PNR CONDENA PRIVATIZAÇÃO E LÓGICA DO LUCRO DOS CTT

Sempre que existe alguma convulsão social, sempre que os problemas se avolumam ou que algo foge do controlo, este governo e a maioria que o sustenta, tremem e entram no mais completo desnorte: tardam em agir, agem mal, por impulso e recorrendo a remendos trapalhões. A crise que se instalou no CTT mostra, de forma cabal, essa actuação tíbia e tardia.

A administração do CTT, que recentemente distribuiu lucros astronómicos pelos seus accionistas, no intuito de salvar a empresa de prejuízos avultados, entrou em contradição: resolveu encerrar balcões e reduzir pessoal. A lógica do lucro, infelizmente, sobrepõe-se sempre à do sentido de serviço às populações e ao país nesta empresa que presta pior serviço do que nos tempos em que estava nas mãos do Estado. Bem avisou o PNR na altura da privatização, tendo os nossos piores receios vindo a confirmar-se nesta e noutras privatizações de  empresas que deveriam ser pilares de soberania de um país, razão pela qual devem ser claramente assumidas pelo Estado ou por ele reguladas!

O encerramento destes postos do CTT, só vai prejudicar os mais necessitados, as pessoas mais velhas, bem como acentuar as assimetrias no tecido social do país, contribuindo ainda mais para o despovoamento de certas zonas.

Num governo forte e verdadeiramente apostado em servir, das duas uma: ou era revertida a privatização ou seriam criadas medidas que impediriam a lógica economicista de gestão do CTT, fazendo com que a sua missão de serviço público fosse cabalmente cumprida. Ao Estado, que desejamos que não se intrometa onde não deve e que não tenha gorduras a mais, não podemos, por outro lado, tolerar que se demita das suas obrigações de zelar pelo bem de Portugal e dos portugueses.

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Fonte: http://www.pnr.pt/2018/01/ctt-te-viu-te-ve/