terça-feira, fevereiro 19, 2008

Joves, 24 de Abril de 2778 AUC

GEERT WILDERS AVANÇA NA CORDA BAMBA

Em entrevista concedida recentemente ao jornal «The Guardian», Geerd Wilders, que está, como sói dizer-se, «na berra», por ter anunciado a exibição, em Março, de um pequeno filme contra o livro sagrado dos muçulmanos, declara que odeia o Islão, não odeia os muçulmanos.
O que diz é elementar, é o básico, o essencial, mas, nos dias que vão correndo, tem som de novidade ou de blasfémia.

E porquê?

Porque a máquina antirra instituída tem na verdade o intuito de misturar todos com todos, e de deitar por terra tudo o que se oponha, não apenas à mixórdia racial, mas, por extensão, à mixórdia cultural. «Anti-racismo» e «multiculturalismo» são pois ferramentas do mesmo lado ideológico, o do universalismo militante, inimigo das fronteiras, que, no presente momento da História, tudo faz para que os Europeus deixem que a sua identidade, a sua cultura e a sua civilização se diluam, permitindo que outras - ou seja, todas e mais algumas - se lhe sobreponham.

Isto é o princípio cristão de dar a outra face a ser aplicado à política mundial. Foi para isto que serviram anos e anos, décadas, de culpabilização do Europeu Branco - por causa da colonização e da escravatura, o que é irónico, porque em ambos os casos só os Europeus Brancos é que podem dar lições de moral ao resto do planeta, porque só os Europeus é que tiveram a prática e a ideia de acabarem com ambas em todo o mundo - esta culpabilização serviu precisamente para criar na mente do Europeu um padrão mental de auto-rebaixamento, um vício mental, um reflexo condicionado, uma lavagem cerebral que visa fazer com que o Europeu esteja automaticamente pronto a baixar as calças e a pedir desculpa a tudo e a todos, e, note-se, a ficar de mãos atadas quando precisa de se defender ou de salvaguardar o que é seu. Reagindo à cão de Pavlov, o Europeu devidamente «educado» - isto é, castrado, domesticado - prontifica-se sempre a «assumir as suas responsabilidades», eufemismo que significa aceitar ser culpado de tudo e mais alguma coisa que de mal sucede na orbe terreste.
Ora, uma vez que é este o objectivo de certa escumalha ideológica, torna-se necessário fazer com que os Europeus se abaixem perante tudo o que não é europeu - e qualquer recusa europeia em fazê-lo é imediatamente rotulada de «racismo!!!!!!», e esta «acusação» é, digamos, a palavra-chave para despoletar a reacção pavloviana submissa nos Europeus...
Acusa-se o Europeu de «racismo!!!» e presume-se automaticamente que este se agacha de imediato e, enquanto se desculpa pelos cotovelos, jurando pela mãezinha que nunca foi racista, lá vai deixando que lhe invadam a casa e lhe façam tudo e mais alguma coisa à família.
Ora o Islão é uma ideologia, uma doutrina, não é uma raça. A oposição aos aspectos ideológicos do Islão é pois da mesma natureza que a oposição ao Cristianismo, ao Budismo, ao Nacional-Socialismo, ao Comunismo ou ao Capitalismo. Fala-se de ideias, em qualquer destes casos, não de raças.
Mas os arautos do universalismo preferem fazer esquecer esta evidência, para que quem que ao Islão se oponha seja simplesmente rotulado como racista, e pronto, está «arrumado» perante a comunicação sucial dominante, que por sua vez já tratou de veicular a proibição inquisitorial, não apenas do racismo, mas também de qualquer espécie de consciência racial, se forem os brancos a manifestá-la, note-se.
Neste contexto, Geert Wilders constitui lufada de ar fresco, pois que vem recordar o que qualquer indivíduo mininamente sensato compreende, a saber, a diferença entre ideologias e apologistas de ideologias.
É assim que explica a sua repugnância pelo Islão: «é a ideologia duma cultura retardada». E compara o Alcorão ao «A Minha Luta» de Adolf Hitler.
Diz, na sequência disto, que pretende ver o Alcorão ilegalizado na Holanda, e quer que a Constituição seja alterada para que tal ilegalização seja possível; pretende igualmente travar toda a imigração vinda dos países muçulmanos, pagar aos imigrantes muçulmanos para se irem embora e retirar a cidadania a todos os criminosos muçulmanos, deportando-os seguidamente para as suas terras de origem.
Ora a meu ver, Wilders não faz a melhor abordagem à questão do livro sagrado muslo ao pretender que o mesmo seja proibido. A Liberdade de expressão serve precisamente, não apenas para dizermos o que nos apetece, mas também para que quem de nós discorda possa igualmente dizer o que lhe apetece. A Liberdade de expressão não serve pois só para dizer «coisas acertadas», mas sim para dizer «parvoíces». Para defender posições «erradas». Porque é na medida em que permite a divulgação de ideais «errados» que se «mede» o «grau» de liberdade em que se vive. Porque é fácil deixar falar os que connosco concordam; permitir que os que se nos opõem o façam, eis o que por vezes pode ser difícil.
Deve então autorizar-se a circulação do Alcorão na Europa? Naturalmente.
E a circulação de muçulmanos? Isso é que não.
Porquê? Por serem «maus»?
Não - é simplesmente por serem alienígenas e não poderem ter, na Europa, os mesmos direitos que os Europeus têm.
Mas isso não será ser contra os muçulmanos? Se isso é ser contra os muçulmanos, então impedir a entrada de estranhos no próprio domicílio é também ser contra todos os que não sejam conhecidos...
Mas o que fazer quanto aos Europeus que de livre vontade se convertem ao Islão? Poderão fazer o que quiserem com as suas próprias vidas - o que não podem é impingir aos outros Europeus os valores muçulmanos. E não deverão poder fazê-lo mesmo que venham a tornar-se maioria. Porque do mesmo modo que os muçulmanos têm o direito de viver de acordo com as suas regras nos seus países, também os Europeus têm direito a viver de acordo com a cultura europeia nos países europeus. A terra não pertence pois a maiorias circunstanciais, mas sim a heranças civilizacionais, a culturas, a Estirpes.
É aqui que Wilders falha, visto que este político de confissão católica quer que a Europa continue a reconhecer o Judaico-Cristianismo como a sua cultura dominante, aquilo a que por terras germânicas se chama «Leitkultur».
Ora o Judaico-Cristianismo, tendo mais ou menos pozinhos da Filosofia Helénica e do Direito Romano, continua a ser uma corrente doutrinal essencialmente alienígena à verdadeira Europa. E se o Alcorão for proibido por incitar ao ódio, o mesmo se poderá fazer com a Bíblia, salvaguardadas as devidas distâncias.
Dum modo ou doutro, com mais ou menos fífias na coerência, Wilders é neste momento bastante útil aos Europeus. Denuncia a violência e o perigo que o Islão oferece. Recorda, por exemplo, que há diariamente vários homossexuais espancados por jovens marroquinos muslos nas ruas de Amsterdão. Geert Wilders, líder do Partido do Povo, foi recentemente eleito como o político mais eficiente da Holanda. E, a nível europeu, parece ter-se tornado no centro duma movimentação das forças de Direita contra a iminvasão islâmica - por toda a parte do continente, mais e mais partidos e figuras políticas à Direita associadas tomam posição contra a islamização dos seus países: o rastilho anti-islâmico acende-se na Suíça, em Antuérpia, na Alemanha, na Áustria, países onde há cada vez mais gente apostada em travar a construção de edifícios religiosos muçulmanos no território da Europa, onde já há mais de seis mil mesquitas.
De qualquer modo, Wilders demarca-se dos fascistas italianos e até de figuras como Le Pen e Jörg Haider. Diz-se, em vez disso, alinhado com os falecidos Pim Fortuyn e Theo van Gogh, que em nome da Liberdade ergueram a sua voz contra o Islão e pagaram por isso com a vida, pelo menos no segundo caso (enquanto o assassínio de Fortuyn continua a ser um caso no mínimo estranho...).
Wilders aposta sobretudo no iconoclasmo holandês, na insistência escandinava pela liberdade de expressão e no direito de provocar.
Não esconde por isso o seu desprezo para com o governo holandês, que receia o impacto que a exibição do seu filme possa ter: «o nosso primeiro-ministro é um grande cobarde. O governo é fraco. Odeiam-me e eu também não gosto deles.»
De lembrar que o governo holandês tem já um plano de emergência para retirar todos os seus nacionais e diplomatas dos países do Médio Oriente caso Wilders venha de facto a exibir o seu filme.
Quanto à eventualidade de que haja violência e vítimas holandesas, Wilders descarta toda a responsabilidade que lhe queiram atribuir, argumentando, justamente, que mais não faz do que usar meios democráticos, dentro da legalidade. E que a Holanda não pode mais aguentar o Islão. Afirma que nem todos os muçulmanos são terroristas, mas quase todos os terroristas são muçulmanos.

