HÁ MENSAGEM NO FILME? SE NÃO HÁ, EU DOU-LHA
Vi as «Crónicas de Riddick», obra cinematográfica portentosa.
O sentido de magnitude cósmica, de titanismo galáctico, que o filme faz experimentar, fá-lo merecedor de ser visto. São grandiosas as hordas imensas de brutais e apocalípticos guerreiros que cruzam vastidões interestelares, aniquilando planetas inteiros por meio de armas poderosíssimas, usando armaduras de classe sem igual(destaque para o elmo multifacetado do comandante supremo), unidos num ideal religioso fanático, que é por toda a parte imposto pela força, deixando a todos os que pelo caminho lhes aparecem uma só escolha: conversão ou morte. Sãos os Necromantes, arautos de uma religião que exige o abandono de todos os outros credos e que promete aos seus convertidos, que se juntem na cruzada espacial em direcção ao subverso, um mundo perfeito no qual possam começar uma nova vida.
É curiosíssima a semelhança deste credo com algumas das religiões que neste mundo dominam o planeta Terra: uma doutrina intolerante para com todas as outras, convertendo pela força, escravizando tudo e todos, dominando pelo medo, pretendendo assim «corrigir o problema da diversidade», impondo a todos um modelo único. Isto faz lembrar qualquer coisa, e esta «lembrança» é acentuada pelo próprio símbolo da religião dos Necromantes: um homem sofredor e com aspecto de ter sido torturado, tendo nos ombros um pau colocado em posição perpendicular, com os braços enrolados ao longo do mesmo. Qualquer semelhança com o crucificado judeu que há dois mil anos morreu no Próximo Oriente, não será, quanto a mim, mera coincidência.
Contra tal império, ergue-se um só homem: um guerreiro sem lei, assassino, da raça Furyan, cujos olhos azuis e luminosos como tochas são quiçá sinal de um poder interior terrível e avassalador.
Atrevendo-me a dar a isto uma interpretação etno-religiosa (e porque não, o blogue é meu, digo o que me apetecer), pode talvez pensar-se que há, da parte do autor da história (o título «Crónicas de Riddick», não me é estranho, creio que devia ser um daqueles fabulosos livros de ficção científica editados pela Europa-América) alguma memória, consciente ou inconsciente, do conflito entre uma religião fanatizante, escravizante e o ethos do homem livre e indómito, solitário e temível, ainda para mais de olhos claros, que, contra todas as dificuldades e poderes esmagadores, atreve-se sempre a desobedecer e a resistir - o tipo de herói cultivado pelo Romantismo, movimento cultural europeu do século XVIII que, em termos estéticos e mentais, pretendeu trocar o sul clássico e racional (greco-romano) pelo norte céltico e germânico, sombrio mas nobre, em cuja névoa eterna vivem porventura os Deuses e fantasmas de tempos imemoriais. Naturalmente que o Romantismo fantasia e enaltece de modo um pouco (ou um muito...) ingénuo todo o passado dos povos setentrionais da Europa, mas, como se costuma dizer, nestas coisas há sempre um fundo de verdade. E a verdade é que, muito antes do Romantismo, já os próprios Gregos e Romanos (Aristóteles, César, Tácito) mostravam respeito e admiração pelos ferocíssimos povos bárbaros do norte devido ao seu apego à liberdade.
O que está aqui representado é pois um credo pretensamente universal, pregador de harmonia mas imposto pelo direito do mais forte, cujas hostes são inteiramente compostas por gente que já foi de outras religiões, de povos diferenciados, de raças distintas - é um dos arautos mais convictos (mas que no fim ouve a voz do sangue e abandona essa religião, na qual nunca acreditou verdadeiramente) quem diz, mais de uma vez: «Todos nós (Necromantes) nascemos outra coisa, diferente do que somos agora». A religião dos Necromantes é assim uma doutrina internacional, sem raizes, sem povo, isto é, uma religião sem etnia, sem raça, que pretende fundir todas as raças, todas as etnias, todas as nações, numa única amálgama de gente que atraiçoa as suas raizes e que abdica da sua identidade, por medo, por obediência ao mais forte.
Isto, caros leitores, amigos e inimigos, isto é o Cristianismo. E também o Islão, pois que, em todos estes aspectos acima referidos, são inteiramente iguais um ao outro.
Contra tudo isto, só se ergue quem nunca se ajoelha. No filme, o representante deste tipo de resistente é Riddick (infelizmente, representado por um actor vagamente mulato, mas enfim).
Destaco os efeitos especiais notáveis, infundindo poder e, ao mesmo tempo, uma atmosfera etérea, não só nos poderes mórbidos mas fascinantes e desconhecidos do messias e líder dos Necromantes (que está vivo, mas também tem algo de não vivo), mas também na representação da excelente personagem que é a anciã da raça Elemental, a fazer recordar as fadas do mais autêntico imaginário europeu.
