fiandeiras e construtoras de monumentos aparecem-nos as Mouras Encantadas também na tradição popular. Assim, ao pé da Citânia há duas fontes de mouras. Uma delas tem dentro um tear de ouro.
Da “pedra formosa” da Citânia, diz-se que foi uma Moura que a trouxera à cabeça.
Na praia de Lavradores (Porto) há dois penedos, um em cima do outro, a que chamam a “Pedra da Moura”. É tradição aí que foi uma Moura Encantada que veio pelo Oceano com as pedras à cabeça e a fiar. Quando chegou a terra, acrescenta a lenda, pôs os penedos na posição em que ainda hoje se achas e sumiu-se por baixo deles.
Também se conta que na construção do convento da Vila da Feira, foram vistas Mouras Encantadas a acarretarem pedras à cabeça, e a fiarem ao mesmo tempo.
Próximo da povoação de Rio Frio, junto a um sítio chamado o Pombal do Castro corre um riacho no lugar conhecido pelo nome das Maias. Crê-se que vem ali terminar a correnteza de salas do subterrâneo que fica por baixo daqueles outeiros, o qual é habitado por lindas Mouras. Nesse subterrâneo há uma riqueza incalculável.
Igualmente se acredita, que no caminho das Maias, no sítio onde se cruzam dois carreiros, se ao bater do meio-dia no dia de São João, se encontrarem casualmente tres Marias sem saberem umas das outras, ouvem-se claramente tecer debaixo do chão uns poucos de teares de oiro e prata, os quais são misteriosamente tangidos por lindas e jovens Moirinhas. Ate hoje ainda não se puderam desencantar tão galantes tecedeiras, que habitam aqueles ricos palácios subterrâneos (Bragança).
PAPEL MALÉVOLO
IV – A concepção das Moiras Encantadas como génios maléficos, que perseguem o homem, ocasionando-lhe diversas doenças, que tão vulgar é na tradição eslava, desapareceu quase que completamente da nossa mitologia. Apenas a temos encontrado na seguinte passagem, já por nós citada num estudo anterior, e que se refere a uma superstição ainda hoje em vigor no nosso Alentejo. Em Vila Alva, a madrugada de São João é supersticiosamente temida, sendo crença que ninguém a essa hora deve sair para o campo antes de o sol nado, para não encontrar cobras encantadas, a pentearem cabelos negros.
Indirectamente, parece-nos porem, que nas superstições abaixo indicadas se conserva um reflexo da concepção aludida, sob a forma de uma espécie de culto expiatório ou propiciatório junto às fontes, i. e. o elemento habitado pelas Mouras.
Numa fonte chamada do “Castro”, perto de Bragança, quando há uma criança doente, levam-na o padrinho e a madrinha no dia de São João, pegam-lhe um pela cabeça e outro pelos pés e mergulham-na em cruz na fonte. Depois despem à criança o fato velho e deixam-no ao pé da água abandonado, depois de lhe terem vestido outro novo. Em seguida retiram-se.
Na Maia curam-se as sezões apanhadas na água pela forma seguinte: a pessoa que vai nadar, quando sai da água, atira cinco pedrinhas ao rio. Tapa logo os ouvidos e fecha os olhos para não sentir o som da pedra caindo na água, dizendo, “água na fonte, maleitas no monte!”.
Quando uma pessoa tem sezões, deve enganá-las da seguinte forma: vai em jejum ao pé de uma fonte, com três bocados de pão ou de outro qualquer alimento; põe em seguida o pão ao pé da água, dizendo: “come tu, como eu como!” e vai-se embora. O doente fica sem as sezões, que passam para quem comer o pão (Guimarães).A mulher ou qualquer fêmea a quem falte o leite, vai beber à fonte e o leite volta. Há-de porém, deixar uma “oferta à nascente” ovos, pão, linho, azeite, vinho, etc. (Ponte de Lima).
O que até agora fica publicado refere-se à tradição oral do nosso povo, de onde foi coligido. Nos processos, porém, inéditos da inquisição portuguesa, encontram-se alusões muito circunstanciadas às Mouras Encantadas, o que prova que nos séculos XVII e XVIII a crença nestas entidades míticas era, do mesmo modo que hoje, geral em todo o país.
Num estudo anterior indicamos duas curiosas passagens a este respeito. Mais algumas temos contudo a mencionar.
Assim num processo da inquisição de Lisboa, uma Moura Encantada que está num palácio subterrâneo, aparece transformada numa pomba mulher, e quando a mesma mulher a agarra para que ela não fuja, a dita pomba faz-se outra vez em mulher.
No mesmo processo, também uma Moura Encantada num palácio pede, para poder sair, um copo de água de cinco fontes (sic) e umas folhas de hera.
Em outra passagem le-se o seguinte: “ … e se achou a Ré (Rosa Maria) numa casa, que parece ser de Aboboda, a parede de uma parte cheia de umas falhas (folhas?) muito luzentes, que parece diamantes, na outra um monte de barras mais pequenas, que as dos ferreiros, ao outro canto um monte de patacois, tudo dis ser amarello e na parede donde dis estão as d.ªs falhas (folhas?), esta um cinto da groçura de um homem, também com suas pedras, e mais outra couza do feitio de um canudo, com um vidro em sima, e outro em baixo; outra couza com uns arcos retrocidos e com uma pedra do tamanho de um ovo que dá mais carlidade que todas as mais que as escruas he o mesm; e andando-lhe mostrando tudo lhe perguntara, qual lhe parecia milhor se quanto tinha visto, se os seus cabellos, e ella lhe dissera que os seus cabellos, e lhe respondera boa ventura tivestes. Estes, dis a mulher (a ré) são como fios de outro cahidos pelas costas abacho…”.
Indirectamente, parece-nos porem, que nas superstições abaixo indicadas se conserva um reflexo da concepção aludida, sob a forma de uma espécie de culto expiatório ou propiciatório junto às fontes, i. e. o elemento habitado pelas Mouras.
Numa fonte chamada do “Castro”, perto de Bragança, quando há uma criança doente, levam-na o padrinho e a madrinha no dia de São João, pegam-lhe um pela cabeça e outro pelos pés e mergulham-na em cruz na fonte. Depois despem à criança o fato velho e deixam-no ao pé da água abandonado, depois de lhe terem vestido outro novo. Em seguida retiram-se.
Na Maia curam-se as sezões apanhadas na água pela forma seguinte: a pessoa que vai nadar, quando sai da água, atira cinco pedrinhas ao rio. Tapa logo os ouvidos e fecha os olhos para não sentir o som da pedra caindo na água, dizendo, “água na fonte, maleitas no monte!”.
