COMISSÃO EUROPEIA ACUSA CHINA DE CAMPANHA DE DESINFORMAÇÃO
A Comissão Europeia afirma ter “provas suficientes” da existência de propaganda chinesa na Europa relativa ao surto de covid-19, um “novo fenómeno” que se junta à desinformação russa e à propagação de informação falsa por “actores europeus”.
“Temos provas suficientes para perceber como é que a propaganda chinesa funciona e como tem funcionado nesta crise da covid-19 e, devido a essas provas, penso que é altura de dizermos a verdade, de informar as pessoas”, declarou a vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta dos Valores e Transparência, Vera Jourová.
Falando com um grupo de jornalistas em Bruxelas, incluindo a agência Lusa, a propósito da comunicação hoje adoptada pelo colégio de comissários sobre desinformação no contexto da pandemia da covid-19, a responsável acrescentou que estas evidências “foram recolhidas pelo Serviço Europeu de Acção Externa”.
“Tomámos conhecimento de uma série de acusações, como a que o novo coronavírus foi desenvolvido em laboratórios norte-americanos e sobre uma promoção exagerada do apoio da China à UE, com muita propaganda que indica que os Estados-membros e as instituições democráticas europeias não foram capazes de lidar com a crise”, precisou Vera Jourová.
De acordo com a vice-presidente do executivo comunitário, “há uma série de situações em massa deste género e este é um novo fenómeno, com comunicação mais assertiva no território europeu e dirigida aos cidadãos europeus” por parte de Pequim.
Além da China, também a Rússia foi identificada como “promotora ou fonte de desinformação”, naquela que é “a primeira vez” que a União Europeia (UE) assinala tão claramente estas origens de ‘fake news’.
“Claro que, no que toca à Rússia não é nenhuma novidade porque eles têm a desinformação incluída na doutrina militar, mas a China é pela primeira vez assinalada e fico satisfeita por o termos feito porque se existem provas, não nos devemos comedir de o apontar”, acrescentou Vera Jourová.
Para responder a estas questões, a responsável defendeu um reforço da “cooperação interna e também ao nível da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do G7 [grupo de potências mundiais] porque a desinformação é uma ameaça híbrida e, por isso, uma questão de segurança”.
“Temos de limpar a nossa própria casa e temos de reforçar a nossa estratégia de comunicação e as ligações diplomáticas”, sublinhou Vera Jourová, numa alusão aos “diferentes actores” que, dentro da Europa, “actuam como inimigos exteriores”.
“Estou a falar de diferentes grupos extremistas, forças políticas com programas nacionalistas, diferentes grupos que também visam a incitação à disrupção e violência na UE”, especificou.
Vera Jourová deu ainda como exemplo o desastre nuclear de Chernobyl, “em que as pessoas não estavam informadas sobre a situação e as suas consequências”, rejeitando casos destes na Europa em altura de pandemia.
Já admitindo que, por vezes, “é difícil detectar a origem” destes casos de desinformação a nível comunitário, a vice-presidente da Comissão Europeia defendeu maior transparência por parte das plataformas digitais e apoios à imprensa independente e aos investigadores.
“A pandemia de covid-19 evidenciou uma enorme onda de desinformação e mostrou-nos que a informação falsa pode criar sérias consequências, matar cidadãos e enfraquecer a confiança nas instituições e, consequentemente, as medidas tomadas”, adiantou Vera Jourová.
Recentemente, o Serviço Europeu de Acção Externa esteve envolvido numa polémica por alegada cedência a pressões da China num relatório sobre desinformação, com o jornal norte-americano New York Times a avançar no final de Abril que a linguagem do documento foi suavizada por influência de Pequim, o que Bruxelas rejeitou.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://observador.pt/2020/06/10/covid-19-comissao-europeia-diz-ter-provas-suficientes-de-desinformacao-chinesa-sobre-surto/?fbclid=IwAR23ryVjP_yUYX5Xm7l3EtQEgnD2fIWGX1fIsOgvK2fYpz9pj7H76JI58X8
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«Claro» que tinham de arranjar maneira de também atacar o Nacionalismo, assim a seco, sem mais quê nem para quê, como se alguma força organizada nacionalista estivesse a pactuar com a China, mas, independentemente disso, este já é um bom sinal da parte da comissão europeia, não sei por integridade dos seus constituintes ou se por se terem sentido tocados pela propaganda anti-UE, ou ainda para que a mensagem «sinófoba» não caia totalmente nas mãos do Nacionalismo político organizado...
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