CARDEAL PATRIARCA DE LISBOA DIZ QUE A SUBSTITUIÇÃO ÉTNICA DA NAÇÃO SERÁ REAL EM MEADOS DO SÉCULO - E AINDA BEM, DIZ ELE...

Pode ouvir-se nos últimos oito minutos desta entrevista

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o cardeal patriarca de Lisboa a dizer que a população portuguesa vai ser etnicamente substituída até 2050 - e ele não vê mal nenhum nisso, atenção. Pelo contrário, até acha muito bem... conta converter essa nova população toda... tal como a Igreja de há mil e quinhentos anos converteu ao Cristianismo os invasores bárbaros germânicos, também agora vai ser possível converter os imigrantes ao culto do Crucificado, diz o vigário do Judeu Morto que oficia na capital do País.

O mais irónico é que o padre tem provavelmente razão nas suas previsões - e é muitíssimo coerente.

Para ele, não há realmente diferença nenhuma entre o agora e o do fim da Antiguidade - porque ele, como católico, é universalista, logo, anti-racista, logo, todas as raças são para ele igualmente filhas do mesmo «Deus»; para os Nacionalistas é que há diferença, porque os bárbaros germânicos eram brancos e os que agora vêm das Áfricas não - para o servidor do Crucificado, repito, não.^

Já Alain de Benoist fazia notar, há décadas, que, na Antiguidade, os cristãos se puseram ao lado dos alógenos durante as invasões bárbaras, até porque a lealdade a uma pátria terrestre - no caso, Roma - era coisa que nada lhes dizia.

Isso, aliás, já se previa, como bem se pode ler em Celso na sua obra «Discurso Verdadeiro Contra os Cristãos». Leia-se, com efeito, o que escreveu o nobre romano, mostrando a sua indignação perante o descaramento cristão: «Não é tolerável ouvir-vos (cristãos) dizer: "Se os imperadores que hoje reinam, após se deixarem persuadir por nós, correrem para a sua perda, seduziremos ainda os seus vencedores. Se estes caírem igualmente, far-nos-emos ouvir pelos seus sucessores, até que todos nos tenham acreditado e sejam igualmente exterminados pelos inimigos."»

Celso escreveu isto no século II, repare-se. Não foi ontem, não foi na semana passada, nem sequer no século XII - foi mesmo no século II, mais concretamente por volta do ano 170. Foi portanto há 1952 anos - e o que os cristãos dessa altura propunham era exacta e rigorosamente a mesma mensagem que a do Manel Clemente hoje.

Digo que é irónico porque isto sempre esteve à vista.

A Igreja nunca por nunca negou que se borrifava para a raça, pelo contrário, afirmou-o mesmo diante de oponentes de respeito. Quando, no final dos anos trinta, uma delegação da Juventude Hitleriana veio oficialmente a Portugal, o cardeal Cerejeira fez questão de não estar presente, afirmando categoricamente a oposição insanável entre a doutrina cristã e o racismo (nazi). Tome-se nota que, nesta altura, o NS estava em ascensão, a Alemanha era uma potência temível, ninguém queria entrar em conflito com a hoste teutónica comandada pelo cabo austríaco, o próprio Reino Unido tentava contornar os abusos e atropelos cometidos por Hitler na Áustria e na Checoslováquia, tudo para evitar chatices. Cerejeira não tinha por isso de agradar a nenhum poder politicamente correcto. Estava pura e simplesmente diante de um poder temido e, mesmo assim, desafiou-o de forma assaz hostilizante. Se o tivesse feito na Alemanha Nazi, talvez a vida lhe corresse mal. Cá, todavia, não lhe aconteceu nada, não foi interrogado pela PVDE (substituída mais tarde pela PIDE) nem coisa nenhuma, pelo contrário, continuou a «reinar» ao lado de Salazar e, hoje, é dado como «um dos nossos!» por muito patriota salazarista, porque Cerejeira era contra os maçons e isso é que interessa e tal... Tudo isto esteve sempre bem à vista. Alguns patriotas cristãos é que se quiseram enganar - os nacionalistas conscientes, pelo contrário, não perdem tempo e têm noção da monstruosidade que a Cristandade sempre representou e da tragédia colectiva que foi a cristianização da Europa.