Quando uma pessoa tem sezões, deve enganá-las da seguinte forma: vai em jejum ao pé de uma fonte, com três bocados de pão ou de outro qualquer alimento; põe em seguida o pão ao pé da água, dizendo: “come tu, como eu como!” e vai-se embora. O doente fica sem as sezões, que passam para quem comer o pão (Guimarães).A mulher ou qualquer fêmea a quem falte o leite, vai beber à fonte e o leite volta. Há-de porém, deixar uma “oferta à nascente” ovos, pão, linho, azeite, vinho, etc. (Ponte de Lima).
O que até agora fica publicado refere-se à tradição oral do nosso povo, de onde foi coligido. Nos processos, porém, inéditos da inquisição portuguesa, encontram-se alusões muito circunstanciadas às Mouras Encantadas, o que prova que nos séculos XVII e XVIII a crença nestas entidades míticas era, do mesmo modo que hoje, geral em todo o país.
Num estudo anterior indicamos duas curiosas passagens a este respeito. Mais algumas temos contudo a mencionar.
Assim num processo da inquisição de Lisboa, uma Moura Encantada que está num palácio subterrâneo, aparece transformada numa pomba mulher, e quando a mesma mulher a agarra para que ela não fuja, a dita pomba faz-se outra vez em mulher.
No mesmo processo, também uma Moura Encantada num palácio pede, para poder sair, um copo de água de cinco fontes (sic) e umas folhas de hera.
Em outra passagem le-se o seguinte: “ … e se achou a Ré (Rosa Maria) numa casa, que parece ser de Aboboda, a parede de uma parte cheia de umas falhas (folhas?) muito luzentes, que parece diamantes, na outra um monte de barras mais pequenas, que as dos ferreiros, ao outro canto um monte de patacois, tudo dis ser amarello e na parede donde dis estão as d.ªs falhas (folhas?), esta um cinto da groçura de um homem, também com suas pedras, e mais outra couza do feitio de um canudo, com um vidro em sima, e outro em baixo; outra couza com uns arcos retrocidos e com uma pedra do tamanho de um ovo que dá mais carlidade que todas as mais que as escruas he o mesm; e andando-lhe mostrando tudo lhe perguntara, qual lhe parecia milhor se quanto tinha visto, se os seus cabellos, e ella lhe dissera que os seus cabellos, e lhe respondera boa ventura tivestes. Estes, dis a mulher (a ré) são como fios de outro cahidos pelas costas abacho…”.
Aí fica publicado tudo quanto agora nos foi possível coligir acerca das “Mouras Encantadas” no nosso país. Esta monografia é susceptível de grande desenvolvimento, por isso que deve haver ainda na tradição oral do nosso povo muitos pormenores e porventura traços característicos da lenda, que não lográmos até este momento coligir, por ex. talvez os que se referem às Mouras como entidades malignas, de que só indirectamente achámos vestígios.
Outras superstições por último ainda temos encontrado relativamente ás Mouras de que por ora não nos foi possível encontrar correspondentes nas mitologias estrangeiras. Assim, é tradição que as Mouras do Pilar (o Pilar é em Lanhoso, onde há um santuário de Nossa Senhora do Pilar, no mesmo morro onde fica o castelo de Lanhoso) no dia da festa da Senhora (dia de são Pedro) vê à noite roubar doces, quer aos compradores, quer às doceiras. As crianças, para evitarem o furto, metem os doces debaixo do travesseiro, e as mães aproveitam a superstição para lhos furtarem de noite (quando não querem que elas os comam), dizendo que foram as Mouras que lhos tiraram.
Na Citânia, havia uma mina (explorada depois pelo nosso amigo Martins Sarmento) que se dizia habitada pelos Mouros. Contava-se que quem ia à boca dessa mina e pedia uma esmola aos Mouros, estes davam-lha. Uma vez foi lá um homem pedir-lhes esmola; eles prometeram-lha, com a condição, porem, de o homem ir comprar-lhes um pão a Braga, indo e voltando sem dizer uma palavra do que lhe tinha sucedido. O homem foi, mas passando por casa, não teve mão em si, que não contasse tudo à mulher, quando voltou, contudo, à mina com o pão, comprado em Braga, em vez da esmola, que esperava, recebeu uma bofetada com uma “mão de ferro”.
Depois de escrito e impresso a presente monografia, coligimos a seguinte adivinhação popular, em que o símile é tirado da superstição que estudámos:
Entre trinta e duas pedras brancas
Está uma moira encantada;
Quer chova, quer faça sol
Sempre está a moira molhada. = língua.
Entre trinta e duas pedras brancas
Está uma moira encantada;
Quer chova, quer faça sol
Sempre está a moira molhada. = língua.
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Merece especial atenção a parte referente às Maias, que no sul do País são celebrações realizadas em Maio e terão eventualmente origem no culto da antiga Deusa Maia, que, segundo os irmãos Ferreira do Amaral, poderá derivar da arcaica Deusa-Mãe Cujo culto foi trazido para o Ocidente por povos indo-europeus vindos pela via mediterrânica, na movimentação dos chamados Povos do Mar, ocorridas no fim do segundo milénio a.c..
De referir também as supracitadas «três Marias» fiandeiras, que evocam as tríades femininas célticas, ou celto-romanas, as chamadas Matres; também em número de três são as fiandeiras do Destino clássicas, as chamadas Parcas ou Moiras (Cloto, Láquesis e Átropos, que em Roma se chamam Nona, Décima e Morta).
Tal como as Moiras da tradição portuguesa se encontram nas imediações de poços e/ou fontes, também as três Nornas germânicas, equivalentes às três Moiras helénicas, se reuniam em torno dum poço.
Havia entretanto, na Antiguidade tardia, o culto das Fatas, agrupadas em trios, que por Sua vez terão originado as Fadas da tradição popular.Com efeito, parece haver no mais arcaico fundo mitológico indo-europeu ou pelo menos europeu arcaico a figura da(s) (três) Deusa(s) fiandeira(s), que no norte germânico é(são) representada(s) nas três Nornas e no Báltico pela Deusa Laima e as Suas duas irmãs.
60 Comments:
Caturo, já deste €€€ para o novo outdoor?
variantes da grande Deusa Mãe da Ásia
Na origem destas reminiscências situar-se-iam o culto e o mito da Afrodite Mylitta, nome pelo qual os Gregos designavam a Ishtar assírio-babilónica, a Astarte anatólica, a Afrodite de Ascalão - todas as variantes da grande Deusa Mãe da Ásia, em que se vêm concretizar tendências ao mesmo tempo uranianas, ctónicas, às vezes amazónicas; o mito de Ônfale, rainha da Lídia e amante de Hércules, não passaria da versão helenizada da hierogamia da grande deusa com o seu princípio masculino, Belos-Herakles, deus solar. As relações de Ônfale com Hércules, sujeito à rainha pela volúpia, seriam apenas uma figura da subordinação do deus, princípio fecundante, à grande deusa que representa por sí só a soberania e o poderio criativo divinos...a característica fundamental do culto desta deusa é justamente esse de exigir a prostituição das virgens nos seus santuários e o "sacrifício da castidade" das matronas. Quando o "patriarcado" triunfou defenitivamente com a Roma republicana e as Doze Tábuas, antes de encontrar a sua expressão suprema no principado imperial, o mito asiático de Vénus, mãe da raça dos Iules, continuava ainda a obcecar os espíritos.
