sexta-feira, agosto 31, 2018

SOBRE OS ÁRABES QUE PROTESTAM CONTRA A IDEIA DE ISRAEL NUM ESTADO-NAÇÃO

A hipocrisia dos representantes dos cidadãos árabes de Israel, que estão chorando: 'não é justo', com respeito à nova Lei que Define o País como Estado-Nação do Povo Judeu, atingiu novos patamares nos últimos dias.
São os mesmos representantes cujas palavras e acções causaram graves danos às relações entre judeus e árabes nas últimas duas décadas em Israel e também aos interesses dos seus próprios eleitores, os cidadãos árabes de Israel.
Os líderes árabes israelitas, especificamente os membros do Knesset, dizem estar indignados, não só porque a lei define Israel como a pátria do Povo Judeu, mas também porque a nova legislação não diz nada sobre a plena igualdade de direitos a todos os cidadãos.
Para quem nunca viu uma tempestade num copo de água, é esse o caso. Desnecessário seria dizer: a nova lei não rescinde a lei anterior ou a Declaração da Independência de Israel, que já abrange tudo isso. Em Israel, existem também outras Leis Básicas que garantem direitos iguais a todos. Por exemplo, a Lei Básica: Dignidade Humana e Liberdade, aprovada em 1992, estipula: "O propósito dessa Lei Básica é proteger a dignidade e a liberdade do ser humano, com o propósito de estabelecer numa Lei Básica os valores do Estado de Israel como Estado judeu e democrático".
"Os direitos humanos fundamentais em Israel baseiam-se no reconhecimento do valor do ser humano, na santidade da vida humana e no princípio de que todas as pessoas são livres, esses direitos devem ser mantidos no espírito dos princípios estabelecidos na Declaração do Estabelecimento do Estado de Israel".
A Declaração da independência de Israel de 1948, que obviamente não é atingida pela nova Lei que Define o País como Estado-Nação do Povo Judeu, também promete igualdade a todos os cidadãos, independentemente da sua religião, cor ou raça.  Declara: "O Estado de Israel fomentará o desenvolvimento do país a todos os habitantes, basear-se-á na liberdade, justiça e paz, conforme previsto pelos profetas de Israel, garantirá a completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os habitantes, independentemente de religião, raça ou sexo, garantirá a liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura, salvaguardará os Lugares Sagrados de todas as religiões e será fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas".
Portanto, uma vez que as leis preexistentes de Israel e a Declaração da Independência permanecem inalteradas e garantem direitos iguais a todos os cidadãos, o que está exactamente por trás do feroz ataque dos líderes árabes israelitas à Lei do Estado-Nação? Será que é porque estão realmente preocupados com a igualdade ou é outra coisa? A resposta está nas suas próprias declarações: no fundo opõem-se à ideia de Israel ser a pátria do Povo Judeu. Estão cansados de saber que a Lei do Estado-Nação não afecta o status e os direitos dos cidadãos árabes como cidadãos iguais a todos em Israel.
Tomemos por exemplo o caso de Zouheir Bahloul, membro árabe do Knesset (União Sionista), que divulgou nesta semana a intenção de renunciar ao parlamento em sinal de protesto contra a Lei do Estado-Nação. Reclama que o Knesset se tornou a "chancela da legislação racista".
Primeiro, Bahloul é o último cidadão árabe de Israel com direito a reclamar de discriminação. Por décadas a fio, foi um dos jornalistas desportivos mais famosos de Israel, reverenciado tanto por árabes como por judeus. Assim sendo, sempre desfrutou de uma vida confortável em Israel, vida que nem em sonho ele poderia ter em nenhum país árabe.
Segundo, se Bahloul não gosta da lei que define Israel como a pátria do Povo Judeu, o que está ele a fazer num partido de nome União Sionista? Uma vez que alguém concorda em se juntar a um partido sionista, não pode depois reclamar se Israel sustenta que quer ser a pátria do Povo Judeu. Será possível que alguém possa realmente acreditar que este parlamentar árabe não sabia durante todos esses anos que o Sionismo é o movimento nacional do Povo Judeu que defende o restabelecimento de uma pátria judaica no território definido como a histórica Terra de Israel?
Terceiro, também é digno de nota que o seu partido União Sionista, de qualquer maneira, já estava farto de Bahloul e planeava livrar-se dele, especialmente depois de no ano passado ele ter resolvido boicotar uma cerimónia do Knesset que marcava o 100º aniversário da Declaração Balfour. Ironicamente, a segunda parte da Declaração Balfour estipulou que o estabelecimento de uma pátria judaica não deve "prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina".
