A LÍNGUA, PADRÃO DA IDENTIDADE E CHAVE DA SOBERANIA NACIONAL

Os Castelhanistas do Minuto Digital andam aflitos com a promoção das línguas nacionais de Espanha que estão submetidas ao Castelhano (Galego, Asturiano, Catalão, Basco). Este artigo do Minuto Digital, por exemplo, começa por invocar a Constituição:
La Constitución española es muy clara respecto al uso del idioma. Establece la obligación para todos de conocer el español o castellano si se quiere, y la facultad de usar en las autonomías con lengua propia ésta o el castellano.

Tem graça porque é o mesmo tipo de conversa que a esquerdalha e a burguesada «antifa» tece contra o discurso racial: «Ai, a nossa Constituição não permite!». Ou seja, não discutem o discurso em si, limitam-se a apelar à lei.
Uma lei feita por eles próprios, evidentemente...

Portanto, tanto o que os castelhanistas como os «anti-racistas» dizem é isto: «Não podes defender essas ideias porque a lei que eu fiz não to permite!».

Enfim, o argumento da cobardia intelectual e do totalitarismo.

E porque é que os castelhanistas-espanholistas procedem deste modo?

Porque estão realmente incomodados com a valorização das línguas galaica, catalã e basca - porque percebem que é aí que reside o coração das possíveis futura independência nacional da Galiza, da Catalunha e de Euskadi. Mostram indignação até!, como se tivessem direito a submeter as outras nações hispânicas. Tal é a sua convicção desse injusto ideal que chegam ao ponto de «denunciar» a inversão das posições na Catalunha, já que os nacionalistas catalães pretendem fazer com que o Castelhano passe aí a ser facultativo, ficando o Catalão como língua obrigatória. Ora isto é um direito vital dos Catalães - têm eles tanto direito ao Catalão como os Portugueses têm ao Português.
E depois queixam-se, os castelhanistas, invocando o «direito da liberdade pessoal» que os Catalães têm de falar Castelhano.

Evidentemente que têm esse direito. Não podem é ter tantos direitos políticos como os Catalães que preferem falar Catalão. Quem quer continuar a falar Castelhano, tem bom remédio, é ir para Castela, espaço não falta, a região contém vastas planícies desabitadas...

Note-se, à laia de parêntesis, que a língua de Castela é neste artigo quase sempre referida com o englobante título de «Espanhol» - já o rei D. Manuel I tinha topado a manobra imperialista castelhana quando protestou pelo facto de os reis castelhanos terem dado o nome de «Espanha» ao seu reino... é que «Espanhóis» somos todos, inclusivamente os Portugueses... e não se enganava muito o monarca português no seu alerta, já que um século depois os Castelhanos estavam a tomar conta de Portugal...

Queriam, evidentemente, que os Galegos, os Asturianos, os Catalães e os Bascos continuassem a subalternizar as suas próprias línguas nacionais e a dar prioridade ao Castelhano. Era esta a sorte que nos estava reservada se em 1640 não nos tivéssemos conseguido libertar do jugo de Madrid. Creio por isso que o nacionalista português tem um dever de solidariedade étnica e nacional para com os independentistas galegos, catalães e bascos.