(P. Klossowski, in Origens Cultuais e Míticas de um Certo Comportamento das Damas Romanas)
A protofiguratividade da deusa mãe: imagens de Vênus paleolíticas e neolíticas
por Flávia Regina Marquetti
A busca do arcabouço figurativo ou da proto-figuratividade da deusa Mãe tem início no Paleolítico e vai até o período Arcaico grego. A escolha do corpus para a tese de doutoramento, Da sedução e outros perigos. O mito da Deusa Mãe, fundamentou-se na busca da origem figural da Deusa Mãe e em seus desdobramentos na arte. O ponto de partida recaiu, naturalmente, nas primeiras representações femininas feitas pelo homem, ou seja, as chamadas vênus paleolíticas; seguindo, cronologicamente, com as representações dos ídolos do Neolítico, do período Creto-micênico e fechando com os Hinos Homéricos dedicados à Afrodite, à Ártemis, à Deméter e também à Mãe dos Deuses.
A definição das imagens obedeceu aos seguintes critérios: a qualidade da imagem, dando-se prioridade às esculturas mais bem conservadas e às que possuíam uma identificação arqueológica segura e a representatividade dentro do grupo a que pertencem. Seguiu-se a divisão geográfica, em blocos, proposta por Delporte, com o intuito de mostrar a recorrência do motivo feminino em áreas e grupamentos culturais diversos e, principalmente, verificar a permanência dos traços figurativos. Não se restringiu a seleção a uma única região, mas sim, contemplou-se desde a região dos Pirineus até o Mediterrâneo, passando pela do Reno-danúbio e a russa. A partir desse leque, as imagens escolhidas foram: as Vênus de Willendorf, de Vestonice, de Brassempouy, de Lespugue, de Laussel, de Angles; o Torso de Petrkovice, a mulher em pé, o Camarim das vulvas, a Mulher sob a rena, La Marche, o fragmento de Pavlov e Rond du Barry.
Do Neolítico foram selecionados dois ídolos de fora da região das Cíclades: a Vênus de Cucuteni e a Orante, que estabelecem um elo figurativo entre as Vênus paleolíticas, realistas e os ídolos cicládicos, estilizados; e ainda a Grande Mãe de Senorbi, dada à sua “ligação” com o duplo machado.
O período Creto-micênico, ou Bronze médio e recente, aproximadamente no século XII a.C., é marcado pelo surgimento dos primeiros palácios e representações das chamadas Deusas ou Sacerdotisas cretenses. Como as representações desse período são bastante variadas, indo dos ídolos mais estilizados de Gúrnia até um ultra-realismo nas Deusas com serpentes, buscou-se uma sequência cronológica e figural, partindo-se dos mais antigos e despojados até chegar aos mais elaborados ou detalhados. Aliado às representações, os mitos de Zeus e do Minotauro compõem o quadro do universo cretense, possibilitando a ligação com o período Arcaico grego e suas representantes: Afrodite, Ártemis, Deméter e a Mãe dos Deuses, deusas cantadas nos Hinos Homéricos.
A análise dos Hinos sob a ótica da etimologia e do percurso figurativo permitiu verificar a permanência de uma matriz figural comum a todas as representações pré-históricas e à Deusa Mãe.
Embora o conjunto dos Hinos Homéricos apresente um número maior de hinos dedicados às deusas, foram selecionadas aquelas de maior relevância no panteão grego e que são tidas como versões helenizadas da Grande Mãe asiática.
Deusa Ishtar, 2.000 A.C...
Ishtar (também grafado como Istar) é o nome de uma das mais importantes deusas da mitologia mesopotâmica, deusa do amor, da fecundidade, dos nascimentos, dos combates e da cura. Ann-Déborah Lévy assim a descreve: "O caráter da deusa babilónica Istar resulta da fusão de duas divindades mais antigas: Inana, Deusa-Terra e Deusa-Mãe sumeriana, e Istar, de que ela conservou o nome, deusa semítica dos combates e da estrela da manhã".
As origens da Deusa Ishtar se estendem a um período antedeluviano, sendo mencionada na “Epopéia de Gilgamesh”, suposto rei mortal que governou a cidade estado de Uruk, que em estimativas situa-se logo após o período pré-histórico, mais precisamente em algum período do primeiro século do XXI milênio A.C.
A “Epopéia de Gilgamesh” é o primeiro registro humano escrito que se tem conhecimento, sendo que os mesmos foram esculpidos em tábuas de argila e encontrados nas escavações arqueológicas junto aos restos do palácio de Nínive. E as mesmas só puderam ser traduzidas do cuneiforme, com a descoberta da “Inscrição de Dario”, encontrada na rocha de Behistun, perto de Kermanshah, na Pérsia, escrita em caracteres cuneiformes em três línguas – o persa, o babilônico e o elamita arcaicos.
Muitos paralelos costumam ser traçados entre a Deusa Ishtar e suas sucessoras em outras culturas mais recentes, como Afrodite; Deusa grega da beleza e da paixão carnal, ou ainda Vênus. No entanto, apesar das qualidades demonstradas por Afrodite e Vênus serem o amor e a beleza; Ishtar apresenta um lado mais sombrio, portanto mais condizente com a realidade. Ela era a rainha do céu, e como Deusa do amor e da guerra, era uma personagem ambígua, portanto; de caráter mais humano. Quem não se lembra de Helena de Tróia, rosto cuja beleza fez milhares de navios lançarem-se ao mar para a guerra de Tróia?
Dotada desta ambigüidade, Ishtar era sem duvida uma Deusa bela e terrível. Sua beleza fica clara em um hino composto em 1600 A.C.; “Reverenciai a rainha das mulheres, a maior entre todos os Deuses; o amor e o deleite revestem seu corpo; ela esta cheia de ardor, encanto e voluptuosa alegria; seus lábios são doces, sua boca é a vida, a felicidade atinge seu auge quando ela esta presente; que visão gloriosa! Os véus cobrindo seu rosto, suas graciosas formas, seus olhos cheios de brilho”. Esta é a radiante deusa do amor em sua primeira aparição à Gilgamesh, mas ela logo se transforma e assume uma face mais familiar, o da “Senhora das dores e das batalhas”.