A actual controvérsia em relação à Lei do Estado-Nação, portanto, não é sobre direitos iguais. Longe disso, trata-se na realidade da aceitação da existência de Israel como a pátria do Povo Judeu. Bahloul boicotou a cerimónia da Declaração Balfour no Knesset, ao que tudo indica, porque se opõe à ideia de uma pátria do Povo Judeu. Se não fosse por isso, porque se opõe um árabe que vive em Israel a uma declaração que declara aberta e categoricamente que a pátria judaica não "prejudicará" os direitos de não judeus?
O presidente da União Sionista, Avi Gabbay, criticou como "extremista" a decisão de Bahloul.
É bem provável que Bahloul soubesse que seria expulso do partido, parece que resolveu usar a Lei do Estado-Nação como pretexto para deixar o partido, difamar Israel chamando ao país "Estado com sintomas do apartheid" e ao Knesset "chancela da legislação racista".
Quarto, vale salientar que Bahloul não apresentou imediatamente a renúncia ao Knesset. Disse que vai apresentar a carta de renúncia quando o Knesset retornar do seu prolongado recesso de Verão em meados de Outubro. Por outras palavras, Bahloul evidentemente quer passar mais alguns meses no Knesset, provavelmente para continuar a receber um belo salário e outros privilégios concedidos aos membros do parlamento. Ao adiar a renúncia, provavelmente espera que alguém venha implorar para que ele desista da ideia de sair, é como se estivesse a dizer: 'por favor, não me deixe sair do Knesset!' Bem, Sr. Bahloul, se o senhor está tão chateado com a lei e não mais quer fazer parte do sistema político israelita, porque não se levanta e sai agora? Porque quer o senhor ficar por mais alguns meses num parlamento que o senhor acusa de "racista" contra os Árabes?
O "pequenino sórdido segredo" é que mesmo se palavras sobre igualdade para todos os cidadãos fossem adicionadas à nova lei, Bahloul e alguns dos seus colegas árabes do Knesset ainda assim ter-se-lhe-iam oposto. Simplesmente opõem-se veementemente à própria noção de ser Israel um Estado Judeu.
Alguns como Ahmed Tibi, têm consistentemente promovido a transformação de Israel de um "Estado Judeu" num "Estado para todos os seus cidadãos" ou um "Estado de todos os seus grupos nacionais (étnicos)".
Outro membro árabe do Knesset, Jamal Zahalka, recentemente ridicularizou os símbolos judaicos salientando: "eu prefiro morrer a cantar o hino nacional de Israel". Muitos membros árabes do Knesset jamais aceitaram o hino nacional de Israel ou a sua bandeira que porta o símbolo de seis pontas da estrela de David. Em relação à bandeira de Israel, Zahalka disse: "para mim qualquer bandeira é um trapo. É um pedaço de pano. É muito pior do que um trapo".
Hanin Zoabi, membro árabe do Knesset, sem a menor cerimónia manifestou com todas as letras a sua oposição à definição de Israel como a pátria do Povo Judeu. O Povo Judeu não tem direito à auto-determinação, afirmou ela em Outubro de 2017: "Os Judeus não são uma nacionalidade, por isso não podemos falar de auto-determinação para o Povo Judeu... Os Israelitas podem ter uma auto-determinação, mas não como um Estado Judeu, mas dentro de um Estado democrático secular". Interessa dizer que Zoabi, que vem de um enorme clã de Nazaré, foi suspensa do Knesset em 2014 por incitamento, por ter justificado a chuva de foguetes que o Hamas lançou contra Israel e o sequestro (e subsequente assassinato) de três adolescentes israelitas por terroristas palestinos.
São figuras do naipe de Zoabi que têm e continuam a causar graves danos às relações entre judeus e árabes em Israel. A sua execrável retórica anti-Israel e as suas acções são a principal razão pela qual um número cada vez maior de judeus está a começar a olhar para os cidadãos árabes de Israel como se estes fossem uma "quinta coluna", um "inimigo de dentro".
Líderes árabes israelitas manifestam-se de maneira depreciativa em relação a Israel com o intuito de alcançarem maior visibilidade. Sabem que nenhum jornal mencionaria o nome deles se estivessem às voltas com questões como esgoto ou falta de salas de aula em escolas árabes. No entanto, se disserem algo de ruim sobre Israel ou se provocarem os Judeus, os holofotes com certeza estarão em cima deles.
