quarta-feira, julho 15, 2020

UM SINAL DOS GÉMEOS DIVINOS


Dia 15 de Julho é marcado no berço da nossa latinidade pela celebração dos Gémeos Divinos, Castor e Pollux, festejo religioso realizado de cinco em cinco anos que consistia numa grande parada de cavalaria.
Os Gémeos apareceram neste dia em 585 a.u.c. (ab urbe condita, isto é, antes da formação da cidade, de Roma, fundada em 753 a.e.c.) ou 168 a.e.c. (antes da era cristã), profetizando a vitória romana sobre a Macedónia.
Junto ao lago Régilo, durante a batalha entre as forças romanas, lideradas pelo ditador Aulo Postumio, e as tropas de Octavio Mamilio, líder da cidade de Túsculo, os Gémeos Castor e Pollux foram vistos lutando, a cavalo, ao lado da Cidade da Loba (Roma).
E, neste dia, 15 de Julho, sucedeu que os Tindáridas (filhos de Tíndáreo, espartano, e de Leda) apareceram a Públio Vatínio (possivelmente, um prefeito da cidade de Reata), durante a noite, quando este se deslocava de Reata para Roma: dois jovens, montados em cavalos brancos, disseram a Públio que, nesse dia, as hostes romanas lideradas por Lúcio Emílio Paulo tinham capturado Perses, rei da Macedónia. Publio Vatínio foi encarcerado por ter dito isto ao Senado, acusado de ter falado de assuntos estatais importantíssimos de um modo demasiado ligeiro; doze dias depois, chegava a missiva (tabellae ou litterae laureatae, que dava conhecimento de uma vitória militar), entregue a Gaio Licinio, que noticiava a dita vitória, motivo pelo qual Públio Vatínio foi solto e compensado, ou com isenção do serviço militar, ou com uma isenção de carácter tributário. Este evento levou os Romanos a construírem um templo dedicado a Castor ao pé do poço onde davam de beber aos cavalos. Castor representava com efeito os cavaleiros, enquanto Pollux simbolizava os pugilistas, os lutadores propriamente ditos.
A parada começava no Templo de Marte, fora da cidade, e terminava no Forum. Era a chamada Tranvectio Equitum: uma procissão de Equites ou Cavaleiros, com togas vermelhas, montados em cavalos brancos, que iam da Porta Capena até ao Capitolium, parando ao longo do caminho para sacrificar no templo de Castor e Pollux...
Os Gémeos Castor e Pollux, de origem helénica, constituem a versão meridional do arquétipo dos Gémeos Divinos que faz parte de várias tradições indo-europeias, tais como a védica (ariana da Índia) e a germânica.

Consta que nos últimos anos da Primeira Guerra Mundial, um grupo de pagãos nacionalistas viu nos céus de Itália um sinal de vitória destes Dióscuros...