É a este seu caráter que lhe foi dirigido um hino da Babilônia: “Oh estrela da lamentação; fazeis com que o irmãos na paz se ponham em luta uns contra os outros e, no entanto, inspirais uma amizade leal e perseverante. Oh, poderosa, senhora das batalhas, que derruba montanhas.”
Em uma análise mais aprofundada, podemos compreender aonde se encaixa o arquétipo na psique dos seres humanos desta bela e terrível deusa, traçando-se um paralelo entre a existência física de certas mulheres e o aparente poder hipnótico e sedução que as mesmas possuem, que sintetizam bem o caráter da Deusa Ishtar como a personificação da complexidade feminina: A dança e sensualidade.
Hoje em dia as verdadeiras dançarinas da alma, principalmente as que se utilizam das culturas oriundas do antigo oriente médio são as que praticam a dança do ventre.
Dentre os muitos episódios do mito de Ishtar, um é particularmente relacionado à dança: a história da descida de Ishtar ao mundo dos mortos. A deusa empreende esta jornada em busca de Tammuz, seu amado, que havia morrido em um moinho de grãos. No mundo dos mortos, Ishtar é obrigada a atravessar sete portais e a deixar, em cada um deles, um ornamento ou peça de sua vestimenta. Enquanto a deusa se encontra no mundo dos mortos, a vida fenece sobre a terra - é a estação de estiagem, quando a vegetação seca e os rios se esvaziam.
Quando Ishtar ressurge dos abismos, a vida renasce na terra, os campos se cobrem de relva verde e nos rios volta a correr água abundante. A dança dos sete véus é por vezes associada a essa passagem da mitologia de Ishtar, sendo esta uma da mais famosos, belos e misteriosos ritos primitivos.
Esta dança não era praticada em ritos de fecundação como muitos acreditam; mas pelas sacerdotisas dentro dos templos da Deusa Egípcia Ísis; posterior à Ishtar mas com clara influencia cultural da mesma. A sacerdotisa oferecia a dança para a Deusa que dentro dela existe, e lhe da beleza e força.
Essa dança era realizada em homenagem aos mortos. As sacerdotisas, em seus templos, retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada ao mundo dos mortos sem apego a bens materiais – neste caso, em uma clara analogia à Ishtar.
Determinada, Ishtar atravessou os sete portais do submundo, e em cada portal deixou um de seus pertences: um véu ou uma jóia (cada um deles representando um de seus sete atributos: beleza, amor, saúde, fertilidade, poder, magia e o domínio sobre as estações do ano). O véu representaria o o que ocultamos dos outros e de nós mesmos. Ao deixar os véus Ishtar revela sua verdade e consegue unir-se a Tamuz.
Mais tarde passou a simbolizar as sete cores do arco-íris, os sete planetas conhecidos na época (que estão representados na dança como possuidores de qualidades e defeitos que influenciam o temperamento das pessoas) e os sete chackras (pontos energéticos do corpo humano). Com isso, a dança passou a ser realizada por bailarinas, que limitavam-se a retirar os véus. A retirada e o cair de cada véu , significam o abrir dos olhos, o cair da venda, que desperta a consciência da mulher bem como a evolução espiritual.
Muitos mitos se dizem a respeito das Deusas Ishtar, Isis, Vênus, Afrodite entre tantas outras...
A força do feminino
"A humanidade ficou durante milénios sem meios para alcançar o Princípio Divino Feminino. A Deusa não se ausentou do nosso mundo, fomos nós que nos afastamos d'Ela. Contudo, ultimamente, em todo o mundo, as pessoas estão a despertar,voltando a reconhecer, integrar, venerar e festejar a Grande Mãe geradora, nutridora e mantenedora da vida e de toda a Criação.
Divulgando e ampliando o conceito do Princípio Feminino, inúmeros livros e textos foram escritos nas últimas décadas. As informações resgatadas foram usadas para abrir maior espaço para a Deusa na sociologia, política, psicologia, teologia, cura, artes visuais...
A Deusa está cada vez mais presente na vida das mulheres que a comemoram em vários países, nas ciades ou nos campos, com diferentes rituais, cantos e danças, venerando as suas múltiplas faces e manifestações. Ao relembrar e celebrar a Deusa, as mulheres estão celebrando a si mesmas. A Deusa está presente em toda parte e em tudo, nos grãos de areia ou nos cereais, nas montanhas ou nas ondas do mar, nas plantas ou nos animais, nas árvores ou nas nuvens, no vento ou no fogo, na terra ou na Lua, nas nossas lágrimas ou no riso das crianças, na alegria da vida ou no mistério da morte.
A Deusa ressurge da bruma dos tempos e estende as Suas mãos de Luz, mostrando no Seu espelho mágico a verdadeira força e beleza, apontando novos caminhos para a realização dos nossos sonhos e visões.
Ver um reflexo da deusa em cada dia, ou procurar criar um ritual para honrar uma das suas faces, é trazer a própria deusa para nossa vida, tornando-a mais tangível, capaz de imantar a nossa existência com as suas qualidades.
Somos todos seus filhos, irmãs e irmãos naSua Criação, e, ao unirmos as nossas mãos, criaremos um grande círculo de luz entre nós,ligados pela vibração luminosa do amor e conectados pelo Amor maior com a nossa Mãe."
(Mirella Faur)
http://sorcerersoul.vilabol.uol.com.br/deusa_mae.htm
http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_mulher_tema_neide.htm
http://www.worldnetdaily.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=75717
«Guess again who´s to blame for U.S. mortgage meltdown
Analysts point not to greed, but to social activist politics
While many pundits are pointing to corporate greed and a lack of government regulation as the cause for the American mortgage and financial crisis, some analysts are saying it wasn´t too little government intervention that cased the mortgage meltdown, but too much, in the form of activists compelling the government to pressure Freddie Mac and Fannie Mae into unsound – though politically correct – lending practices.»
(...)
Não é possível negar a capacidade que a Grécia teve de se apropriar das formas culturais
Segundo, por exemplo, Heródoto, no século 5 a.C., foi com os egípcios e com os asiáticos que os gregos aprenderam os rudimentos da religião. Observe-se também a extrema reverência que Platão manifesta para com a religião e os mistérios do Egito. O “modelo antigo”, comenta Bernal, dominou os estudos da Antigüidade até o fim do século 18.
Esse modelo foi rejeitado nessa época, ao se constituir a disciplina moderna dos Estudos Clássicos. Minimizou-se, então, a importância da influência egípcia e semítica sobre a Grécia. Segundo Bernal, isso se deu principalmente por razões ideológicas. “Não ficava bem que a Grécia, agora considerada o berço da Europa”, diz, “tivesse sido civilizada por asiáticos, que, para a nova “ciência racial”, haviam passado a ser considerados como categoricamente inferiores”.