A prioridade Nº 1 dos cidadãos árabes de Israel é reduzir a alta taxa de desemprego entre os universitários árabes formados. Os cidadãos árabes de Israel querem ser totalmente integrados em Israel. Estão a lutar por melhores serviços do Estado, em especial no que diz respeito à infra-estrutura nas suas cidades e aldeias. Mas em vez de representar os reais interesses dos seus eleitores, Tibi, Zoabi, Zahalka e outros passam o tempo todo condenando Israel e identificando-se com os inimigos do país.
As acções e palavras desses membros árabes do Knesset só serviram para aprofundar a cisão entre judeus e árabes, justamente quando há sérios esforços por parte do governo israelita em melhorar as condições de vida dos cidadãos árabes. Por exemplo, uma comissão parlamentar israelita anunciou em Abril do ano passado a decisão de alocar 20 milhões de shekels (US$5,6 milhões) para um novo programa destinado a aumentar o número de árabes israelitas com empregos no sector de tecnologia. Em 2015, como parte de uma decisão do gabinete, o comité anunciou que o governo de Israel já investiu US$1,2 bilião dos US$4,2 biliões destinados ao desenvolvimento económico da comunidade árabe e de outras minorias.
Os árabes são cidadãos com direitos iguais em Israel e os direitos de que desfrutam são infinitamente maiores do que aqueles de que gozariam em qualquer outro país do Médio Oriente. Numa pesquisa de opinião publicada em 2016, 55% dos cidadãos árabes de Israel disseram estar orgulhosos de serem cidadãos israelitas. Outra sondagem publicada em 2017, constatou que 60% dos cidadãos árabes de Israel trazem consigo atitudes positivas em relação ao país.
Os líderes árabes israelitas podem incitar contra Israel o quanto eles quiserem. A difamação não mudará a realidade de que Israel é a única democracia próspera do Médio Oriente e que trata as minorias com respeito. Enquanto as minorias são perseguidas e assassinadas na Síria, Líbano, Egipto, Iraque, Líbia e outros países árabes e islâmicos, os cidadãos árabes de Israel estão a ser integrados no país. Ocupam altos cargos na Suprema Corte, no Ministério das Relações Exteriores, no sector de saúde e até na Polícia de Israel.
A nova lei não mudou essa realidade, de facto, a maioria dos cidadãos árabes, ao que tudo indica, não dá a mínima importância à nova lei. A maioria dos árabes em Israel continua a acordar de manhã e continua a seguir em frente com as suas vidas. Podem trabalhar em qualquer lugar, podem viajar para qualquer lugar do país e continuarão desfrutando de todos os privilégios, benefícios e liberdades de que os cidadãos judeus usufruem.
Certos líderes dos cidadãos árabes de Israel, no entanto, têm algo bem diferente em mente. Querem que os israelitas desistam do seu desejo de Israel ser a pátria do Povo Judeu, porque esperam que um dia os Judeus se tornem minoria no seu próprio país. Por tempo demais esses líderes têm incitado os seus eleitores contra Israel e contra os Judeus. Se esses líderes são tão infelizes em Israel, talvez devam considerar mudar-se para Ramala, Faixa de Gaza ou qualquer outro país árabe. Será que não gostariam de renunciar ao Knesset? O que os impede? O facto de ser a pátria dos Judeus, supostamente tão danosa para eles, onde eles e os seus filhos podem viver e prosperar.
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Bassam Tawil, árabe muçulmano, radicado no Oriente Médio.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/12928/israel-lei-estado-nacao

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Porque a inquisição anti-racista anda sempre por aí:

https://s33.postimg.cc/sl5q0tv2l/257190.jpg

Tens algum comentário a fazer sobre isto, Caturo?

2 de setembro de 2018 às 22:56:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Inquisição é mesmo assim. E este é um prémio que honrará quem NÃO o receber.

2 de setembro de 2018 às 23:10:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Entretanto, se um filme só com brancos tipo «Senhor dos Anéis» - se o realizador conseguir voltar a fazer algo assim, note-se que no «Hobbit» já teve de meter umas caras não brancas para não o chatearem, como aqui foi noticiado... - pois se um filme destes voltar a ter sucesso, é porque o povinho não percebe nada de cinema, pois 'tá claro... a elite aliena-se a si própria do povo e depois queixa-se...

2 de setembro de 2018 às 23:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Morreu Cavalli-Sforza, o cientista que acabou com o conceito de raça

https://www.publico.pt/2018/09/01/ciencia/noticia/morreu-cavallisforza-o-cientista-que-acabou-com-o-conceito-de-raca-1842750

3 de setembro de 2018 às 02:16:00 WEST  

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