POLÓNIA TERÁ REFERENDO SOBRE IMIGRAÇÃO
Na mais recente frente do conflito entre a Polónia e a União Europeia (UE), Mateusz Morawiecki, o primeiro-ministro polaco, anunciou este domingo que planeia fazer um referendo sobre a imigração no país.
De forma a contestar o recente plano aprovado por 21 Estados-membros da UE em Junho, que visa partilhar a responsabilidade pelos imigrantes que entram na Europa entre os vários países, Morawiecki e o seu partido, o Lei e Justiça (PiS, na sigla polaca), planeiam colocar a seguinte questão aos cidadãos polacos: “Apoia a admissão de milhares de imigrantes ilegais do Médio Oriente e de África ao abrigo do mecanismo de deslocalização forçada imposto pela burocracia europeia?”.
A data proposta seria 15 de Outubro, o mesmo dia das próximas eleições legislativas na Polónia, e, caso avance, o referendo colocaria novamente o país do leste da Europa em confronto directo com Bruxelas e com a maioria do bloco comunitário.
A veia nacionalista e anti-imigração do PiS é conhecida, embora o apoio do partido ao esforço de guerra ucraniano tenha ajudado na reabilitação da sua imagem na UE, desgastada por refregas passadas em torno do Estado de Direito e da independência do poder judicial no país. A Polónia aceitou, inclusivamente, receber milhões de refugiados ucranianos após o início da guerra, dos quais entre 1,3 e 1,4 milhões ainda residem no país, segundo as autoridades locais.
Mas a contenção face a Bruxelas nunca foi a imagem de marca da actual liderança do Lei e Justiça, que decidiu em Julho deste ano proibir as exportações de trigo e cereais da Ucrânia para o seu país de modo a proteger os agricultores polacos e garantir ao máximo o seu apoio nas próximas eleições, exasperando as autoridades europeias.
De facto, considerações políticas internas poderão também estar por detrás dos planos para este referendo. Num vídeo publicado na conta de Twitter (agora X) de Morawiecki, a cara de Donald Tusk, o atual líder da oposição polaca, é colocada entre imagens de motins e lojas a serem destruídas. O objectivo passa por pintar Musk, que foi presidente do Conselho Europeu entre 2014 e 2019, como demasiado europeísta e favorável à imigração massiva.
O PiS encontra-se à frente nas sondagens, com 36% das intenções de voto contra 29% da Coligação Cívica, liderada por Donald Tusk, mas tudo indica que estão serão as eleições mais disputadas dos últimos anos. Para assegurar que a voz dos cidadãos importa, diz, Morawiecki propôs ainda colocar a referendo dois outros temas: a privatização de algumas empresas estatais e a idade de reforma.
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Consagra-se assim como um dos governos europeus mais verdadeiramente democráticos da Europa...
1 Comments:
Estranho o oeste se diz democratico mas nunca fez referendo sobre nada sempre impos mas um povo que ta num tratado shengen sabendo que vai receber merda
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