Assim, por volta de 1840, produziu-se o “modelo ariano”, segundo o qual a cultura grega teria surgido basicamente a partir das conquistas dos “arianos”, vindos do norte. Considerada como absolutamente original, a cultura grega passou a ser contrastada com as culturas que a cercavam como a luz com a escuridão. Como poderia esta influenciar aquela? Lembro que foi, de fato, esse o modelo que aprendi nas aulas de história, no Brasil.
Bernal, com toda razão, afirma que, ainda que a Grécia tenha sofrido invasões de etnias indo-européias vindas do norte, isso não autorizaria a negar a influência egípcia e asiática na formação da sua cultura.
Ele está certo ao criticar o modelo ariano. Entretanto, o seu próprio “modelo antigo revisto” foi rapidamente assimilado ao “afrocentrismo”, uma ideologia que, nos seus momentos mais extremos, afirma, por exemplo, que a cultura grega foi roubada da egípcia. Pois bem, longe de se dissociar de tais tolices, Bernal declara, por exemplo, que “os acadêmicos podem preferir a palavra que está na moda, “apropriação”, mas a palavra “roubo” não é inteiramente inadequada em tais casos”.
Bernal está errado. Apropriação não é eufemismo para roubo. Roubo é uma apropriação ilícita, em que o proprietário do objeto roubado é lesado. Por que considerar ilícitas as apropriações interculturais? Os gregos se apropriaram, por exemplo, do proto-alfabeto fenício. Não só, ao fazê-lo, não lesaram os fenícios mas, tendo transformado esse proto-alfabeto num alfabeto perfeitamente fonético, os gregos o legaram, em princípio, ao resto do mundo.
Não é possível negar nem a capacidade que a Grécia teve de se apropriar de todas as formas culturais que lhe interessaram, nem a originalidade do que foi por ela produzido a partir de tais apropriações. Essa originalidade não se deveu a “raça” nenhuma. Ainda que a Grécia continental tenha sofrido invasões de etnias indo-européias, essas se terão sem dúvida fundido a outras etnias no verdadeiro crisol étnico que era o Mediterrâneo oriental. É o que permite a Isócrates, no século 4 a.C., declarar que “são chamados gregos antes os que participam da nossa educação do que os que participam de uma raça comum”.
Qual o segredo da originalidade da Grécia? Talvez Arnold Hauser tenha chegado perto de descobri-lo ao falar de Homero. Para ele, o “espírito sem lei e irreverente” dos príncipes aqueus da idade heróica deve-se ao fato de que eram piratas e saqueadores que haviam obtido uma série fulminante de vitórias sobre povos mais civilizados. Com isso, emanciparam-se da sua religião ancestral, ao mesmo tempo que desprezavam as religiões dos povos conquistados, exatamente por serem religiões de povos conquistados. Pois foi mais ou menos assim que os helenos conseguiram se conservar: unidos em torno de Homero e da língua grega, abertos ao turbilhão cultural mediterrâneo e singularmente livres, tanto de qualquer Igreja quanto de qualquer Estado central.
Qual o segredo da originalidade da Grécia? Talvez Arnold Hauser tenha chegado perto de descobri-lo ao falar de Homero. Para ele, o “espírito sem lei e irreverente” dos príncipes aqueus da idade heróica deve-se ao fato de que eram piratas e saqueadores que haviam obtido uma série fulminante de vitórias sobre povos mais civilizados. Com isso, emanciparam-se da sua religião ancestral, ao mesmo tempo que desprezavam as religiões dos povos conquistados, exatamente por serem religiões de povos conquistados. Pois foi mais ou menos assim que os helenos conseguiram se conservar:
Ou seja, o que dá originalidade à Grécia é a sua raiz indo-europeia, pois que de facto os Aqueus foram os primeiros indo-europeus a estabelecer-se na Hélada.
Isócrates, no século 4 a.C., declarar que “são chamados gregos antes os que participam da nossa educação do que os que participam de uma raça comum”.
Opiniões. O pensamento dominante não seria contudo esse, pois que em Atenas pelo menos só se era cidadão se se fosse de origem étnica ateniense. O brilhante Aristóteles, por exemplo, nunca conseguiu que a sua excelência intelectual lhe valesse chegar a cidadão, uma vez que o seu pai não era ateniense e por conseguinte nunca conseguiu Aristóteles ser um cidadão ateniense.
O que é que será que o Socialista diz disto?
http://www.jihadwatch.org/dhimmiwatch/archives/022839.php
Passa lá e lê as últimas linhas. A desenvolver, ainda.
Abraço.
PR.
http://suckandsmile.wordpress.com/2008/09/25/a-repeticao-continuada-dos-latidos/
http://www.partes.com.br/ed41/emquestao.asp
http://greciantiga.org/lng/lng01.asp
"Os Proto-indo-europeus, que constituiam, por definição, o povo utilizador da língua mãe da família indo-europeia, eram, certamente, europóides, mas é impossível descrever características mais precisas. Baseando-nos nos esqueletos encontrados nas sepulturas, sabemos que os homens de Toulkhar e de Vakhsh, que eram, provavelmente, "Arianos" no sentido próprio do termo, constituiam duas variantes de um tipo mediterrânico meridional dolicocéfalo. Estes, pastores, apenas se distinguiam ligeiramente dos agricultores sedentários da Báctria, também do tipo meridional dolicocéfalo mas, neste caso, de dimensões menores, ficando a altura média dos homens e das mulheres em, respectivamente, 1,63 e 1,55 m. Todos eles com aparência aproximada à dos povos do sul da Europa, e sem qualquer semelhança morfológica com o tipo de Andronovo.
Alguns autores identificaram, de um ponto de vista bíblico, os arianos com os descendentes de Jafet. Esta identificação tem servido para fundamentar, do ponto de vista religioso, doutrinas essencialmente racistas. É semelhante a tradição que designa os arianos como "filhos de Chemsid", personagem que os teria dividido em quatro castas: os "Catures" (sacerdotes), os "Asgares" (guerreiros), "Sebaisas" (agricultores) e "Anuqueques" (artesãos) - divisão essa que faz lembrar, de algum modo, as "três ordens" medievais na Europa: Clero, Nobreza e Povo."
Mais mateial à volta da origem dos Indoeuropeus.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1377706-EI6607,00-A+insistencia+na+busca+da+origem.html
Eu na minha opinião pessoal acho que o tipo fìsico original ibérico é o do futebolista do Benfica Carlos Martins,braquicéfalo moreno de média estatura,semelhante aos Alpino-Pirenaicos que existem no sul de França e Suíça.
