segunda-feira, setembro 07, 2020

PRIMEIRO-MINISTRO ISRAELITA DECLAROU QUE HITLER NÃO QUERIA MATAR OS JUDEUS

A violência entre israelitas palestinianos passou dos actos às palavras. Netanyahu afirmou que o responsável pelo Holocausto foi o Mufti de Jerusalém, enquanto na UNESCO os palestinianos lutam para que o Muro das Lamentações seja “parte integrante” da Esplanada das Mesquitas.
O primeiro-ministro israelita defendeu, esta Martes, que Adolf Hitler não tinha intenção de matar os Judeus durante o Holocausto. Segundo Benjamin Netanyahu, o responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus foi Haj Amin al-Husseini, o Mufti de Jerusalém (líder religioso muçulmano), que sugeriu a ideia ao líder nazi alemão.
“Hitler não queria exterminar os Judeus naquela altura, ele queria expulsá-los”, afirmou Netanyahu num discurso perante o Congresso Mundial Sionista, que decorre em Jerusalém entre Martes e Joves. Descreveu, de seguida, o que se passou no histórico encontro entre as duas personalidades, a 28 de Novembro de 1941, na Alemanha: “Haj Amin al-Husseini visitou Hitler e disse: ‘Se os expulsar, todos eles irão para lá [para a Palestina]’.” Segundo Netanyahu, Hitler terá perguntado: “O que devo fazer com eles?” O Mufti respondeu: “Queime-os”.
Não é a primeira vez que o primeiro-ministro israelita responsabiliza Al-Husseini pelo Holocausto. Em 2012, diante do Parlamento de Israel (Knesset), referiu-se ao Mufti como “um dos principais arquitectos” da “solução final”.
“Em nome dos milhares de palestinianos que combateram ao lado das tropas aliadas na defesa da justiça internacional, o Estado da Palestina denuncia estas declarações moralmente indefensáveis e inflamatórias”, reagiu Saeb Erekat, secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP). “É um dia triste da história que o líder do Governo israelita odeie tanto o seu vizinho que esteja na disposição de absolver o criminoso de guerra mais reconhecido na história, Adolf Hitler, pelo assassínio de seis milhões de judeus durante o Holocausto. Netanyahu devia parar de usar esta tragédia humana para marcar pontos com fins políticos”.
As palavras de Netanyahu surgem no mesmo dia em que se espera que a UNESCO se pronuncie sobre uma polémica proposta de resolução apresentada por um grupo de países árabes. Nela pede-se que o Muro das Lamentações — o lugar mais sagrado do judaísmo — seja designado “parte integrante” do complexo onde se situa a Mesquita de Al-Aqsa — o terceiro lugar mais sagrado dos muçulmanos, em Jerusalém.
A iniciativa, que devia ter sido votada na Martes, foi adiada e desencadeou fortes críticas não só em Israel, mas também ao mais alto nível da organização. A directora-geral da UNESCO, a búlgara Irina Bokova, lamentou a proposta, defendendo que a alteração do estatuto da Cidade Velha de Jerusalém e dos seus Muros, património da Humanidade reconhecido por aquela organização cultural, poderá “incitar a novas tensões”.
Fisicamente, o Muro das Lamentações (também chamado Muro Ocidental) e a Mesquita de Al-Aqsa estão integrados num complexo conhecido por Esplanada das Mesquitas — em rigor, os muçulmanos chamam ao espaço Al-Haram al-Sharif (literalmente Santuário Nobre) e os Judeus Monte do Templo. Localiza-se na Cidade Velha de Jerusalém, na parte leste do município, anexada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias (1967).
A actual vaga de violência entre israelitas e palestinianos foi agravada por rumores que davam conta de que Israel se preparava para controlar todo o Monte do Templo, incluindo a Mesquita de Al-Aqsa. Israel negou as acusações, afirmando não ter quaisquer planos para alterar o “status quo” do local — que os Judeus podem visitar, mas não usar para orações.
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Fonte: https://expresso.pt/internacional/2015-10-21-Hitler-nao-queria-matar-os-judeus-defende-o-primeiro-ministro-de-Israel   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 e corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa).

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O artigo já tem uns anitos e Netanyahu não disse nem um décimo do que poderia ter dito a respeito da real atitude dos Nazis para com os Judeus, mas de qualquer forma o que afirmou merece divulgação e registo.