Nascido e criado em família muçulmana conservadora, o curdo iraquiano de 31 anos da cidade de Dohuk, no norte da região semi-autónoma do Curdistão, tem medo de usar o símbolo zoroastrista abertamente.
O seus amigos costumavam chamar-lhe 'Mullah', lembra Mehdi, enquanto percorre fotos antigas que o mostram a rezar em mesquita local.
Mas a sua rede social começou a desmoronar-se quando decidiu distanciar-se do Islão e seguir os ensinamentos de Zoroastro, que fundou o Zoroastrismo há cerca de 3500 anos no antigo Irão.
Espalhando-se até à Índia, foi a religião oficial de três dinastias persas até ao século VII d.C.. Declinou rapidamente com a ascensão do Islão e praticamente desapareceu no Iraque.
Mas na região curda do país, o Zoroastrismo testemunhou um renascimento inesperado depois de o grupo extremista Estado Islâmico ocupar vastas áreas do norte do Iraque, impondo uma doutrina brutal do Islão e perseguindo minorias religiosas.
“Comecei a perguntar-me se o Islão deles é o verdadeiro ou o Islão que os meus pais me ensinaram?” disse Mehdi.
De acordo com Awat Taieb, co-fundadora da associação Yasna que desde 2014 promove o Zoroastrismo no Curdistão e também representante da fé no governo do Curdistão, cerca de 15000 pessoas inscreveram-se na organização até agora. A maioria deles era curda a converter-se do Islamismo, mas árabes e cristãos também aderiram ao movimento, disse ela.
Embora o governo regional curdo tenha reconhecido oficialmente o Zoroastrismo em 2015, os convertidos do Islamismo continuam registados como muçulmanos no governo central do Iraque, algo que Taieb não espera que mude tão cedo.
Dirigindo-se à recém-criada filial Yasna em Dohuk, Mehdi disse que esperava encontrar uma nova comunidade de convertidos com ideias semelhantes.
O chefe da filial, Helan Chia, perguntou-lhe se ele seguiria os princípios fundamentais de respeitar a natureza, os seus quatro elementos de ar, água, fogo e terra e a humanidade antes de registá-lo oficialmente como membro.
O foco no meio ambiente e na convivência pacífica são elementos-chave que atraem jovens de origens conservadoras para a fé antiga.
Mas os zoroastrianos de Dohuk ainda têm algum caminho a percorrer para ganhar aceitação universal - alguns xeques locais rotularam os zoroastrianos como infiéis nos médias sociais.
Visitando a caverna local de quatro pilares de Charsteen, Mehdi disse que sonhava em um dia passar aí pelo seu ritual de conversão. O director do departamento de antiguidades de Dohuk, Hassan Qasim, disse que já foi um local de culto zoroastrista no passado, mas acrescentou que a caverna, um sítio arqueológico classificado, já não pode ser usada como tal.
Sem ter onde praticar os seus ritos, os zoroastrianos de Dohuk esperam crescer em número e abrir um templo em outro lugar.
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Fonte: https://www.reuters.com/article/us-iraq-religion-zoroastrianism-idUSKBN26L336?fbclid=IwAR3U8jqjA1HvEx7piD-BNWK0tD2h59tXAbNhhMojtc7HfWKhXTWdnqKRywU
3 Comments:
O que dizes disto, Caturo?
https://i.postimg.cc/DyfhKGdq/Screenshot-20220120-101809-Jornais.jpg
Se o ridículo matasse, resolvia só por si a maior parte dos problemas da Europa.
Faltou arabe berbere polinesio ha muitas racas marrons malaio etc generos sexualidades planetas galaxias multiversos dimensoes
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