É um tipo autóctene peninsular relativamente bem conservado.
Para mim os verdadeiros Arianos são os Iranianos e os Afegãos.Foi dessa região que vieram os Indoeuropeus,ou então do sul do Cáucaso.Podem também ser Arianos no sentido mais estrito os Arménios ou os Curdos,por estarem próximos geográficamente.
Caturo!Ti Shqipëri më jep nder, më jep emrin shqipëtar!
O tipo germânico ou teutónico é autóctene do norte da Europa,da Bélgica até á Finlândia,aqui já misturado com mongólicos.
Estas populações foram aculturadas pelos grupos indo-europeus que lhes transmitiram a sua língua,o chamado proto-indo-europeu,que se desenvolveu de maneira peculiar até criar o ramo germânico.
Chega bem pormos um sueco ao lado de um iraniano para percebermos o busilis da questão.As migrações indo-europeias abarcaram toda a Europa,da Rússia á Península Ibérica e o domínio exercido por estes povos originou novas línguas e culturas,se bem que não foi tudo de um dia para o outro.Foram centenas de anos.
Todas as línguas faladas na Europa vieram a fazer parte da família Indo-Europeia,excepto os Bascos,os Húngaros,os Lapões,os Finlandeses e os Estónios.
No grego encontram-se palavras que denunciam a presença de uma população não indo-europeia,anterior aos Aqueus."Corinto","Cnossos" e "Parnassos" são exemplos dessa sobrevivência.
Já o Latim sofreu influência importante dos Etruscos,misterioso povo antigo que muito deu á cultura latina antes da influência grega.
E há até quem veja na pronunciação do Castelhano um vestígio da maneira de falar dos Iberos.
Mas não é um tema pacífico,porque é difícil ter-se certezas.
A propósito de tipos físicos, há agora quem diga que mesmo os antigos Germanos não seriam tão loiros como se possa pensar:
http://www.abc.net.au/science/news/stories/s1154815.htm
She extracted DNA from ancient human bones as old as 3000 years old from three different locations in Germany and looked for these SNPs.
Her findings suggest that red hair and fair skin was very uncommon among ancient Germans.
Ó Caturo, o que achas da nova lei do divórcio?
a opinião do nacionalista caturo, é pessoal e intransmissivel, não se reporta ao partido
Sim, mas qual é ela?
Na Bosnia os muçulmanos não estão completamente satisfeitos com o acordo que pôs fim à guerra civil na jugoslávia e já falam abertamente na necessidade de ser revisto esse acordo....de forma, claro está, a que saia reforçado o poder muçulmano na região.
http://www.adnkronos.com/AKI/English/Security/?id=1.0.2509211607
Entretanto registou-se mais uma agressão, aparentemente islamica, a homossexuais na Bosnia.
http://www.abc.net.au/news/stories/2008/09/25/2373760.htm?section=justin
http://www.abc.net.au/news/stories/2008/09/25/2373760.htm?section=justin
«os \"Catures\" (sacerdotes)»
Caturo?
É uma coincidência engraçada. Mas não foi daí que tirei o nome e sim da onomástica lusitana. Caturo é um antropónimo céltico que radica em cat-, que significa «combate», e que na Gália constitui a matriz do teónimo «Caturix», ou «Rei do Combate».
Não faço ideia do como seja a nova lei do divórcio.
Caturo, referes frequentemente, e bem, a questão da violencia racista dos negros sobre os brancos. Mas a violencia dos negros contra os proprios negros tambem é bastante significativa, e não só nos EUA.
Um artigo relevante sobre essa matéria:
http://minnesota.publicradio.org/display/web/2007/07/06/blackonblack/
Também acredito que sim, mas com os mal dos outros posso eu bem... :)
Mas sim, é relevante, mostra como é uma sociedade. Lembro-me, a propósito, de ouvir na rádio um depoimento dum imigrante africano em Portugal, que dizia que cá se estava muito melhor, e a primeira comparação que fez nem foi económica - disse que lá na terra dele, havia constantemente porrada nas ruas por dá cá aquela palha...
Alas, isso das Deusas Semitas do Médio Oriente é fascinante.
Quanto ao "princípio feminino", ao "matriarcado" ou "a deusa", nada mais é que femininismo radical, romantizando a pré História pré-Indo-Europeia com base naquilo que os Ingleses chamam de "wishfull thinking".
Quanto ao "princípio feminino", ao "matriarcado" ou "a deusa", nada mais é que femininismo radical, romantizando a pré História pré-Indo-Europeia com base naquilo que os Ingleses chamam de "wishfull thinking".
Não,não é "wishful thinking",não.É "the real thing",se queres entrar numa de anglicismos.
Foram encontradas centenas,senão milhares de estatuetas femininas,algumas delas com esteatopígia,que representavam divindades femininas.O feminismo radical não é para aqui perdido nem achado.Se algumas pessoas quiseram fazer aproveitamento deste facto,isso foi problema delas.O parto foi sacralizado pelas populações paleolíticas e neolíticas,não só no Médio Oriente,como também na Europa.Este acto foi tido como divino e foi criado o conceito de uma "Grande-Mãe",por ser dotada do poder de gerar novas vidas.
Quanto ao romantizar a história da Europa pré Indo-Europeia,não é mais que um exercício de imaginação poética,já que a vida das gentes desse tempo nada tinha de poético.A luta pela sobrevivência era diária e não havia contemplações de espécie alguma.
Não vejo qual o feminismo tendencioso no meio disto.
Muitos povos pré Indo-Europeus eram sociedades matriarcais com descendência matrilinear,mas não sei até que ponto esta característica serve para diferenciá-los dos Indo-Europeus que chegaram depois.
Sabe-se que os Drávidas formavam uma sociedade matriarcal,sedentária e onde existiram muitas rainhas e sacerdotisas.Provávelmente,os grupos Arianos teriam assimilado muito da cultura Drávida,incluíndo o estatuto privilegiado das mulheres.
Voltando á Europa,os Pictos conheciam o Matriarcado e tinham a descendência por via materna,em contraste com os Escotos e Anglo-Saxões,sociedades mais patriarcais,onde o "Pater Familias" ocupava posição primordial.
Portanto,não se trata de pura ficção criada por mentes mais férteis.A Mulher teve,realmente,nas sociedades primitivas,um papel preponderante,dada a sua característica criadora.
Mas,aí está,começaram a surgir grupos dirigidos por homens que lhes disputaram essa primazia,travando-se confrontos.
A Deusa apagou-se da História humana,e a figura paternal,robusta e dominadora,ocupou o seu lugar.
O caso do Catolicismo é uma verdade cabal do que estiva a dizer.
