CONTRA A TIBIEZA E A MIOPIA DO TIO SAM

Recomenda-se a leitura atenta deste brilhante e claro artigo, destinado a despertar as atenções israelitas para o significado da independência do Kosovo e suas consequências para Israel.

Os dois autores, um deles o lúcido sérvio Serge Trifkovic, começam por denunciar a atitude norte-americana de apoiar a constituição de um Estado islâmico independente na província sérvia do Kosovo - o intuito ianque é apaziguar as fúrias islâmicas de todo o mundo. Tal objectivo «apaziguador» só serve no entanto para mostrar fraqueza e dar ganas de poder à Islamaria internacional.
Todavia, este projecto pode ainda ser travado, se a Rússia continuar a fazer valer o seu veto pró-sérvio e se os EUA não obtiverem o apoio dos seus aliados - e, aqui, a influência israelita pode ser decisiva.

Quanto ao que a pátria judaica, e, no que nos interessa, todo o mundo ocidental, pode vir a sofrer por causa deste procedimento norte-americano, é pelos dois observadores sistematizado em sete pontos, que se podem resumir assim:
1 - Iria estabelecer um precedente perigoso de haver uma solução política imposta por países estrangeiros, mesmo contra a vontade e os interesses vitais de uma das partes, o que não deixa antever nada de especialmente desejável para Israel e para a questão palestiniana;
2 - A teoria de que poderes externos podem oferecer parte de um território soberano a uma minoria étnica ou religiosa violenta, o que, no caso israelita, poderá ser desfavorável aos Judeus no que respeita às suas região da Judeia, de Samaria e de partes da Galileia e do Negev, onde os não judeus estão prestes a tornar-se maioritários; a população islâmica de Israel supera já os vinte por cento, que é mais ou menos a mesma percentagem de muçulmanos na Sérvia, ou seja, se os muçulmanos albaneses podem exigir a separação da Sérvia, os muçulmanos de Israel poderão fazer o mesmo;
3 - O plano de Washington para contornar o veto russo (a Russa apoia a Sérvia) irá enfraquecer o poder do veto em si, o que no futuro poderá prejudicar a força dos vetos norte-americanos pró-israelitas;
4 - A vitória islâmica no Kosovo não garantiria nenhuma gratidão dos muçulmanos aos EUA, como aliás se viu noutros casos, pois que o apoio norte-americano à criação de um Estado palestiniano, à pacificação do Iraque e do Afeganistão, aos mujahidin do Afeganistão na luta contra a União Soviética, e, mais simbolicamente, à própria formação de bin Laden, este apoio, dizia-se, nunca fez com que o mundo islâmico se mostrasse favorável aos Norte-Americanos, antes pelo contrário;
5 - O surgimento de um segundo Estado islâmico na Europa (o primeiro é a Bósnia, sob controlo muçulmano mesmo que a maior parte da sua população seja cristã) só irá dinamizar o crescimento do Islão em terras europeias;
6 - Os que advogam a independência do Kosovo desprezam o significado que esta região tem para os Sérvios, o que, segundo os autores, constitui uma ofensa a um dos fundamentos das Pátrias em si, o que só poderá prejudicar Israel no futuro (se a hoste islâmica pura e simplesmente se conseguir apoderar de Jerusalém), bem como a generalidade das outras nações;
7 - Os líderes albaneses do Kosovo estão profundamente ligados ao terrorismo e à criminalidade e mostram-se incapazes de manter uma política estável e civilizada.

Estes princípios, particularmente os dois primeiros e o sexto, só prejudicam a legitimidade internacional do valor da Nação; quanto ao quinto, é verdadeiramente mortal para a Europa. Mas, como disse alguém, quem não aprende com os erros, há-de sempre repeti-los.