terça-feira, julho 26, 2022

FRANÇA - FUTEBOLISTA CHAMADO À RESPONSABILIDADE POR NÃO COMPARECER EM JOGO QUE TINHA MENSAGEM LGBT

Idrissa Gueye é jogador de futebol profissional senegalês-muçulmano que joga como meio-campista de um dos clubes franceses mais emblemáticos, o Paris Saint-Germain ou PSG.
Recentemente, ele foi criticado por se recusar a ajoelhar-se à religião LGBTQ.
France24 relata: «O meio-campista do Paris Saint-Germain, Idrissa Gana Gueye, recebeu ordens do conselho de ética da federação francesa de futebol para responder às acusações de que perdeu um jogo para evitar usar uma camisa do arco-íris de apoio ao movimento LGBTQI+. O internacional senegalês esteve ausente na vitória de sábado por 4-0 sobre o Montpellier na Ligue 1 por "razões pessoais" e não por lesão, de acordo com o treinador Mauricio Pochettino. Gueye deve “pedir desculpas públicas” ou dizer que os rumores de que ele se recusou a participar na luta do futebol francês contra a homofobia são “infundados”, segundo uma carta vista Mércores pela AFP endereçada ao jogador. Ele também perdeu uma partida no ano passado em dia dedicado à consciencialização contra a discriminação.»
Os média franceses estão naturalmente a atacar o jogador “homofóbico”, enquanto as reacções em casa foram exactamente o oposto, ganhando não apenas o apoio popular, mas também uma aprovação explícita do próprio presidente do Senegal, Macky Sall, que disse que as crenças religiosas de Idrissa devem ser respeitadas.
Como de costume, vamos além das “notícias”.
O desporto é uma das janelas mais cosméticas da globalização neoliberal. É porque o desporto é aparentemente universal – todas as civilizações e até comunidades praticaram uma forma ou outra de actividade física competitiva – que o apelo é universal.
Portanto, se os desportos forem manipulados para um objectivo ideológico, isto teria um enorme alcance na sociedade global.
E é por isso que o lobby LGBTQ+ tem como alvo o desporto em particular: por meio do desporto, pode disseminar a sua agenda virtualmente em todo o mundo, incluindo grupos sociais até então impermeáveis ​​à infiltração.
Por exemplo, o adolescente no mundo árabe que poderia sentir repulsa pela cruzada LGBTQ+ talvez mude de ideia depois de ver o seu ídolo do futebol favorito (eles são ídolos) correndo com uma bandeira de arco-íris. Isto é uma engenharia social subtil, uma maneira de influenciar a psicologia de resistir às comunidades sem parecer abertamente militante.
Sendo Idrissa Gueye senegalês, é relevante mencionar algumas notas sobre o Senegal e sua história com o Islão. Um dos melhores livros sobre o Islão em África, onde o autor mostra a vitalidade intelectual e cultural do Islão, é The Walking Qur'an: Islamic Education, Embodied Knowledge, and History in West Africa, de Rudolph Ware. Como diz na introdução do livro (p. 9), este trabalho diz realmente respeito a uma sub-região particular da África Ocidental chamada Senegâmbia, que compreende principalmente dois países na sua totalidade (outros apenas partes): Senegal e Gâmbia. Em termos de etnia e religião, a Gâmbia é semelhante ao Senegal, ambos com grupos étnicos como os Fulanis, os Wolof e assim por diante, e ambos os países são 90-95% muçulmanos. O Senegal tem uma população de 15 milhões, enquanto a da Gâmbia é de 2 milhões. A língua do Senegal é o Francês, enquanto o Inglês é a língua principal na Gâmbia. Ware chama de “The Walking Qur'an” o erudito típico da África Ocidental (incluindo o Senegal), que basicamente “incorporou” as escrituras de forma teórica e prática.
Escreve na pág. 79: «Este termo liga fortemente os professores à disseminação do Islão; o seu significado primário é “evangelista”. No Árabe moderno, esta palavra refere-se principalmente aos proselitistas cristãos, mas historicamente (pelo menos na África Ocidental), estava firmemente ligada ao ensino muçulmano e à actividade missionária. Isto parece inteiramente adequado, uma vez que a sua forma singular, al-bashīr, é um dos nomes de louvor ao Profeta Muhammad, o arquétipo incorporado de todos os ensinamentos e pregações islâmicas. O Alcorão Ambulante original – o modelo para o clero – não era apenas o exemplo de ensino e pregação, mas também a personificação da liderança espiritual, poder sobrenatural e até habilidade de cura. Todas estas facetas da autoridade religiosa passaram a ser incorporadas nas linhagens clericais da África Ocidental, e todas estavam ligadas ao Alcorão. Quase todos os clérigos ensinaram o Livro por toda ou parte das suas vidas. Alguns também ensinavam ciências mundanas exotéricas, como matemática, astronomia ou, mais raramente, história ou medicina. Mas quase todos também empregavam ciências esotéricas, aproveitando a sua alfabetização e seu poder espiritual como portadores do discurso literal de Deus.»
Esta era, portanto, uma sociedade holística, enraizada tanto nas ciências islâmicas quanto nas racionais, como todas as sociedades islâmicas pré-modernas em África e na Ásia. Foi assim até que os Franceses decidiram impor os seus valores “esclarecidos”, a partir da década de 1810, depois de desalojar os seus primos Ingleses (p. 148).
Mais precisamente, o domínio colonial francês foi imposto pelo general Louis Faidherbe, a cidade senegalesa de Saint-Louis foi nomeada em sua homenagem (ela permaneceu a principal cidade do país por séculos até Dakar se tornar a capital).
Poderíamos dizer muito sobre o domínio francês (que durou até 1960), mas vamos citar Ware sobre William Merlaud-Ponty, “Governador Geral da África Ocidental Francesa” de 1908 a 1915, pois as suas políticas são representativas dos métodos franceses aí empregues. Ware escreve na p. 197: «Ponty iniciou uma política de dividir para reinar ao longo de linhas étnicas. La politique des races envolvia uma espécie de reificação da etnicidade típica da África colonial. Ponty via as “tribos [peuplades]” da África Ocidental como entidades claramente distintas e unidades administrativas discretas. O trabalho de Marty era implementar a política racial de Ponty na administração muçulmana. Estes esforços tiveram implicações importantes para a educação islâmica no Senegal. Primeiro, para promover identidades étnicas sobre identidades muçulmanas mais amplas, Ponty proibiu o uso do Árabe na correspondência entre chefes e o regime. Esta restrição também buscava reduzir a influência dos estudiosos muçulmanos letrados, que controlavam a correspondência entre os chefes e o governo central. Em segundo lugar, Ponty desencorajou o uso do Árabe em qualquer uma das escolas públicas das colónias. Ele via a educação árabe como uma concessão desnecessária e supérflua aos muçulmanos africanos.»
Assim, não contentes em destruir a vibrante civilização islâmica da região, os colonialistas franceses, para “desislamizar” as populações, empurraram a identidade étnica sobre a religiosa, o que ainda é uma política deles.
De facto, a França até massacrou as tropas coloniais senegalesas que lutaram por eles (veja o massacre de Thiaroye de 1944). 
Certamente, senegaleses como Idrissa Gueye nunca impuseram as suas próprias ideias e valores ao Povo Francês, muito menos tentaram dividi-los, digamos, em linhas regionais. Então, porque é que os Franceses ainda continuam a impor o seu modelo de “civilização” aos Senegaleses (e a outros)?
Se o colonialismo em nome da “civilização” liberal é criminalizado, e com razão, porque é que o neocolonialismo em nome do activismo LGBTQ+ neoliberal é tão facilmente permitido? 
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Fonte: https://muslimskeptic.com/2022/05/19/france-demonizes-senegalese-muslim-footballer-lgbtq/