Essa afirmação não será misoginia disfarçada de revisionismo histórico?...
«É uma coincidência engraçada. Mas não foi daí que tirei o nome e sim da onomástica lusitana. Caturo é um antropónimo céltico que radica em cat-, que significa «combate», e que na Gália constitui a matriz do teónimo «Caturix», ou «Rei do Combate».»
Obrigado, Caturo.
Quer dizer então que as palavras não estão necessariamente relacionadas mesmo que a sua raíz seja semelhante?
«Quanto ao «princípio feminino», ao «matriarcado» ou «a deusa», nada mais é que femininismo radical, romantizando a pré História pré-Indo-Europeia com base naquilo que os Ingleses chamam de «wishfull thinking».»
Não é wishful thinking.
Quer dizer então que as palavras não estão necessariamente relacionadas mesmo que a sua raíz seja semelhante?
A sua raiz pode não ser semelhante, no caso.
Anónimo, concordo com quase tudo que tu dizes. Mas, quando te pões a dizer que
"... Este acto foi tido como divino e foi criado o conceito de uma "Grande-Mãe",por ser dotada do poder de gerar novas vidas."
eu tenho de pedir provas para acreditar.
Por exemplo, tu dizes:
"Muitos povos pré Indo-Europeus eram sociedades matriarcais com descendência matrilinear,mas não sei até que ponto esta característica serve para diferenciá-los dos Indo-Europeus que chegaram depois. Sabe-se que os Drávidas..."
Não dúvido. Mas isso é na Índia. E na Europa? A questão era essa.
Depois vens com "A Mulher teve,realmente,nas sociedades primitivas,um papel preponderante..."
Tal como hoje. Ontem, hoje e sempre. Uma coisa nada tem que ver com outra.
Voltando á Europa,os Pictos conheciam o Matriarcado e tinham a descendência por via materna,
De notar que alguns povos do noroeste ibérico, talvez os Lusitanos, também tinham descendência por via materna, de acordo com Estrabão.
"Tal como hoje. Ontem, hoje e sempre. Uma coisa nada tem que ver com outra."
Até mostrares provas irrefutáveis de que realmente têm esse papel hoje em dia e em plena igualdade com os seus pares masculinos,não vejo contra-argumentos sólidos.Tem lá paciência.Por acaso já viste galos a por ovos?...
Olha que não sou só eu a afirmar isto.Umas quantas carolas já o afirmaram,e categóricamente.
"Não dúvido. Mas isso é na Índia. E na Europa? A questão era essa."
A resposta vem já a seguir.Antes dos Indo-Europeus chegarem á Europa,o culto dominante,que se saiba,atenção ao que eu digo,era o culto á Grande Mãe,a Magna Mater.Não existem esculturas masculinas,de divindades desses tempos?O mais que se encontrou foram pinturas de touros que simbolizavam a fecundidade,mas isso não era nem perto da reverência prestada á Deusa,no caso a Magna Mater.Pois não,não as há...e porquê?Ah,pois é.Pois é.
E se tivesses lido com atenção,tinhas percebido que eu me referi á Europa,quando falei nos Pictos.Ora,os Pictos não eram Indo-Europeus.Foram subjugados pelos invasores posteriores e tinham uma organização matriarcal.Qualquer historiador escocês te poderá confirmar isto.
Do que se sabe,as primeiras manifestações de religiosidade autênticas não foram dirigidas a uma figura masculina,e sim a um princípio feminino criador e mantenedor da geração.Claro que se adorava o Sol,mas isso é outra história.
Então,neste caso,tens que aceitar a evidência dos factos.Mas se insistires na tua,isso já tem um nome:ucronia.e aí já não posso fazer nada.
Passa bem e aproveita para leres uns bons livros.Faz-te bem!
"De notar que alguns povos do noroeste ibérico, talvez os Lusitanos, também tinham descendência por via materna, de acordo com Estrabão."
Aí está,ó Caturo.Isso representa,se calhar,uma continuidade cultural muito remota,de antes dos nossos ancestrais Indo-Europeus terem se estabelecido por cá.
Os Vasconços também tinham a descendência matrilinear,e há quem relacione genéticamente os Pictos com os Vasconços.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquitanos
Também vivia este povo na Península,ó Caturo.Sabias disso?
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=5935274&postID=1345251574073457074
«DS2 disse...
Óbvio. E o Noroeste da Galiza nem foi tocado.
Contudo a sua presença na totalidade da Península foi de 850 anos e em Portugal 500 ~ 550.
Quarta-feira, Setembro 24, 2008 11:08:00 PM»
Wishful thinking.
Não conheço muito dos povos fora do grupo Indo-Europeu,mas por falar nisso,sei que as duas divindades máximas do panteão dos antigos Finlandeses eram femininas e masculinas.
Ilmatar era a deusa-mãe,a criadora de toda a vida na Terra,e Ukko,o deus-pai,era o senhor do trovão e da guerra.O Kalevala,que é a epopeia nacional finlandesa,fala nisso.É uma espécie de Odisseia do povo finlandês e é espectacular,diferente de tudo.
Ora,os Pictos não eram Indo-Europeus.
Isso é que não está provado. Há quem afirme que eram Indo-Europeus arcaicos.
Isso representa,se calhar,uma continuidade cultural muito remota,de antes dos nossos ancestrais Indo-Europeus terem se estabelecido por cá.
Talvez sim, talvez não, é nebuloso.
"Isso é que não está provado. Há quem afirme que eram Indo-Europeus arcaicos."
Não há certeza.É um mistério como os Etruscos.Há quem afirme que eram aparentados aos povos peninsulares,como os Iberos ou os Bascos.A língua que falavam assemelhava-se,pensa-se,ao antigo basco.Pelos menos,há investigadores que pensam assim.
De notar que o R1B domina tanto o País Basco como a Irlanda e a Escócia. Portanto, atenção ao que se diz sobre a eventual não indo-europeidade, ou de Bascos, ou de Celtas.
Se calhar o sangue das populações originais diluiu-se por misturas ou por guerras.Os haplogrupos estão sujeitos a mutações consoante os contactos de povos.Por se partilhar um haplogrupo não significa que haja forçosamente uma relação genética.Não existem quaisquer parentescos entre o basco e o ibero e as línguas indo-europeias.Os elementos que migraram deviam ser mais numerosos que aqueles que já se encontravam na Europa e acabaram por submergê-los em número com algumas excepções.Não são precisos muitos cruzamentos para se alterar o mapa genético de um povo em reduzido número.
O tipo que se pensa ter sido o dos pictos sabe-se que não era muito diferente dos mediterrânicos e alpinos.Ora se os alpinos já aí estão desde o paleolítico e os indo-europeus devem ter chegado por volta de 4000 ou 5000 a.c....
