quarta-feira, abril 05, 2017

AUTOR DO ATENTADO DE S. PETERSBURGO ERA REALMENTE MUÇULMANO

O autor do ataque de segunda-feira no metro de São Petersburgo terá agido sozinho, de acordo com as autoridades russas encarregues da investigação. Akbarzhon Jalilov, um quirguize de 22 anos que tinha imigrado para a Rússia ainda enquanto adolescente, foi identificado como o responsável pelo atentado que matou 14 pessoas e deixou mais de 40 feridos.
Um dia depois do atentado na segunda maior cidade da Rússia, a grande dúvida que ainda permanece é a motivação do seu autor. A imprensa local cita responsáveis das forças de segurança que dizem que Jalilov estava ligado a grupos radicais islamistas, mas não houve ainda qualquer reivindicação – e as autoridades não confirmaram esta suspeita de forma oficial.
Sabe-se, no entanto, que Jalilov terá agido sozinho e morrido durante a explosão. “A partir das amostras genéticas e das imagens das câmaras de vigilância há razão para acreditar que a pessoa por trás do acto terrorista na carruagem do comboio foi a mesma que deixou o saco com um engenho explosivo na estação da Praça Vosstaniia”, disse a Comissão de Investigação, através de um comunicado citado pela Reuters.
A explosão ocorreu no interior de uma carruagem de um comboio que ligava as estações da Praça Sennaia e do Instituto Tecnológico. O engenho foi detonado em andamento e a decisão do condutor em ter continuado a marcha até à estação seguinte terá salvado muitas vidas, ao permitir que as pessoas pudessem escapar, segundo as autoridades.
Jalilov é descrito pelo seu tio, Eminzhon Jalilov, contactado pela Reuters, como um muçulmano cumpridor, mas “não um fanático”. O homem de 22 anos emigrou com a família para a Rússia quando ainda era adolescente, mas terá permanecido no país mesmo após o regresso dos pais à cidade natal de Osh, no Vale de Fergana, maioritariamente habitado por membros da etnia uzbeque. A região é conhecida por ser local de origem de muitos combatentes jihadistas, muitos dos quais viajaram nos últimos anos para a Síria e para o Iraque.
Um perfil na rede social Vkontakte, muito popular entre os jovens russos, que os jornais russos dizem pertencer a Jalilov, tem ligações a um site onde se encontram citações de um imã do século XVIII que pregava o wahabismo, um ramo radical do Islão – e que é praticado na Arábia Saudita, por exemplo. Por outro lado, a página mostra fotografias do suspeito num bar e a fumar.
Caso se confirme a ligação do autor do ataque a uma organização jihadista, esta será a primeira vez que a Rússia sofre um atentado deste género desde que começou a intervir militarmente na guerra da Síria. A participação da Força Aérea russa ao lado do exército leal ao Presidente Bashar al-Assad tem como alvo os grupos que Moscovo encara como terroristas e que incluem tanto o Daesh como outras formações que combatem o regime.
O Kremlin recusa, no entanto, qualquer ligação entre a intervenção russa na Síria e o ataque de São Petersburgo. Fazê-lo seria “cínico e abjecto”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. A ocasião "mostra uma vez mais a importância de intensificar os esforços conjuntos no combate" ao terrorismo, acrescentou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou a atenção para o facto de o ataque ter ocorrido num dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, estava na cidade. “Deveria ser analisado pelas forças especiais”, sugeriu Peskov.
A tragédia pôs a tensão entre Moscovo, a Europa e os EUA em suspenso durante as manifestações de solidariedade de líderes estrangeiros. O Presidente norte-americano, Donald Trump, ligou a Putin para lhe dar “total apoio” e sublinhou a necessidade de um “combate conjunto contra o terrorismo”. A chanceler alemã, Angela Merkel, classificou o ataque como “um acto bárbaro”.
A imprensa russa denunciou, no entanto, a falta de solidariedade a um nível mais simbólico. Vários sites publicaram fotografias de monumentos das capitais europeias iluminados com as bandeiras de países que sofreram ataques terroristas nos últimos anos – com a excepção da tricolor russa. “Je ne suis pas St. Petersburg” escrevia o site Sputnik, num artigo sobre o assunto.
A ausência de homenagem às vítimas de São Petersburgo motivou várias críticas. O director do serviço russo da agência Deutsche Welle, Ingo Mannteufel, escreveu que o Ocidente “tem o dever moral e político de mostrar solidariedade com as vítimas do terrorismo na Rússia”. No Moscow Times, o analista Mark Galeotti afirmou que “é possível homenagear as vítimas sem branquear os governos”.
A porta-voz do Senado de Berlim, Claudia Suender, justificou a decisão de não iluminar a Porta de Brandemburgo, porque isso só acontece para “cidades geminadas ou locais especiais como Israel ou Orlando”. A razão para o monumento se ter iluminado após o atentado de Nice deve-se à existência de “crianças alemãs entre as vítimas”.
Paris foi a tempo de emendar a gaffe, com a autarca da capital francesa, Anna Hidalgo, a anunciar que a Torre Eiffel será iluminada esta noite com as cores da bandeira russa. 
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Fonte: https://www.publico.pt/2017/04/04/mundo/noticia/autor-do-atentado-de-sao-petersburgo-era-religioso-mas-nao-fanatico-1767696

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Em suma, o autor do atentado era mesmo muçulmano, embora alguns dos grandessíssimos mé(r)dia evitem encarar o caso de frente e prefiram tergiversar ou contornar a questão, como aqui se lê: https://www.jihadwatch.org/2017/04/denial-begins-daily-mail-highlights-claim-that-st-petersburg-jihad-murderer-didnt-say-his-prayers
Ter o Islão dentro de fronteiras não dá saúde alguma a país nenhum que não esteja submetido ao credo muçulmano.