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Dá o artigo pano para mangas... 

Antes de mais nada, é lícito usar o desporto para impor agendas ideológicas? Não. O descaramento da tropa politicamente correcta é nisto notório - como em quase tudo o resto que faz - andou décadas a guinchar contra a infiltração da Ultra-Direita em claques de futebol, agora vê-se que afinal a sua preocupação era por não ser ela própria, esta tropa, a exercer influência política através do desporto...

Entretanto, há direito de promover através do desporto ideias de tolerância para com parte da população nacional? É discutível, mas de qualquer modo pode defender-se este procedimento - desde que, claro está, esta actividade não seja praticada como obrigatória.

Quanto ao lamento do autor do artigo a respeito da ingerência francesa em África e no comportamento de um jogador senegalês em França, o despudor com que se apresenta condiz com a generalidade do descarado comportamento de muçulmanos em terra alheia. O atleta africano não está na sua terra, nem ele nem os seus correligionários cujo coiro se encontra solidamente estacionado em solo europeu, pelo que ninguém os impede de darem de frosques em direcção às suas pátrias de origem, mas, quanto a fazerem-no, ponto e vírgula, que o Europeu é islamófobo mas em casa do Europeu é que se está bem...
É, além disso, um lamento de mau perder sem vergonha - o Islão só domina a Senegâmbia porque ali se impôs pela força contra e por cima das religiões nativas africanas, pelo que a sua derrota diante dos Europeus foi só a vitória de um invasor sobre outro, o que tira toda e qualquer credibilidade à invocação de justiça por parte dos perdedores. Aliás, o autor acaba por mostrar, involuntariamente, que afinal o imperialismo francês foi menos mau do que parecia... teve pelo menos a virtude de beneficiar as verdadeiras identidades étnicas contra o universalismo imperialista muçulmano, talvez isso tenha contribuído para que o paganismo local, a religião nativa denominada Serer, tenha aí sobrevivido até hoje, apesar das tentativas muçulmanas de a esmagar...

O site donde retiro o artigo parece, de resto, singularmente representativo da intolerância muçulmana expressa em palavreado civilizado, às tantas nem sei se é mesmo a sério ou algum projecto de algum islamófobo para diabolizar os coitadinhos dos de Mafoma, mas lá que coincide com o teor geral das asserções islamistas, isso coincide... na coluna da direita, por exemplo, podem ver-se logo ali um artigo contra a religião zoroástrica e outro contra a religião hindu, redigido como um cristão poderia ter feito, com a sua constante repulsa pelo politeísmo e pela sexualidade livre das festas pagãs... há, até, um artigo contra a Democracia, confirmando rigorosamente tudo o que os «islamófobos» têm dito sobre a incompatibilidade entre o Islão e a sociedade democrática...


1 Comments:

Blogger lol said...

Pior que minorias internas cooptadas por reds vivem babando aliens como cucks mas depois os aliens odeiam eles saem como vitimas mas so o inverso seria odio nazi

27 de julho de 2022 às 20:24:00 WEST  

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