ORGANIZAÇÃO PAGÃ INGLESA ESCREVE CARTAS À IGREJA DE INGLATERRA A EXIGIR A DEVOLUÇÃO DE TEMPLOS SAGRADOS

Templo da Odinist Fellowship em Newark, Inglaterra

Na nação filha de Hengist e Horsa, a organização Odinist Fellowship, ou Fraternidade Odinista, colectivo que presta culto aos Deuses germânicos - Odin, Deus da Magia e da Guerra, é o soberano, daí o nome da associação - escreveu ao Arcebispo de Cantuária a exigir que duas igrejas lhes sejam atribuídas para corrigir a usurpação cometida pela Cristandade há mil e trezentos anos.

A Fraternidade Odinista (FO), composta de cerca de mil membros, exigiu assim, no mês passado, que a Igreja de Inglaterra devolva aos pagãos dois locais de culto usurpados durante a cristianização do país, há treze séculos.

A missiva diz o seguinte:

«Com vista a restabelecer melhores relações entre a Fraternidade Odinista e as igrejas cristãs de Inglaterra, e persuadidos de que uma restituição e correcção dos erros do passado é a melhor maneira de estabelecer fundações para relações melhoradas, queremos que esteja ciente de que a grande maioria dos odinistas acredita que a honra requer que a igreja inglesa emita um pedido de desculpas público pelos seus crimes passados contra os odinistas.»

Ralph Harrison, director da FO, disse à imprensa: «Dois bispos responderam, educadamente, mas com nada de substancial.» «O objectivo é que a Igreja reconheça que tem uma história de perseguição no que toca à religião odinista e tem de o admitir em vez de o esconder.» «No seio da comunidade odinista há um forte antagonismo contra a Igreja institucional.»

As igrejas que o grupo quer na sua posse são uma da diocese de Iorque (York) e uma da diocese de Cantuária (Canterbury). 

Como se sabe, durante a cristianização de Inglaterra, iniciada no século sétimo, muitos santuários pagãos foram tomados por chefes da Igreja, incluindo Agostinho de Cantuária, e transformados em igrejas. A este processo, Harrison chama «genocídio espiritual»: «Tal como as coisas estão, a Igreja de Inglaterra está na posse de uma vasta quantidade de propriedade roubada.»

Note-se que noutra carta enviada no ano passado aos arcebispos de Cantuária e Iorque, um grupo de sacerdotes escreveu: «Se tal satisfação não for oferecida, uma vez que a vossa igreja possui um excesso de propriedades eclesiásticas, então asseguramo-vos, muito respeitosamente, que iremos persistir ainda mais verbalmente nas nossas justas exigências até que sejam satisfeitas.»

Segundo diz Harrisson, o bispo de Chichester, Martin Warner, respondeu dizendo «Até agora, não estou certo das provas da força da fé odinista nestas partes.»

A FO, estabelecida como organização religiosa desde 1988, promove «a fé indígena, original, do Povo Inglês» praticada pelos Anglos, Saxões e Jutos. É politeísta; os seus praticantes seguem os Altos Deuses de Asgarth, que esta organização «vê, não como nossos mestres, mas sim como amigos firmes e poderosos aliados.»

Afirma Harrisson que há cerca de dez mil odinistas no país.

Segundo reza a História, os missionários foram primeiramente enviados para a Grã-Bretanha pelo papa Gregório em 596 para converter os Anglo-Saxões pagãos. Um historiador especialista em Idade Média, Dr. James Palmer, da Universidade de St. Andrews, afirma que a crença segundo a qual os primeiros cristãos usurparam santuários dos pagãos é parcialmente baseada em cartas enviadas pelo papa Gregório nas quais encoraja os seus missionários a alterar templos pagãos para deles fazer locais de culto cristãos, na esperança de que os nativos continuassem a ir a estes sítios e fossem assim convertidos. Palmer acrescenta que muitos dos templos pagãos tinham já sido convertidos em igrejas cristãs pelos romanos cristianizados, que abandonaram a ilha no início do século V. Diz também o seguinte: «É muito giro que os Odinistas digam que os Ingleses estavam lá e eram pagãos, mas de facto os Britânicos também lá estavam e eram cristãos. Estas terras eram ancestrais para os Ingleses só nos últimos cem anos e é muito provável que quaisquer templos pagãos tenham sido edificados em antigas igrejas cristãs.» «Penso que é tudo um pouco de ela por ela. Se podes dizer que a igreja roubou terra aos pagãos, os pagãos tinham-na tirado aos cristãos antes disso.» Disse também que em muitas regiões as duas religiões coexistiram no mesmo espaço. Um líder, o rei Rædwald de Ânglia Oriental, teria tido um altar para adoração cristã ao lado de um altar pagão.

A Igreja de Inglaterra não comentou.

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Fonte: http://www.telegraph.co.uk/news/2017/08/27/pagans-demand-return-church-buildings-stolen-1300-years-ago/

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O historiador Palmer «esquece-se» de dizer que também no Império Romano o Cristianismo foi imposto pela força contra o Paganismo e que a referida transformação de templos pagãos em cristãos que ocorreu na Grã-Bretanha durante a ocupação romana foi também ela uma usurpação...

Em última análise, se os locais sagrados roubados aos pagãos saxões não lhes pertencem, então também não pertencem aos cristãos e sim aos pagãos britânicos (celtas ou celto-romanos). 

A FO está completamente de parabéns por esta meritória acção - isto sim, é trabalho. Isto constitui um exemplo magistral do que deverá um dia ser feito em toda a Europa, como já se fez aqui há tempos na Polónia - como foi noticiado neste blogue, em referência a pagãos polacos protestando contra uma celebração cristã em espaço sagrado para pagãos antigos e contra a construção de uma igreja num espaço sagrado pagão - e já se tinha feito na cidade indiana de Ayodhyâ, quando os hindus conseguiram deitar abaixo uma mesquita que tinha sido edificada há séculos sobre um santuário pagão indiano.

A verdadeira e integral Europa é composta de Sangue, Voz e Céu, ou seja, de raça, línguas nacionais e heranças etno-religiosas pagãs. A Europa será tanto mais autenticamente europeia quanto mais retornar àquilo que tem de mais sagrado,  saber, o culto às Deidades nacionais.