O que se defende por muitos especialistas é que toda a Europa,pelo menos do Mediterrâneo,participava de um enorme conjunto cultural e linguístico que se estendia pela Ásia até ao Japão,com os Ainos.
Sabe-se que o aino e o basco têm algumas semelhanças,assim como o dravídico.
Chamam-lhe a família Nostrática e englobaria,além destas três o Sumério,o Etrusco,as línguas mediterrânicas,o Elamita e o Burushaski.Claro que o parentesco seria muito remoto,é evidente.
Pouco resta no europeu moderno,desses povos,que foram obliterados,por assim dizer,pelas invasões indo-europeias.Mas já se começa a fazer um trabalho interessante na Europa ácerca destas populações.É preciso.
Há um artigo de um investigador escocês que fala da ligação Ilhas Britânicas-Espanha pré-celtas.Agora não me lembro,mas depois indicá-lo-ei.
Os haplogrupos estão sujeitos a mutações consoante os contactos de povos.Por se partilhar um haplogrupo não significa que haja forçosamente uma relação genética.
Como não? O mesmo grupo surge em dois pontos do mundo por coincidência, ou transmitem-se pelo ar?...
As origens
Os portugueses são uma população sul europeia, predominantemente oeste-mediterrânica e atlântico europeia. Foram muitos os processos migratórios que contribuíram para a formação do povo português, mas o grande contributo parece ser o mais antigo, ou seja, a população portuguesa, tal como as restantes populações ibéricas e algumas das outras populações da Europa Ocidental (particularmente costeira ou insular), são maioritariamente resultantes de processos de povoamento paleolíticos, aquando da chegada e povoamento da Europa por humanos modernos (progressivamente substituindo as populações de Neandertais, que viriam a extinguir-se precisamente no oeste e sul da Ibéria). De facto, cerca de 60%, em média, das linhagens genéticas em Portugal apresentam marcadores que as caracterizam como de origem paleolítica, nomeadamente o Haplogrupo R1b (Y-cromossomático) e o Haplogrupo H (ADN mitocondrial).
Desenvolvimentos recentes das metodologias para definição das estruturas populacionais levaram a um estudo de 2006 que concluíu verificar-se uma clara e consistente divisão entre grupos populacionais sul e norte europeus. Um estudo adicional de 2007 posiciona as populações ibéricas algo afastadas de outros grupos continentais, incluindo outros grupos sul-europeus, dando fundamento à hipótese que a Península Ibérica alberga as populações com a origem mais antiga de toda a Europa. Neste estudo, a mais importante diferenciação genética europeia atravessa o continente de norte para sudeste, acompanhada de um outro eixo de diferenciação este-oeste (diferenciando o sul do norte), ao mesmo tempo que se verificou, apesar destas linhas de demarcação relativa, a homogeneidade e proximidade genética de todas as populações europeias
"Como não? O mesmo grupo surge em dois pontos do mundo por coincidência, ou transmitem-se pelo ar?..."
Claro que não.O haplogrupo R1 b é o dos povos paleolíticos da Europa.O que se deu foi uma assimilação:uma minoria dominadora impôs-se ao substrato antigo.
É um processo de colonização,apenas.
Os brasileiros também falam português...
O que se deu foi uma assimilação:uma minoria dominadora impôs-se ao substrato antigo.
Ora bem - isto faz com que o substrato antigo seja total ou pelo menos maioritariamente substituído, e, assim, a nova população já descende mais dos invasores do que dos invadidos.
Vê isto ó caturo,s.f.f.
http://en.wikipedia.org/wiki/Category:Pre-Indo-Europeans
Pelo menos na secção das Deidades Ibéricas e Bascas, há ali vários teónimos que são provavelmente indo-europeus: Atégina, Endovélico, Candamius e Cariociecus.
Anónimo:
"O mais que se encontrou foram pinturas de touros que simbolizavam a fecundidade,mas isso não era nem perto da reverência prestada á Deusa,no caso a Magna Mater.Pois não,não as há...e porquê?Ah,pois é.Pois é."
Sim, sim. Só se encontraram umas esculturas primitivóides de umas gordas. Isso não quer dizer automáticamente que seja uma super-Deusa-mãe. É óbvio que o Homem primitivo honrasse - e se fascinasse - com o despontar de novas gerações a partir do útero materno.
A questão é, é preciso ser-se muito estúpido para não se compreender que é necessário uma mulher grávida para que haja recovação de gerações.
Mas, por outro lado, é necessário que haja um certo nível de desenvolvimento cultural para que se compreenda a necessidade de um homem (sexo) no processo. Consta-me que á chegada dos Europeus á Austrália, os Aborígenas ainda não tinham compreendido a relação entre sexo e fecundidade.
E sim, há muita gente a dizer Deusa mãe para aqui Deusa mãe para ali, mas também há muita gente céptica (estou a falar entre os eruditos, é claro).
A questão é, gostava de ver o "porquê" que há gente que defende a teoria da Deusa Mãe, mas as provas que me chegaram até hoje, por e simplesmente não são suficientes, talvez vocÊ saiba algo que eu não saiba.
Ora, os Pictos...
sim, ficavam com o apelido da mãe. E depois?
Hoje em dia, muitas mães legam as suas jóias de família ás filhas e não aos filhos... Vês, é que... as provas sao tão "wishfull thinking" que tenho alguma dificuldade... e ainda por cima, depois, é que não há Tradição que o sustente...
"organização matriarcal"
Os Pictos, como assim, uma organização matriarcal?
"https://www.blogger.com/comment.g?blogID=5935274&postID=1345251574073457074
«DS2 disse...
Óbvio. E o Noroeste da Galiza nem foi tocado.
Contudo a sua presença na totalidade da Península foi de 850 anos e em Portugal 500 ~ 550.
Quarta-feira, Setembro 24, 2008 11:08:00 PM»
Wishful thinking."
HÃN!?
"Mas, por outro lado, é necessário que haja um certo nível de desenvolvimento cultural para que se compreenda a necessidade de um homem (sexo) no processo."
Pouco provavel, pelo menos desde que o homem faz cruzamentos de raças e cria animais domésticos que sabe que é preciso um boi cobrir uma vaca para nascer um bezerro. O cão quantos anos têm mesmo? 4 mil? 10 mil?
www.misteriosantigos.com
Bom-dia,
estou a fazer um trabalho sobre entidades femininas, e cheguei ao seu blog na procura de informação sobre as Parcas.
Pode dizer-me onde se encontram as imagens das moiras no altar? E ainda alguma referência [autoria, século ou lugar onde se encontra] a imagem que está logo abaixo com as parcas fiando?
Grata
cumprimentos
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