sexta-feira, fevereiro 23, 2018

AO DEUS DAS FRONTEIRAS, TÉRMINO



Dia 23 de Fevereiro é consagrado no calendário religioso latino a Terminus, Deus das Fronteiras. Trata-Se de uma Divindade, representada por uma pedra, que zela pelo respeito devido aos marcos que delimitam os territórios. Nesta data, os proprietários enfeitavam com grinaldas as pedras que marcavam as fronteiras das suas terras e ofereciam bolos, frutos e vinho à Divindade.
Celebrava-se a Terminália junto de uma rocha fronteiriça, no templo de I.O.M. - Iuppiter Optimus Maximus ou Júpiter o Melhor e o Maior - localizado no monte Capitolino, em Roma.

O poeta Ovídio consagrou-Lhe estas palavras: 
«Santo Terminus, Tu defines povos e cidades e nações dentro das suas fronteiras. Toda a terra estaria em disputa se não fosses Tu. Não procuras serviços nem o favor de ninguém; nenhuma quantia de ouro pode corromper o Teu julgamento. Em boa fé, Tu preservas as reivindicações legítimas às terras rurais.» 
(Ovídio, Fastos II.658-62).

Saúde-Se portanto o Deus das Fronteiras, garantia de justiça e de identidade...

De notar, entretanto, que uma das facetas de Júpiter, o Deus Máximo dos Romanos (e de outros Povos áricos), é Júpiter Terminalus, isto é, Júpiter Guardião das Fronteiras.

Terminus é, em termos etno-históricos, um dos testemunhos do carácter arcaico e indo-europeu da Religião Romana, dado que parece ter equivalentes noutras tradições indo-europeias: Heimdall entre os Nórdicos, Bhaga entre os Arianos da Índia. De acordo com uma lenda romana, Terminus recusou que o Seu altar fosse retirado do Monte Capitolino para aí se erigir um templo a Júpiter. Os Romanos consideraram que essa recusa constituía um bom augúrio para a futura defesa das fronteiras devidas da cidade. O altar de Terminus acabou por ser incluído no templo de Júpiter, tendo sobre si uma abertura, uma vez que a tradição ritual ordenava que o altar estivesse sob o céu.


Terminus faria parte, segundo Georges Dumézil, de uma arcaica tríade juntamente com Júpiter e Juventas (Juventude), tríade esta que seria a versão latina de uma tríade indo-europeia, obviamente mais arcaica, cuja versão indiana seria constituída por Mitra (soberano jurista, como Júpiter), Aryaman (entrada dos homens na sociedade, passando da infância à idade adulta, tendo relação nisso com Juventas, personificação divina da Juventude) e Bhaga (distribuidor dos bens, portanto, da propriedade, um pouco como Terminus). Segundo Plutarco, o culto original de Terminus não recebia sacrifícios sangrentos por ser uma Divindade pacífica.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Jovem escolhida para encarnar Joana d'Arc é alvo de racismo em França
A escolha de uma jovem de origem africana para encarnar a heroína nacional Joana d'Arc na França gerou uma onda de insultos racistas nas redes sociais, obrigando o governo francês a sair em sua defesa

http://www.tvi24.iol.pt/internacional/23-02-2018/jovem-escolhida-para-encarnar-joana-d-arc-e-alvo-de-racismo-em-franca?_ga=2.251552710.1582170099.1519428832-634610131.1518325677

24 de fevereiro de 2018 às 00:03:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Portanto, os muçulmanos não conquistaram a Península Ibérica no século VIII?
Não. Em 711 pode ter havido batalhas e escaramuças, mas isso é normal, houve sempre batalhas na zona do estreito de Gibraltar. Ao contrário do que se pensa, o estreito servia para unir, só começou a separar quando aconteceu a primeira invasão séria na Península Ibérica, feita pelos cristãos, pelos cavaleiros da Ordem de Clunny, no século XIII. Aí sim, vieram tropas, hordas militares, e entrou neste espaço o catolicismo, que era uma religião diferente da que estava cá, que era o cristianismo."

24 de fevereiro de 2018 às 15:30:00 WET  
Anonymous Tulius Quintus said...

http://www.sabado.pt/vida/pessoas/detalhe/claudio-torres-d-afonso-henriques-nao-conquistou-lisboa-aos-mouros-foi-aos-cristaos

24 de fevereiro de 2018 às 17:07:00 WET  
Anonymous Tulius Quintus said...

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2018-02-21-Ibericos-espalharam-cultura-campaniforme-pela-Europa-mas-nao-os-genes-1

24 de fevereiro de 2018 às 22:43:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Portanto, os muçulmanos não conquistaram a Península Ibérica no século VIII?
Não»

Pois, revisionismo histórico do mais descarado... até parece que a guerra da Reconquista foi feita contra pobres civis inocentes que não controlavam quase toda a Ibéria pela força das armas...
De resto, se o estreito «servia para unir», é curioso que a genética diga precisamente o contrário - o Mediterrâneo é a grande fronteira genética no espaço ibérico.

25 de fevereiro de 2018 às 01:11:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

<<"Portanto, os muçulmanos não conquistaram a Península Ibérica no século VIII?
Não. Em 711 pode ter havido batalhas e escaramuças, mas isso é normal, houve sempre batalhas na zona do estreito de Gibraltar. Ao contrário do que se pensa, o estreito servia para unir, só começou a separar quando aconteceu a primeira invasão séria na Península Ibérica, feita pelos cristãos, pelos cavaleiros da Ordem de Clunny, no século XIII. Aí sim, vieram tropas, hordas militares, e entrou neste espaço o catolicismo, que era uma religião diferente da que estava cá, que era o cristianismo.">>

Os muçulmanos conquistaram e foi à força, ao contrário do que querem fazer crer revisionistas históricos de Esquerda ou com complexos de culpa branca. Desde a sua génese que a expansão islâmica se fez a fio de espada: era a conversão ou a morte.

Não queiram agora reescrever a História, dizer que o que houve na Península Ibérica a partir de 711 foram escaramuças sem importância quando, na realidade, o que houve foi uma brutal invasão islâmica que só foi parada porque os povos nativos ofereceram resistência, e a muito custo e a um preço elevado.

Não queiram, como sempre, romantizar os povos não-brancos e atribuir a origem de todos os males do mundos aos brancos.

Houve sempre batalhas na zona do Estreito de Gibraltar mas o Estreito de Gibraltar servia para unir? Incoerência lógica que só serve para justificar as agressões de muçulmanos à Europa, ao mesmo tempo que se transmite a ideia de um mundo maravilhoso não-caucasiano onde todos os povos viviam em harmonia.

26 de fevereiro de 2018 às 13:41:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não é nada disso, os muçulmanos em todo o ponto do planeta onde estiveram afirmaram-se pela força sanguinária, só aqui na Ibéria é que começaram por ser humanistas, porque sim, porque foi assim, mas é que foi mesmo, que esta zona do globo é abençoada com ares pacificadores, quer-se dizer, os «cruzados» do norte eram sanguinários, claro!, os reconquistadores, uns loucos que adoravam guerra!!!! (acredite-se ou não, já ouvi uma professora do ensino secundário a dar esta explicação para a Reconquista, juro), mas de resto isto com os primeiros muçulmanos era tudo boa gente, tolerante e tal...

27 de fevereiro de 2018 às 00:18:00 WET  

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