E claro - continua a ter a sua própria liberdade limitada na sua própria terra, sendo por vezes obrigado a viver em prisões ou em tendas do exército, sem liberdade nem privacidade. E, lucidamente, deixa claro que se porventura voltar com a sua palavra atrás e não exibir o filme, irá estar a dar a vitória ao terror islâmico.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

“Ora o Judaico-Cristianismo, tendo mais ou menos pozinhos da Filosofia Helénica e do Direito Romano, continua a ser uma corrente doutrinal essencialmente alienígena à verdadeira Europa. E se o Alcorão for proibido por incitar ao ódio, o mesmo se poderá fazer com a Bíblia, salvaguardadas as devidas distâncias.“

O excerto seguinte é “coisa acertada” e nada “parvoíce” que serve de prova ao excerto anterior:

“A Liberdade de expressão não serve pois só para dizer «coisas acertadas», mas sim para dizer «parvoíces». Para defender posições «erradas». Porque é na medida em que permite a divulgação de ideais «errados» que se «mede» o «grau» de liberdade em que se vive. Porque é fácil deixar falar os que connosco concordam; permitir que os que se nos opõem o façam, eis o que por vezes pode ser difícil.”

Aprendo sempre algo de novo consigo, Caro Caturo. Tenho de lhe agradecer a franqueza e simpatia. Já para não falar na pachorra militante. ;)

Sempre a considerá-lo.
Livia Drusilla

20 de fevereiro de 2008 às 12:55:00 WET  
Blogger Caturo said...

Quer com isso dizer que discorda da primeira asserção por si citada?

Cumprimentos.

20 de fevereiro de 2008 às 20:47:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Sim, quero com isto dizer que o Caturo sabe, mediante o tempo que já por aqui ando em troca de ideias, que eu nunca concordaria com essa sua opinião de "uma corrente doutrinal essencialmente alienígena à verdadeira Europa.", mas que sempre aqui voltei, porque o Caturo sempre foi um defensor da liberdade de expressão e opinião e sempre mo demonstrou, publicando e respondendo até às críticas mais "feias" e insultuosas.

É de louvar essa sua forma de estar, principalmente porque defende ideais assaz controversos e "quentes".

Cumprimentos.
Livia Drusilla

21 de fevereiro de 2008 às 17:06:00 WET  

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