O sentido de magnitude cósmica, de titanismo galáctico, que o filme faz experimentar, fá-lo merecedor de ser visto. São grandiosas as hordas imensas de brutais e apocalípticos guerreiros que cruzam vastidões interestelares, aniquilando planetas inteiros por meio de armas poderosíssimas, usando armaduras de classe sem igual(destaque para o elmo multifacetado do comandante supremo), unidos num ideal religioso fanático, que é por toda a parte imposto pela força, deixando a todos os que pelo caminho lhes aparecem uma só escolha: conversão ou morte. Sãos os Necromantes, arautos de uma religião que exige o abandono de todos os outros credos e que promete aos seus convertidos, que se juntem na cruzada espacial em direcção ao subverso, um mundo perfeito no qual possam começar uma nova vida.
É curiosíssima a semelhança deste credo com algumas das religiões que neste mundo dominam o planeta Terra: uma doutrina intolerante para com todas as outras, convertendo pela força, escravizando tudo e todos, dominando pelo medo, pretendendo assim «corrigir o problema da diversidade», impondo a todos um modelo único. Isto faz lembrar qualquer coisa, e esta «lembrança» é acentuada pelo próprio símbolo da religião dos Necromantes: um homem sofredor e com aspecto de ter sido torturado, tendo nos ombros um pau colocado em posição perpendicular, com os braços enrolados ao longo do mesmo. Qualquer semelhança com o crucificado judeu que há dois mil anos morreu no Próximo Oriente, não será, quanto a mim, mera coincidência.
Contra tal império, ergue-se um só homem: um guerreiro sem lei, assassino, da raça Furyan, cujos olhos azuis e luminosos como tochas são quiçá sinal de um poder interior terrível e avassalador.
Atrevendo-me a dar a isto uma interpretação etno-religiosa (e porque não, o blogue é meu, digo o que me apetecer), pode talvez pensar-se que há, da parte do autor da história (o título «Crónicas de Riddick», não me é estranho, creio que devia ser um daqueles fabulosos livros de ficção científica editados pela Europa-América) alguma memória, consciente ou inconsciente, do conflito entre uma religião fanatizante, escravizante e o ethos do homem livre e indómito, solitário e temível, ainda para mais de olhos claros, que, contra todas as dificuldades e poderes esmagadores, atreve-se sempre a desobedecer e a resistir - o tipo de herói cultivado pelo Romantismo, movimento cultural europeu do século XVIII que, em termos estéticos e mentais, pretendeu trocar o sul clássico e racional (greco-romano) pelo norte céltico e germânico, sombrio mas nobre, em cuja névoa eterna vivem porventura os Deuses e fantasmas de tempos imemoriais. Naturalmente que o Romantismo fantasia e enaltece de modo um pouco (ou um muito...) ingénuo todo o passado dos povos setentrionais da Europa, mas, como se costuma dizer, nestas coisas há sempre um fundo de verdade. E a verdade é que, muito antes do Romantismo, já os próprios Gregos e Romanos (Aristóteles, César, Tácito) mostravam respeito e admiração pelos ferocíssimos povos bárbaros do norte devido ao seu apego à liberdade.
O que está aqui representado é pois um credo pretensamente universal, pregador de harmonia mas imposto pelo direito do mais forte, cujas hostes são inteiramente compostas por gente que já foi de outras religiões, de povos diferenciados, de raças distintas - é um dos arautos mais convictos (mas que no fim ouve a voz do sangue e abandona essa religião, na qual nunca acreditou verdadeiramente) quem diz, mais de uma vez: «Todos nós (Necromantes) nascemos outra coisa, diferente do que somos agora». A religião dos Necromantes é assim uma doutrina internacional, sem raizes, sem povo, isto é, uma religião sem etnia, sem raça, que pretende fundir todas as raças, todas as etnias, todas as nações, numa única amálgama de gente que atraiçoa as suas raizes e que abdica da sua identidade, por medo, por obediência ao mais forte.
Isto, caros leitores, amigos e inimigos, isto é o Cristianismo. E também o Islão, pois que, em todos estes aspectos acima referidos, são inteiramente iguais um ao outro.
Contra tudo isto, só se ergue quem nunca se ajoelha. No filme, o representante deste tipo de resistente é Riddick (infelizmente, representado por um actor vagamente mulato, mas enfim).
Destaco os efeitos especiais notáveis, infundindo poder e, ao mesmo tempo, uma atmosfera etérea, não só nos poderes mórbidos mas fascinantes e desconhecidos do messias e líder dos Necromantes (que está vivo, mas também tem algo de não vivo), mas também na representação da excelente personagem que é a anciã da raça Elemental, a fazer recordar as fadas do mais autêntico imaginário europeu.
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