FRANÇA E ÍNDIA ESTREITAM LAÇOS DIANTE DA CHINA
França e Índia fizeram votos neste sábado (10) de garantir a liberdade de navegação no Oceano Índico e assinaram acordo para acelerar a construção de uma grande central nuclear na Índia por uma empresa francesa.
O presidente francês, Emmanuel Macron, cumpre agenda oficial de quatro dias na Índia desde Vernes. Ele afirmou que os dois países devem ser aliados importantes: "E eu sonho em ter cada vez mais cidadãos indianos a vir para França — estudando, tornando-se empresários, criando startups — e quero que o meu país seja o melhor parceiro na Europa, um ponto de entrada", falou o mandatário francês.
Macron disse querer dobrar o número de indianos que estudam em França.
Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou ser vital a cooperação entre os dois países na região do Oceano Índico: "Ambos os países acreditam que, para a paz mundial, o progresso e a prosperidade no futuro, a região do Oceano Índico vai desempenhar um papel muito importante."
Para ajudar a garantir a liberdade de navegação, as agências espaciais dos dois países assinaram um acordo para ajudá-las a detectar, identificar e monitorar embarcações marítimas.
Os Estados Unidos consideram a Índia como uma âncora crítica numa estratégia regional para o Oceano Índico e Pacífico para controlar uma China cada vez mais assertiva. A Índia apoia países como a França e Austrália na frente da segurança marítima.
A França tem três territórios ultramarinos no Oceano Índico, lar de cerca de um milhão de cidadãos franceses.
Shivani Singh, um pesquisador indiano em segurança nuclear, afirma que a França, como a Índia, é um poder do Oceano Índico com uma cultura similar de autonomia estratégica: "A França tem a maior Zona Económica Exclusiva do mundo e 24% dela reside na região do Oceano Índico", escreveu Singh no seu blog. "A França também tem bases militares em Djibouti e nos Emirados Árabes Unidos. Isso dá a França importantes interesses soberanos, demográficos e económicos para defender militarmente a região".
Energia nuclear e outros pontos de cooperação
Paris e Nova Deli acordaram o compartilhamento de informações nas áreas de mudança climática e cooperação militar. Em 2016, a Índia comprou 36 jactos Rafaele prontos para o voo de França por US$ 8,78 biliões.
Além destes pontos, também foi acordada a construção da central nuclear Jaitpur, que irá fornecer 9.900 megawatts.
A central nuclear da companhia Areva, entretanto, ficará numa zona de actividade sísmica e muitos campesinos estão-se a recusar a sair das suas terras.
Outro factor de destaque é o pontapé inicial da Aliança Solar Internacional — associação de 120 países em prol da energia solar que faz a sua primeira reunião desde a sua criação durante a Conferência do Clima de Paris, em 2015.
A França é o nono maior investidor estrangeiro na Índia. O comércio bilateral entre os dois países atingiu US$ 10,95 biliões de Abril de 2016 a Março de 2017.
As principais exportações da Índia para França são confecções, caldeiras, máquinas e equipamentos eléctricos, produtos químicos orgânicos, material ferroviário, combustíveis minerais, artigos de couro e gemas e jóias.
A França exporta para a Índia principalmente aeronaves, instrumentos médicos, produtos químicos orgânicos, ferro e aço, plásticos, produtos farmacêuticos e produtos químicos.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/mundo/2018031010704917-macron-franca-india-china-visita-oficial-usina-nuclear/
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É sempre preocupante o surgimento de mais uma central nuclear - ainda para mais numa zona sísmica, parece que se está mesmo a pedir tragédia... - mas no seu todo a notícia é genericamente positiva: começa-se a reconhecer abertamente e ao mais alto nível o valor da Índia como aliado natural da Europa diante do colosso chinês.
Já agora, nunca é demais dizer que a Índia é igualmente uma aliada natural do Ocidente diante do Islão, sobretudo agora, que tem nacionalistas hindus no poder.
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