quarta-feira, janeiro 12, 2005

CONSIDERAÇÕES SOBRE O FADO PÁTRIO

Está na moda dizer-se que «os Portugueses andam deprimidos». Até já uma publicação estrangeira qualquer foi na onda.

Mas a um estrangeiro, ainda se desculpa - o sujeito que escreveu o que escreveu sobre a falta de esperança dos Portugueses, não conhece Portugal, pelo que é natural que fique admirado perante tanto negativismo.

Mas a intelectualada cá do burgo tinha obrigação de ter uma memória um bocadito mais comprida, porquanto é bem sabido que este povo é tristonho há mais de um século, pelo menos. Já Victor Hugo afirmava que os Portugueses, conquanto parecessem por vezes festivos e alegres, eram na realidade profundamente melancólicos, sofredores, tendo até uma tendência suicida colectiva - ele vê-se, nas estradas... a propósito de violência nas estradas, o dito escritor também deixou escrito que os supostos «brandos costumes» dos Lusos, também só diziam respeito à aparência, porque por detrás do sorriso afável, a gente do extremo ocidente ibérico caracterizava-se por uma «violência plebeia que chega até a nos assustar»...

Voltando ao assunto - os Portugueses são desde há muito melancólicos e dados à tristeza. Não à tragédia, à dilaceração interior, ao sofrimento ardente, como os Mediterrânicos, mas à tristeza serena, fechada, enevoada, como os Atlânticos, como os Setentrionais até, como os povos do frio.

Aqueles que insistem na «actualidade» do pessimismo nacional, glorificam os «anos de ouro» do princípio da década de noventa, da chamada época cavaquista... ora do que me lembro é de as pessoas andarem toda a vida a lamuriar-se de que «isto está cada vez pior». Mas sempre vi os centros comerciais a crescer e as pessoas a habituarem-se a cada vez mais luxos.
Por conseguinte, parece-me boa intuição dizer que a converseta a respeito do fraco ânimo da gente pátria se define melhor como arma de arremesso política do que outra coisa: o PSD quis mostrar que o país estava de tanga por causa do PS, e, agora, as forças do lado contrário insistem em garantir que a populaça está mesmo coitadinha de todo.

Objectivamente - económica e culturalmente parece que, ultimamente, a coisa está mesmo má. Mas a mentalidade é a mesma. Já é como na história de Pedro e o lobo: depois de tantos queixumes, é difícil levá-los a sério.

Divagando um bocadito, lembro-me de um ditado popular: «Quem não chora, não mama». Talvez seja essa a filosofia, inconsciente, de muitos dos nossos.

Deve ter sido baseado em tudo isto que certo escritor português, de cujo nome não me recordo, escreveu as histórias de «João sem Medo», ilustre e heróico habitante de um país cujo nome diz tudo: Chora-que-Logo-Bebes...

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"ele vê-se, nas estradas..."

Eu costumo dizer que os Portugueses são os Bin Ladens do volante!...

"a propósito de violência nas estradas, o dito escritor também deixou escrito que os supostos «brandos costumes» dos Lusos, também só diziam respeito à aparência, porque por detrás do sorriso afável, a gente do extremo ocidente ibérico caracterizava-se por uma «violência plebeia que chega até a nos assustar»..."

Ora, isso é mais os Espanhóis! No seu Holocausto, mataram mais de 40.000.000 de Índios, e, até agora, ainda nunca os vi a pedir desculpa, ao contrário do Papa. Nós não: nós nunca massacrámos os Índios, e a prova disso é que ainda hoje existem as Tribos originais do lugar onde desembarcou o Cabral!...


"Mas sempre vi os centros comerciais a crescer e as pessoas a habituarem-se a cada vez mais luxos."

É verdade: queixam-se da crise, mas o que é facto é que, de acordo com os estudos, mais de metade da população, crianças incluídas, é obesa; e dizem que não têm dinheiro para pagar as pensões e têm que vir mais invasores amulatar isto tudo!... Será que não se resolvia o problema das pensões se se aumentassem os impostos dos gordos para dar aos que nem o pouco têm? Era esta uma das ideias que eu queria guardar para a altura certa e que tinha dito há tempos à Livia Drusilla que nós os Nacionalistas tínhamos para actuar sobre os problemas.


"Objectivamente - económica e culturalmente parece que, ultimamente, a coisa está mesmo má."

Éramos o "bom aluno da União Europeia". Agora, com 10 novos e quiçá melhores bons alunos, ninguém mais vai querer saber de nós. Estoirámos com os subsídios da CEE / UE para ficarmos ainda piores economicamente do que antes - mas não financeiramente, porque hoje os agricultores têm todos vivenda e jipe!... Como os outros 24 não estão para sustentar burros a pão de ló, cumpre-se, mas só para Portugal, o desejo que Le Pen tinha para a França de saír da UE: ainda somos corridos por indecente e má figura!...


Também eu sou pessimista, em Portugal. Já não acredito, como antes, ingenuamente nas promessas dos Políticos. Quer creiam quer não, o que é facto é que os únicos Políticos Idealistas são os Nacionalistas, pois põem o que defendem - a Etnia - à frente de tudo o resto. Se entretanto ganharem dinheiro, melhor. Se não, paciência.


Imperador

12 de janeiro de 2005 às 16:12:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Tome um presente de Natal atrasado.

http://www.oswaldmosley.com/
http://www.infoisrael.info/


Imperador

12 de janeiro de 2005 às 17:54:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E mais um, curioso:

http://zapatopi.net/cascadia.html


Imperador

13 de janeiro de 2005 às 13:25:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E ainda este:

http://www.newconfederacy.com/


Imperador

13 de janeiro de 2005 às 13:56:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E veja este, que é giro:

http://www.ahtg.net/


Imperador

13 de janeiro de 2005 às 14:08:00 WET  

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